m pai foi preso acusado de abusar sexualmente da própria filha de 17 anos, internada na UTI de um hospital em São Paulo, após ter uma parada cardiorrespiratória que gerou sequelas. O caso veio a público na semana passada e noticiado com exclusividade pelo Profissão Repórter, programa jornalístico da TV Globo.
Ao G1, enfermeiras relataram que, dias após a prisão do pai, no dia 13 de maio, a adolescente teve alta da UTI e foi para o quarto. O homem está detido preventivamente e se tornou réu no processo por estupro.
Este é um assunto delicado, difícil de abordar, mas importante para alertar você, leitor e leitora de CAPRICHO. As imagens que resultaram na denúncia foram feitas por funcionários do hospital. Nelas, é possível ver o homem com a mão dentro do avental da vítima e em partes do corpo dela.
“Tivemos a constatação, realmente, através do exame de corpo de delito, que é o documento mais importante, onde realmente se constatou o abuso sexual, as lesões provenientes desse abuso que esse pai cometia”, comentou Kelly Cristina Sacchetto, delegada seccional, responsável pelo caso, ao Profissão Repórter.
A investigação indica que os abusos sofridos pela paciente eram recorrentes, antes de sua internação. A delegada ainda afirmou que, sem a coragem dos profissionais de saúde em denunciar, o caso não teria se tornado público.
Segundo o programa, o laudo do IML (Instituto Médico Legal) concluiu que a adolescente apresentava “lesões compatíveis com a prática de atos libidinosos” e que a data provável do acontecido seria “recente”.
A polícia ouviu sete funcionários do hospital como testemunhas e a equipe relatou que, durante a noite, na companhia do pai, o comportamento e os sinais vitais da paciente ficavam diferentes.
Outra testemunha contou que depois da filmagem feita, pela manhã, “percebeu que a adolescente estava muito agitada no momento de trocar a fralda, e notou que as partes íntimas dela estavam com muita vermelhidão e fissuras”.
Este tipo de crime é classificado como estupro de vulnerável e se aplica a situações em que a vítima é uma criança ou adolescente com menos de 14 anos, ou quando a vítima não tem discernimento no momento do ato — quando não consegue se defender.
E os números refletem essa realidade. De acordo com dados mais recentes do relatório de segurança do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), são 56 mil denúncias de estupro de vulnerável por ano no Brasil e cerca de 153 casos por dia e seis a cada hora.