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Estas 11 imagens mostram a força das meninas exigindo seus direitos no Irã

O início de uma revolução protagonizada por meninas iranianas marcou 2022.

Por Andréa Martinelli 26 dez 2022, 17h58
Mahsa Amini protest in Istanbul, Türkiye
Meninas protestam na frente do consulado Iraniano em 26 de setembro, em Estambul, na Turquia. Protestos após morte de Mahsa Amini se espalharam pelo Oriente Médio. Getty Images/Getty Images

Após o assassinato brutal da jovem Mahsa Amini, 22, no Irã, milhares de meninas e jovens mulheres saíram às ruas do país para protestar contra o regime e exigir seus direitos. O símbolo? Uma tesoura e cabelos cortados nas mãos em homenagem à Amini. Estes atos desencadearam uma revolução feminina no país, um dos mais conservadores do Oriente Médio, que marcou 2022.

Nós já te contamos por aqui, mas vale relembrar: a jovem curda, que visitava a capital Teerã, morreu três dias após ser detida pela “polícia da moralidade” pelo uso indevido do Hijab, que exige que mulheres cubram os cabelos com um véu ou lenço ao saírem em público. A família de Amini alega que a jovem foi espancada em várias áreas do corpo enquanto estava sob custódia. Após ter ficado alguns dias internada em um hospital local, ela entrou em coma e não resistiu.

Durante três semanas de protestos, o slogan “Mulheres, vida, liberdade” foi entoado nas ruas em sua maioria por jovens iranianas, e muitas delas tirando seus véus e ateando fogo neles, cortando ou raspando seus cabelos, um ato que chegou a ser repetido em vários outros países ocidentais – inclusive por atrizes conhecidas como Juliette Binoche e Penélope Cruz.

A gente explica: lei iraniana – que é baseada na Sharia – uma interpretação jurídica do Alcorão – diz que as meninas e mulheres devem usar o HIjab cobrindo todo o cabelo e o pescoço.

Além disso, também não é permitido que elas usem roupas curtas, acima dos joelhos, nem calças apertadas ou jeans com efeito destroyed – aquele puído, rasgado, sabe? E cabe à chamada “polícia da moralidade”, fiscalizar o cumprimentos dessas regras de vestimenta.

Uma revolução feita por meninas

New Yorkers Rally Against Iran's Government, As Protests Over Mahsa Amini's Death In Custody Continue Globally
Os protestos chegaram até Berlim, na Alemanha. Uma pilha de cabelos cortados em uma cesta foi vista em uma das manifestações (Foto por Sean Gallup/Getty Images) Getty Images/Getty Images
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Não só as ruas foram atingidas por essa revolução. Alunas de escolas protestaram em seus colégios tirando a peça que cobre a cabeça e entoando canções contra os líderes religiosos do país, viu? Os vídeos das manifestações das adolescentes chegaram até a viralizar nas redes sociais o que provocou uma nova onda de repressão.

Em um colégio secundário em Teerã, meninas foram revistadas e agredidas após se negarem a entregar o celular. A intenção desse controle era barrar a publicação dos protestos dos estudantes nas redes sociais. Os oficiais chegaram até a lançar gás lacrimogêneo contra os pais das estudantes, que foram ao local preocupados com a ação.

Pois é. Mas há um efeito triste e reverso acontecendo também: desde setembro, quase 500 mulheres e meninas foram mortas e cerca de 1800 manifestantes foram presos no Irã, segundo a Reuters, agência internacional de notícias. O que não impediu que todo o protagonismo dessa luta pela liberdade feminina – que é inédita na história – fosse homenageada.

As mulheres e meninas iranianas foram eleitas “Heroínas do Ano” pela revista Time. A publicação traz anualmente a premiação de uma pessoa, grupo ou evento mais influente do ano e elas foram as escolhidas da vez.

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O editorial da revista norte-americana destacou que “as mulheres mais jovens estão agora nas ruas. O movimento que elas lideram é educado, liberal, secular, criado com expectativas mais altas e desesperado por normalidade: faculdade e viagens ao exterior, empregos decentes, estado de direito, acesso à Apple Store, um papel significativo na política, a liberdade de dizer e usar o que quer que seja.”

Apesar de suas reivindicações ainda não terem se tornado realidade, elas alcançaram a possibilidade de serem ouvidas pelo resto do mundo – o que pode ser considerado essencial para uma revolução.

Veja algumas das imagens que resumem a força delas nos protestos deste ano:

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Sydney Street Artist Shows Support For Iran With Mural Of Mahsa Amini
Um mural com a foto de Mahsa Amini e a frase “Mulher, vida, liberdade”, foi pintado nas ruas de Sidney, na Austrália. Getty Images/Getty Images
Women And Men Protest Against The Death Mahsa Amini In Pisa
Em Pisa, na Itália, meninas e mulheres iranianas que moram no país foram às ruas protestar contra o governo de seu país natal. Getty Images/Getty Images
Demonstration By Iranian Students In Italy Against The Iranian Government
Meninas e mulheres utilizam a tesoura para cortar seus cabelos em protesto após a morte de Mahsa Amini. Getty Images/Getty Images
Protest For The Death Of Mahsa Amini And In Support Of Protesters In Iran
Uma garotinha segura a bandeira do Irã em protesto em solidariedade à Mahsa Amini e sua família. Getty Images/Getty Images
DOHA, QATAR - NOVEMBER 25: Fans hold up a shirt with the name of Mahsa Amini and a flag advocating for women's rights prior to the FIFA World Cup Qatar 2022 Group B match between Wales and IR Iran at Ahmad Bin Ali Stadium on November 25, 2022 in Doha, Qatar. People have continued demonstrating in Iran over the death of Mahsa Amini in September. Mahsa Amini fell into a coma and died after being arrested in Tehran by morality police, for allegedly violating the country's hijab rules. (Photo by Matthias Hangst/Getty Images)
E os protestos chegaram até a Copa do Mundo no Qatar, viu? Getty Images/Getty Images
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Mahsa Amini protest in Istanbul, Türkiye
Protestos também contaminaram as ruas de Istambul, na Turquia Getty Images/Getty Images
Activists Demonstrate Against Iranian President Ebrahim Raisi Outside Of The United Nations
Em Nova York, mulheres também foram às suas se solidarizar à Mahsa Amini. Getty Images/Getty Images
Demonstration In Italy In Support Of Iranian Protests
Imagens de Amini machucada e já internada no hospital foram utilizadas nos protestos como tentativa de sensibilizar a população Getty Images/Getty Images
Protest Outside Iranian Consulate In Istanbul Over Death Of Mahsa Amini
A tesoura e um punhado de cabelo nas mãos podem fazer uma revolução Getty Images/Getty Images
Protests Continue Outside Iranian Consulate In Istanbul Over Death Of Mahsa Amini
Elas saíram pelas ruas queimando seus hijabs e com os punhos em riste para defender seus direitos Getty Images/Getty Images
New Yorkers Rally Against Iran's Government, As Protests Over Mahsa Amini's Death In Custody Continue Globally
A comunidade iraniana está espalhada por todo o mundo. Em Nova York, elas também cortaram seus cabelos em público Getty Images/Getty Images
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Estas 11 imagens mostram a força das meninas exigindo seus direitos no Irã
Sociedade
Estas 11 imagens mostram a força das meninas exigindo seus direitos no Irã
O início de uma revolução protagonizada por meninas iranianas marcou 2022.

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