De refugiado a craque da Copa: conheça a história do jovem Alphonso Davies
Aos 22 anos, o canadense nasceu em um campo de refugiados em Gana e é embaixador da ONU, usando sua voz, seu talento e sua fama pra fazer a diferença
Esta é a segunda vez que o Canadá disputa uma Copa do Mundo. A primeira vez foi em 1986. E apesar da derrota no primeiro jogo para a Bélgica, a seleção fez um jogo bonito e é a casa de um jogador com uma história pra lá de representativa.
Aos 18 anos, Alphonso Davies estreia no mundial com a camisa 19. Nascido no dia 2 de novembro de 2020, o jogador, que atua no Bayern Munich, da Alemanha, é o atleta mais rápido da Bundesliga, alcançando a velocidade máxima de até 36,96 km/h.
O recorde, contudo, não teria sido batido se não fosse a ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), que ajuda anualmente mais de 80 milhões de refugiados no mundo.
Acontece que Alphonso Davies é um refugiado. Ele nasceu em um campo de Buduburam, em Gana. Cinco anos depois, os pais do craque, Debeah e Victoria Davies, ambos liberianos, decidiram tentar a sorte no Canadá, onde receberam apoio da organização.
Davies é o quarto filho de seis irmãos e sua família deixou a Libéria por causa da guerra. No Canadá, ele começou a praticar esportes e mostrar habilidade para o futebol. Aos 15 anos, entrou para uma equipe profissional e, um ano mais tarde, chegou à seleção, tendo sido naturalizado cidadão canadense em 6 de junho de 2017.
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A história de vida de Alphonso despertou nele o desejo de dar voz e ajudar outros refugiados. Em abril deste ano, ele foi nomeado embaixador especial de Boa Vontade das Nações Unidas. “Eu sei o que é ser um refugiado. A minha família teve de deixar tudo para trás na Libéria para encontrar segurança no Gana. A família foi para o Canadá como parte de um programa de ajuda aos refugiados do ACNUR”, declarou o futebolista na ocasião.
O craque ainda disse que pretende partilhar histórias e ajudar a fazer a diferença – como já vem fazendo. Em março, ele lançou ao lado do governo do Canadá uma campanha para promover o acesso à educação dos refugiados, que, na maioria das vezes, são marginalizados pela sociedade.
“Muita vezes pergunto: ‘O que seria de mim se tivesse ficado no campo de refugiados?’. Acho que não chegaria onde estou hoje”, refletiu o jogador, que quase ficou de fora da Copa por causa de sequelas cardíacas deixadas pela Covid-19.