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Estudante de 12 anos atira em colegas em escola na Finlândia

Ao menos uma morte foi confirmada; outras duas crianças ficaram feridas, e agressor foi detido.

Por Andréa Martinelli 2 abr 2024, 13h16
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ais um ataque a tiros dentro em escola aconteceu nesta terça-feira (2). Desta vez, o caso aconteceu em uma cidade chamada Vantaa, um subúrbio da capital Helsinque, na Finlândia. Até o momento, a morte de uma criança de 12 anos foi confirmada. O suspeito, que também é menor de idade, foi preso. As informações são da agência de notícias internacional Reuters.

Segundo a agência, outras duas crianças estão gravemente feridas. O ataque ocorreu na escola Viertola, que tem cerca de 800 alunos do primeiro ao nono ano e uma equipe de cerca de 90 pessoas.

A polícia afirmou que o suspeito de 12 anos admitiu ter cometido os crimes e teria agido sozinho. Ele estava na capital, Helsinque, quando foi encontrado pelas autoridades. Informações preliminares da investigação mostram que a criança tinha um revólver registrado em nome de um “parente próximo”.

O caso é investigado como assassinato e tentativas de assassinato, ainda segundo a polícia. “O perigo imediato acabou”, disse Sari Laasila, diretor da escola de Viertola, à Reuters.

As primeiras autoridades chegaram nove minutos após o chamado de emergência, ainda de acordo com a polícia. A motivação do ataque ainda não é conhecida.

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Caso é muito semelhante à outros que já vivemos aqui no Brasil

O relatório “O extremismo de direita entre adolescentes e jovens no Brasil: ataques às escolas e alternativas para a ação governamental” aponta que o uso do humor, por meio de memes nazistas e fascistas e discurso de ódio “irônicos”, é um outro método de cooptação muito usado. O objetivo é relativizar e normalizar as violências, encobrindo de “brincadeira”.

A pesquisa também mostrou que comunidades de jogos online como Roblox, Fortnite, Minecraf, principalmente no Youtube, tornaram-se um caminho para jovens terem contatos primeiro com discursos de ódio mascarados até serem levados para outros canais onde os discursos vão se tornando mais extremos.

A doutora em psicologia clínica pela USP Joana Vartanian explicou que é comum que crianças e adolescentes reproduzam ações de outras pessoas como uma espécie de espelho, já que suas identidades ainda estão em formação. “O jovem vê um comportamento que funciona e acaba imitando para atingir algum fim de ordem emocional, de acolhimento ou de valorização social”, disse em entrevista ao R7.

Quando o jovem apresenta déficit de habilidades emocionais ou de recursos emocionais” eles são ainda mais vulneráveis à exposição de conteúdos violentos e suscetíveis à reprodução desses comportamentos, alerta a psicóloga.

O que podemos fazer para conter o problema

Como já discutimos aqui na CAPRICHO, o problema dos ataques nas escolas vai além da questão da segurança pública. Ele envolve diversos aspectos psicológicos, políticos e sociais.

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No estudo “Ataques de violência extrema em escolas no Brasil”, a professora Telma Vinha e a mestranda Cleo Garcia, da Faculdade de Educação da Unicamp, concluíram que a violência praticada por jovens é premeditada e motivada por raiva, vingança e envolvimento com grupos extremistas, principalmente na internet.

Telma, que é coordenadora do Grupo Ética, Diversidade e Democracia na Escola Pública, da universidade de Campinas, defende que a prevenção e o enfrentamento desse novo contexto passam pela articulação dos vários segmentos da sociedade.

As escolas, por exemplo, precisam exercer um papel importante na educação midiática e tecnológica da juventude. E isso significa ensinar além do uso das ferramentas digitais, mas preparar os jovens contra a desinformação e o radicalismo presentes nas redes sociais. A escuta e o diálogo dos professores com seus alunos, para saber o que eles estão sentindo, também é uma medida necessária.

Em entrevista ao site da Unicamp, a professora também fez algumas recomendações para a nossa galera. É claro que não vamos conseguir resolver tudo sozinhos, mas algumas ações farão muita diferença nesse contexto, viu? O primeiro conselho dado pela especialista é evitar fazer ameaças de brincadeira – “ainda mais num momento de crise como este que estamos vivendo”, né? Não tem graça e pode complicar as coisas.

Telma reforça para os estudante que autodefesa não é o caminho. Certo? “Muitos estão levando faca para a escola, num suposto movimento de defesa. Ou seja, não podemos aceitar arma na escola, porque isso seria [usar a] violência contra a violência”, explicou na reportagem da universidade.

Portanto, você, que ainda está no colégio, fique atento e informe aos professores e coordenadores se perceber que um colega de sala está agindo estranho e que precisa de ajuda.

Se receber mensagens, vídeos, fotos ou áudios com as ameaças, não compartilhe. É desse jeito que esse movimento de ódio vai ganhando força. Além disso, quem espalha essas mensagens também pode responder criminalmente por isso, viu?

Como denunciar

Se souber de uma ameaça ou algum plano de ataque, você deve procurar as autoridades para fazer uma notificação. Entre as ações da Operação Escola Segura, comandada pelo Ministério da Justiça para lidar com essa onda de violência nas escola, foi lançado um canal no site para que sejam denunciados sites, blogs e publicações nas redes sociais. O site para denúncia é o http://www.mj.gov.br/escolasegura

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