O Instagram lança nesta segunda-feira (26), às vésperas do 1º turno das eleições 2022, um novo pacote de adesivos para você espalhar na plataforma e apoiar o voto feminino no pleito deste ano – e a CAPRICHO te conta essa novidade com exclusividade. Eles já estão no ar e podem ser uma forma de você expressar o que deseja para o futuro do país.
E olha só: toda a ideia surgiu em um workshop só para meninas entre 18 e 23 anos em Brasília, no início deste ano, realizado em parceria com a Girl Up e a Obvious Agency. Foram escolhidas três temáticas: “vote”, “meu voto tem poder” e a hashtag “#EuTuNósVozPorElas” que ganharam forma pelas mãos da ilustradora Lana Minna.
Em conversa com a CAPRICHO, ela diz que seu trabalho é traz para a discussão o engajamento cívico de meninas e jovens mulheres E que trazer esse debate para as redes sociais é, acima de tudo, mostrar que política é um assunto para todos.
“A política durante muito tempo foi vista como algo confuso, somente pra gente que se especializou sobre isso. Quando algo parece distante, podemos facilmente acreditar que aquilo é difícil, complicado ou que simplesmente não é pra gente. Trazendo assuntos como a política para as redes sociais, ela se torna mais próxima e assim é tirada bastante daquela cortina de fumaça”, explica.
“É incrível a quantidade de mensagens que recebo com pessoas encantadas por terem descortinado minimamente um tema que até então pra elas era um tabu e com os stickers para as eleições, tenho certeza que não vai ser diferente. A gente precisa conversar cada vez mais sobre tudo. Acredito que se conversássemos mais, conseguiríamos desenrolar muita coisa estranha que vivemos como brasileiros”, diz.
Ela conta que seu processo de criação trouxe referências e inspirações de outras ilustradoras brasileiras que tem como tema central as questões femininas e que desenvolvem um trabalho estético-político, como Yacunã e Camila Rosa. Os chamados “letreiros vernaculares”, aqueles letreiros populares que vemos nos mercados e muros das ruas também estão presentes.
“Queria trazer esse apelo da força da rua, do letreiro que chama atenção de longe como um “chamamento” a votar. De uma maneira bem agradável, combinou muito bem com o meu estilo ‘abrasileirado’ de ilustração, estou bem contente com o resultado.”
Gabriel Recalde, Gerente de Políticas Públicas do Instagram para a América Latina, explica que o lançamento dos stickers busca também dar mais expressão e potência ao voto jovem. “Esperamos que os stickers sirvam de incentivo a conversas e à participação cívica de jovens eleitores e a de lideranças femininas nas mais diferentes partes do país”, afirma.
Entre debates e palestras, a jovens que participaram do workshop em maio tiveram a oportunidade de conversar sobre representatividade feminina com a Ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Eleitoral), Ministra Maria Cláudia Bucchianeri, que integra o TSE e Mafoane Odara, líder de recursos humanos para América Latina na Meta.
A ativista pelo direito das mulheres Ana Carolina Lourenço, que é socióloga e co-fundadora do Movimento Mulheres Negras Decidem e as deputadas Margarete Coelho, Tereza Nelma e Rosângela Gomes também falaram às jovens sobre violência contra a mulher na política, feminismo e engajamento cívico.
Parte das jovens integra coletivos regionais que buscam mudar o contexto em que vivem; outras já chegaram a se candidatar a cargos eletivos e já chegaram a participar da elaboração do texto da legislação que garantiu acesso à absorventes descartáveis no país.
E ah, meninas e mulheres brasileiras se consolidam cada vez mais como a maioria do eleitorado brasileiro, viu?. Em 2022, isso se repete – e ainda bate um recorde: neste ano, elas não só são a maior parte dos eleitores como esta foi a maior marca registrada na série histórica.
Segundo dados dos TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ao todo, elas são 82.373.164 eleitoras, o que equivale a 52,65% do total – isso mesmo, mais do que a metade de todos os aptos a votar no país. Entre os homens são 74.044.065, eleitores, um total de 47,33%.
Uma explicação possível para este engajamento é porque meninas e mulheres, principalmente as mais pobres e que são chefes de família, sofrem com os efeitos da crise econômica e são mais afetadas por benefícios sociais. Nesse contexto, é esperado que busquem soluções que garantam algum tipo de segurança em momentos críticos como o que vivemos.
E atenção: todo o país registrou 156,4 milhões de eleitores aptos a votar em outubro, um número recorde na história eleitoral do país. São 9,1 milhões de eleitores a mais que em 2018, com um crescimento de 6,21%.
E a quantidade de eleitores das faixas etárias entre 16 e 17 anos — que não são obrigados a votar, ou seja, nossa galera — foi determinante para o aumento desse número.
Após uma intensa campanha do TSE para emitir o título de eleitor, que envolveu influenciadores digitais, artistas e políticos, o eleitorado jovem cresceu 51,13%. Essa faixa etária registrou 716.164 eleitores a mais do que em 2018, apontam os dados. Neste ano, somos mais de dois milhões de eleitores, consolidados em 2.144.946.
Mas os dados ficam mais interessantes ainda quando olhamos por faixa etária e gênero O número de meninas eleitoras, entre 16 e 17 anos, quando o voto ainda é facultativo, chegou a 1.157.461. Enquanto o número de meninos na mesma faixa etária ficou em 957.485.
Ter novos eleitores significa uma nova base de eleitorado, o que também quer dizer que essas pessoas podem determinar os rumos da eleição. E, em um ano tão importante, com questionamentos até sobre a legitimidade da urna eletrônica, é essencial fazermos um uso consciente do nosso poder de voto – e até das nossas redes sociais.
Vamos juntas nessa?