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Mulheres do futebol não vão se calar diante de denúncias de assédio

Jogadoras mostraram isso no último fim de semana - fazendo história, novamente, na modalidade.

Por Andréa Martinelli Atualizado em 16 abr 2024, 09h39 - Publicado em 16 abr 2024, 06h00
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s protestos contra Kleiton Lima, iniciados na sexta-feira (12), em diferentes jogos do Brasileirão Feminino, continuaram após o técnico pedir demissão do comando do Santos. Ele foi desligado do cargo nesta segunda-feira (15), após retomar ao clube em meio a denúncias de assédio por parte de 19 jogadoras.

Nas duas partidas de ontem, segunda-feira, do torneio, jogadoras colocaram as mãos na boca antes do apito inicial; este ato faz referência ao fato de elas alegarem não serem ouvidas pelos clubes e dirigentes em relação à casos como este.

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O protesto ocorreu tanto na partida entre Flamengo x Bragantino quanto em Inter x Grêmio. No último fim de semana, as ‘Brabas’ – como é conhecido o time feminino do Corinthians – reagiram ao retorno de Lima com o mesmo protesto durante o hino nacional e durante comemorações de gols em partida contra o time do litoral paulista.

Isso porque o Campeonato Brasileiro Feminino de futebol voltou, após interrupção de quase duas semanas para jogos entre seleções nacionais e também porque a partida entre Santos e Corinthians marcou o retorno de Lima ao time.

Ele havia deixado o clube em setembro do ano passado, após as denúncias de que ele teria cometido assédio moral e sexual; todas foram feitas por cartas anônimas à diretoria do clube.

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Ele negou as acusações e revelou ter pedido junto aos dirigentes do clube a abertura de um inquérito – ou seja, de uma queixa formal – para ser realizada uma investigação da autoria das cartas com as denúncias, alegando ser vítima de calúnia e difamação.

Segundo a Agência Brasil, coordenadora de futebol feminino santista, Thais Picarte, disse que o clube  realizou uma apuração interna e que os argumentos contra Kleiton eram “frágeis”. Agora, sete meses depois, o acusado pediu demissão do cargo.

Na partida que marcou o retorno dele ao time, jogadoras – tanto titulares, quanto reservas – alinharam com uma das mãos na boca, como se estivessem sendo “silenciadas”. Entre elas, a volante Yaya, que estava nas “Sereias da Vila”, apelido do time feminino do Santos, em 2023.

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Mas não para por aí. Antes de a bola rolar no outro jogo da última sexta, entre Palmeiras e Avaí Kindermann, no Estádio Jayme Cintra, em Jundiaí (SP), as atletas das duas equipes se reuniram e fizeram o mesmo gesto. No elenco alviverde, a volante Brena e a atacante Tainá Maranhão defenderam o Santos no ano passado.

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“Por se tratar de uma decisão pessoal, o Santos Futebol Clube aceitou o pedido e reiterou sua confiança de que o assunto seja definitivamente encerrado”, diz nota oficial do clube após o pedido de demissão de Kleiton Lima.

“Desde a sua contratação, o treinador vem sofrendo críticas e nos últimos dias até ameaças de morte em razão das acusações feitas no ano passado. Mesmo convicto de que não cometeu nenhum dos atos pelos quais é acusado, Kleiton Lima entendeu que seu pedido de afastamento é a melhor opção para preservar todas as partes”, concluiu o clube.

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Sociedade
Mulheres do futebol não vão se calar diante de denúncias de assédio
Jogadoras mostraram isso no último fim de semana - fazendo história, novamente, na modalidade.

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