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Quais são os planos das candidatas à Presidência para meninas e juventude

CAPRICHO conversou com Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil), Sofia Manzano e Vera Lucia sobre o tema

Por Andréa Martinelli Atualizado em 16 nov 2022, 18h01 - Publicado em 30 set 2022, 18h38
candidata mulheres
Da esquerda para a direita: Simone Tebet (MDB), Vera Lucia (PSTU), Sofia Manzano (PCB) e Soraya Tronicke (União Brasil). Divulgação/Agência Senado/Divulgação

Meninas e mulheres brasileiras se consolidam cada vez mais como a maioria do eleitorado brasileiro. Em 2022, isso se repete – e ainda bate um recorde: neste ano, elas não só são a maior parte dos eleitores, como esta foi a maior marca registrada na série histórica. E, entre a população jovem, elas também são a maioria. 

Neste ano, Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil), Sofia Manzano (PCB) e Vera Lucia (PSTU) são as candidatas à Presidência que representam as mulheres em um universo político majoritariamente masculino – e em uma eleição marcada pela violência política de gênero e uma atmosfera antidemocrática, de polarização e rivalidade.

Nas pesquisas eleitorais mais recentes, Simone Tebet aparece com 5% de intenção de voto. E Soraya Thronicke (União Brasil) com 1%. Sofia Manzano e Vera Lucia não pontuaram. A CAPRICHO aproveitou este momento político tão importante e fez duas perguntas sobre a população jovem às candidatas – e que acabam ficando de fora dos planos de governo.

São elas:

 

 

Apenas Simone Tebet, Soraya Thronicke e Vera Lucia responderam aos questionamentos da reportagem da CH. Sofia Manzano não enviou às respostas a tempo da publicação deste texto.

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Veja o que as candidatas à Presidência responderam à CH:

Simone Tebet

“Eu sempre disse que, desde o começo, crianças e adolescentes são prioridades pra mim. Como esses jovens já passaram por essa fase, ele precisa ser protegido para no futuro ter dignidade, emprego, educação. O maior projeto que a gente pode oferecer para os jovens é um ensino básico e médio de qualidade e estimular a ficar na escola”, afirmou a candidata.

Um dos projetos dela para estimular essa permanência dos jovens no ambiente escolar é o Poupança Jovem. “A gente tem que pagar para ele ficar ali. E não é ilusão, porque esse projeto é muito barato. 1,5 se formam, por exemplo, se você colocar 5 milhões, isso é metade do orçamento secreto.”

Apesar de não ter respondido de forma concreta sobre o que pretende fazer em seu governo em relação às políticas para as meninas e mulheres, a candidata firmou que “o fato de termos duas mulheres candidatas [na chapa, sua vice é a também senadora Mara Gabrilli] mostra um empoderamento – não são quaisquer mulheres, são mulheres do diálogo, da moderação, que falam com a esquerda, com a direita.”

E lembrou de sua atuação no Congresso Nacional. “O Congresso tem feito a sua parte. Eu fui a primeira líder da bancada feminina e a gente avançou muito no combate à violência contra a mulher e à pobreza menstrual; questões como essas estão se tornando públicas e as pessoas estão começando a entender que isso não é uma pauta de toda a sociedade.”

“Ainda que a menina não vá votar em mim ou na Mara, ela tem se sentido reconhecida, valorizada. Tem duas mulheres que no momento mais importante da História e complexo sobre violência política – eu sou massacrada nas redes sociais, com fake news. E, pior ainda, tentam sempre puxar o nosso tapete – eu penso que essas meninas olham e veem duas mulheres de coragem”, finalizou. “Eu quero ver uma mulher preta presidente da república, eu quero ver as mulheres com igualdade de condições no Congresso, no Judiciário. Isso é muito gratificante.”

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Soraya Thronicke

“Vejo este crescente engajamento dos jovens com a Política com grande alegria. É um orgulho saber que eles estão assumindo responsabilidades desde cedo com o próprio futuro. Ter essa consciência e participar mais ativamente da Política é entender que o País precisa deles nas decisões diretas”, afirmou a candidata.

Ela ainda disse que sua prioridade quando o assunto é juventude é educação. “Um país que não investe na correta formação de suas crianças e jovens não patrocina efetivamente a nova Economia do conhecimento, que é estruturada na inovação tecnológica, no desenvolvimento de novos produtos, em mercado, na criatividade e na pesquisa.”

Sobre suas propostas, a postulante ao cargo afirmou que vai:

Sobre as políticas para meninas e jovens mulheres, a candidata afirmou que sua principal intenção e ampliar a atuação da Casa da Mulher Brasileira. “Como presidente da República, um dos meus primeiros atos seria ampliar, imediatamente, a Casa da Mulher Brasileira, assim como abrir mais unidades da Sala Lilás no País”, afirmou.

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Sala Lilás, citada pela atual Senadora, presta atendimento especializado e humanizado às mulheres vítimas de violência física e sexual dentro das delegacias, com equipe multidisciplinar e a integração dos serviços de atendimento de saúde e acolhimento psicológico, com uma escuta segura, sempre feito por uma profissional do gênero feminino.

Vera Lucia

Ao responder o primeiro questionamento da CH, Vera Lucia aproveitou para valorizar a participação da juventude nas eleições 2022.

“É muito importante que os jovens se engajem na política, busquem seus candidatos e procurem projetos de país que atendam suas necessidades, e principalmente que mantenham esse engajamento para além das eleições, porque os ricos chamam os jovens para participar da política, mas só se for para votar no projeto deles a cada eleição. Nós queremos que os jovens se tornem sujeitos políticos, o que vai muito além do voto, e passa pelo envolvimento na construção de um projeto de sociedade diferente do que vivemos hoje com o capitalismo.”

Entre suas propostas para este público, ela afirmou que existem “dois problemas centrais na vida dos jovens, que são a educação e emprego”.

“Uma educação muito precária, que não serve para que o jovem consiga bons empregos, além de altos índices de desemprego e informalidade, deixando uma boa parcela da juventude em empregos como telemarketing, entregadores de aplicativo e serviços. Precisamos de mais investimento em educação, também criar um plano de obras públicas para gerar emprego, e diminuir a jornada de trabalho, sem redução de salário, para poder empregar mais jovens”, concluiu a candidata.

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Sobre a proteção às meninas e mulheres e o papel do Estado brasileiro, ela afirmou que entende a importância deste tema, e que ele exige a combinação de vários fatores. Entre eles:

Pensar políticas públicas para a juventude é urgente

A quantidade de eleitores das faixas etárias entre 16 e 17 anos — que não são obrigados a votar, ou seja, nossa galera — foi determinante para o aumento desse número. Mas o número de meninas eleitoras nesta faixa etária chegou a 1.157.461. Enquanto o número de meninos ficou em 957.485. E pensar políticas para essa população é urgente.

Uma explicação possível para este engajamento é porque meninas e mulheres, principalmente as mais pobres e que são chefes de família, sofrem com os efeitos da crise econômica e são mais afetadas por benefícios sociais. Nesse contexto, é esperado que busquem soluções que garantam algum tipo de segurança em momentos críticos como o que vivemos.

“É importante mostrar a diferença que faz o jovem se envolver”, afirma Carolina de Paula, cientista política e pesquisadora da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) em entrevista à CH. “A gente mora num país que tem um sistema público de saúde, um transporte público, um sistema de educação público… que pode ser melhor. É importante que ele eleja pessoas que melhorem o dia a dia dele, mostrando a necessidade de bons políticos, que façam boas políticas públicas.”

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E atenção: de modo geral, todo o país registrou 156,4 milhões de eleitores aptos a votar em outubro, um número recorde na história eleitoral do país. São 9,1 milhões de eleitores a mais que em 2018, com um crescimento de 6,21%.

Ter novos eleitores significa uma nova base de eleitorado, o que também quer dizer que essas pessoas podem determinar os rumos da eleição. E, em um ano tão importante, com questionamentos até sobre a legitimidade da urna eletrônica, é essencial fazermos um uso consciente do nosso poder de voto – e até das nossas redes sociais.

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