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Cavalo ilhado no RS reforça urgência de debate sobre mudanças climáticas

Caramelo, como foi apelidada nas redes sociais, foi resgatado nesta quinta-feira (9) e se tornou símbolo da tragédia enfrentada pelos gaúchos

Por NAIARA ALBUQUERQUE Atualizado em 9 Maio 2024, 15h32 - Publicado em 9 Maio 2024, 13h31

O Brasil inteiro parou nesta quinta-feira (9) para acompanhar de perto o resgate de Caramelo em Canoas, no Rio Grande do Sul (RS). Caramelo é um cavalo que foi nomeado a partir da mobilização nas redes sociais e se tornou um símbolo da tragédia enfrentada pelos gaúchos nos últimos dias.

Mais do que isso: a imagem de um cavalo se equilibrando em um telhado em meio a casas completamente submersas reforça a ideia de que já passou da hora de debatermos e falarmos abertamente sobre políticas públicas em um contexto de mudanças climáticas.

A falta de preparo de políticos para lidar com as mudanças climáticas têm sido muito debatida nos últimos dias. Em 2024, dos 34 parlamentares gaúchos, apenas uma destinou emendas específicas para prevenção de desastres no Estado.

Foi a parlamentar Fernanda Melchionna, do PSOL, que reservou R$ 1 milhão para o “apoio à execução de estudos, planos, projetos e obras de prevenção e de proteção à erosão costeira em áreas urbanizadas”.

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No âmbito federal, o despreparo também é evidente. Nesta semana, em meio ao caos climático do RS, o Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, agendou a discussão do projeto de lei 3.334/2023, que visa a diminuição da Amazônia Legal.

De acordo com informações do Ministério do Meio Ambiente, compilados pela CNN, os impactos dessa eventual redução representam um desmatamento potencial de pelo menos 28,1 mil hectares, ou 281.661 km² —  área que representa todo o território do estado do Tocantins.

Cientistas da comunidade acadêmica já apontaram, há alguns anos, a relação direta entre aumento do desmatamento e piora da crise climática. O último relatório do (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) IPCC destacou, por exemplo, que proteger florestas ajuda no combate às mudanças climáticas. O que estamos esperando, então?

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A entrada inundada do Hospital Mãe de Deus em 6 de maio de 2024 em Porto Alegre, Brasil.
A entrada inundada do Hospital Mãe de Deus em 6 de maio de 2024 em Porto Alegre, Brasil. Max Peixoto/Getty Images

Como aconteceu o resgate da Caramelo

O resgate aconteceu nesta quinta-feira a partir da ação conjunta do Corpo de Bombeiros de São Paulo e um time de veterinários e voluntários, que foram responsáveis por irem até Canoas, um dos municípios mais afetados do RS, aplicarem um calmante no animal e a colocarem em um bote de resgate que percorreu mais de uma hora em meio a bairros completamente submersos para chegar até um ponto de terra firme.

Depois, Caramelo foi colocada em um caminhão que a levou até o hospital veterinário mais próximo de onde estava. Ainda não se sabe o estado de saúde que ela se encontra.

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Segundo o último boletim divulgado nesta quinta-feira (9) pela Defesa Civil, 428 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul ainda estão sofrendo com os efeitos das cheias dos últimos dias. Cerca de 1,48 milhão de pessoas foram afetadas. Até o momento, 107 pessoas morreram e 136 desaparecidos e 374 feridos. E, infelizmente, esse número tende a crescer.

Quer doar para às vítimas do RS? Antes disso, leia o mini guia que preparamos com orientações importantes:

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Cavalo ilhado no RS reforça urgência de debate sobre mudanças climáticas
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