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Criar cidades mais seguras é uma forma de proteger meninas e mulheres

Este ano temos de eleições municipais e precisamos votar em prefeitas e vereadoras que pautem o acesso a políticas públicas com responsabilidade.

Por Clara Capiberibe, estudante de ciências ambientais e líder Girl UP Brasil Atualizado em 20 mar 2024, 16h15 - Publicado em 20 mar 2024, 15h51
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im, investir em cidades mais seguras é essencial para garantir a efetivação dos direitos de meninas e mulheres. E isso ficou ainda mais claro pra mim nesta viagem. Eu saí do Amapá, extremo norte do país, para cobrir junto com a CAPRICHO + Girl UP Brasil, a Conferência das Mulheres (CSW), maior evento mundial sobre o tema, que acontece na sede da ONU aqui em Nova York (vem ler aqui o meu primeiro texto).

Estou hospedada em um Hostel aqui em West Side, o que dá mais ou menos 40 minutos a pé do espaço da ONU. É lógico que como uma boa turista – e um pouco aventureira – eu decidi fazer o trajeto andando para conhecer a cidade e aprender a me localizar melhor por aqui.

Quando falei que fui andando até lá, algumas pessoas ficaram preocupadas e isso me fez refletir… Será que as nossas cidades são seguras para mulheres, mesmo? Eu amo andar de bicicleta na minha cidade, vou para todos os locais que quero ir sobre duas rodas e me sinto livre para me locomover quando eu quiser.

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Mas aí, lembrei que tenho horário para voltar… sempre volto para casa antes do anoitecer, lá pelas 18:30. Quando anoitece, a cidade fica com pouca iluminação e, por isso, menos segura para andar sozinha por aí.

E foi esse o ponto que me pegou de imediato: investir em iluminação pública também é investir em cidades mais seguras para as mulheres. Isso porque andando por Nova York, percebi uma conexão com Macapá. Eu, sozinha, em um outro país, precisei voltar para o hotel mais cedo porque a cidade não é tão iluminada quanto deveria. E isso torna ela menos segura para nós.

Quando pautamos a maior conferência do mundo relacionada à ampliação e efetivação dos direitos das mulheres, não podemos deixar de apontar questões que infelizmente afetam a nossa liberdade de ir e vir. Este ano, no Brasil, é de eleições municipais, e precisamos votar em prefeitas e vereadoras que pautem o acesso a políticas públicas com responsabilidade.

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A ONU deseja promover mecanismos que desenvolvam a equidade de gênero e o empoderamento feminino a nível global. Mas não adianta pensar no global, sem levar o dia a dia em consideração. Buscar formas de construir cidades mais seguras é um dos pontos muito importantes quando se fala de um mecanismo das esferas do poder público que vão nos ajudar nesta efetivação e assegurar o nosso direito constitucional (pelo menos no caso brasileiro) de ir e vir.

Como é na cidade de vocês? A iluminação pública, transporte público fazem com que vocês se sintam seguras no caminho da escola, faculdade, trabalho e lazer? Não deixem de pensar sobre isso neste ano e de regularizarem seu título para votarem, hein?

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