Para Bolsonaro, o incentivo ao voto dos jovens favoreceu Lula em 2022
Em live, o ex-presidente disse que a campanha do TSE de incentivo ao voto jovem ajudou seu adversário, que era mais querido por esse público
O ex-presidente Jair Bolsonaro disse, durante live no último domingo (28), que campanha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com foco nos jovens favoreceu o seu rival Luiz Inácio Lula da Silva, na eleição de 2022, na qual ele foi derrotado.
“O nosso querido TSE fez uma campanha por ocasião das eleições de 2022 para que os menores de 17, 16 anos tirassem o título de eleitor. Foram em torno de 4,5 milhões de jovens que tiraram o título. E 80% dos jovens votam na esquerda, votam no PT”, disse na transmissão. Em seguida, ponderou: “Foi uma campanha do TSE, que com toda certeza a intenção não foi essa, mas ajudou em muito as eleições de 2022”.
Bolsonaro se referiu a uma série de ações organizadas pelo TSE para incentivar o alistamento eleitoral e o voto consciente dos jovens de 16 e 17 anos, que, mesmo não sendo obrigados a votar, podem participar do processo eleitoral e escolher seus representantes. Com campanhas vinculadas na televisão, apoio de artistas e muito movimento nas redes sociais, a mensagem chegou na nossa galera, que entendeu a importância do voto como um exercício de cidadania que fortalece a democracia.
Assim, em 2022, batemos o recorde de adolescentes registrados para votar. Depois das campanhas de incentivo deste ano, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) anunciou que mais de 2 milhões de jovens entre 16 e 18 anos fizeram o registro para votar. De acordo com a corte, o eleitorado dessa faixa etária cresceu mais de 50% em relação a 2018. Que salto, né?
O impacto do voto jovem nas eleições
Como falamos aqui durante a cobertura das eleições daquele ano, ter novos eleitores significa uma nova base de eleitorado, o que também quer dizer que essas pessoas podem determinar os rumos da eleição. E, em um ano tão importante, com questionamentos até sobre a legitimidade da urna eletrônica, foi muito importante essa movimentação.
Em entrevista à CH na época das campanhas eleitorais, Flávia Biroli, professora de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), explicou por que os candidatos estavam disputando o voto jovem: “É uma eleição muito polarizada e faz muita diferença conquistar esses segmentos do eleitorado – os jovens são um contingente importante dos eleitores”, afirmou a especialista.
Antes mesmo do resultado sair, ficava claro quem eram os eleitores declarados dos dois principais candidatos ao pleito deste ano: para Bolsonaro, os eleitores eram homens mais velhos e brancos. Já para Lula, os eleitores eram mais jovens, com idade entre 16 e 24 anos.
Isso se confirmou com o fim das eleições. Segundo um levantamento da CNN, Lula foi o candidato mais votado em oito das dez cidades mais jovens do país, seguindo o mesmo cenário registrado no 1º turno das eleições.
O poder da nossa galera
Independentemente da sua posição política, fica claro a potência que é a participação dos jovens na política. Em 2022, nossa galera fez parte de um momento histórico da nossa política – e com certeza influenciou nos resultados registrados pelas urnas. Mas não para por aí: dá para continuar agindo politicamente em casa, na escola e no bairro (e mudar o mundo) – nesta outra matéria aqui te damos boas dicas para isso.
E já anota aí: em 6 de outubro de 2024, será o dia de ir às urnas para votar nas candidatas e candidatos aos cargos de prefeito e vice-prefeito de sua cidade, bem como vereadoras e vereadores que atuarão nas casas legislativas dos municípios do país.
Vale lembrar que o voto é obrigatório a partir dos 18 anos, mas quem tiver 16 e 17 anos já pode exercer esse direito, viu? Inclusive, se você tem 15 anos ainda mas vai completar 16 anos até a data da eleição (6 de outubro) também pode requisitar à Justiça Eleitoral a emissão do título de eleitor. Neste outro texto, falamos mais por que você precisa já começar a se preparar para as eleições municipais de 2024.