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A seca no Amazonas relatada por quem vive lá e conhece a realidade

Zahyra, da Galera Capricho e moradora de Tumbira, traz a perspectiva das comunidades ribeirinhas sobre o problema que assola a Amazônia

Por BLOG DA GALERA Atualizado em 23 out 2023, 22h35 - Publicado em 19 out 2023, 16h12
topo Zahyra Garrido
Barbara Marcantonio/CAPRICHO

Oi, Zahyra aqui! Mais uma vez, venho falar sobre algo que está sendo tópico de muitas e muitas notícias por aí: a seca na Amazônia. Na última reportagem, contei um pouco de como a estiagem afeta a educação, hoje, vou falar como o problema afeta as pessoas daqui como um todo.

Dos 62 municípios do Amazonas, 59 estão em estado de emergência, um em alerta e apenas dois em normalidade. Com isso, mais de 138 mil famílias e mais de 550 mil pessoas estão sofrendo os efeitos da seca na região. O Rio Negro alcançou a marca de 13,59 metros e a seca de 2023 já é a pior da história. As águas continuam baixando, uma média de 13 centímetros por dia, conforme o Porto de Manaus. 

Quem está sendo escutado?

Ao se informar sobre o problema, é importante ter cuidado informações falsas ou distorcidas. O meu conselho é que vocês busquem saber de quem realmente vive no local, pois muita gente fala daqui e nunca veio aqui, não conhece ou vive a nossa realidade.

O período de vazante e o período da cheia, querendo ou não, é um fenômeno totalmente natural, que acontece todos os anos – às vezes, com mais força, em outras, com menos.

Portanto, não é a primeira vez que vivemos algo assim. É certo que aqui no Tumbira, onde eu moro, vejo que ninguém está desesperado, mas também não quer dizer que não estamos preocupados. Até temos uma ferramenta onde é possível pesquisar e ver que já houve secas grandes em 1906, 1963, 2005 e 2010 e a essa agora de 2023, está sendo a maior de todas. Como explica Odenilze Ramos, ribeirinha e ativista, “a seca e a cheia são fenômenos naturais que estão se intensificando por causa das mudanças climáticas”.

Os desafios

Aqui no Tumbira, o turismo, principal renda da comunidade, foi afetado pelas dificuldades de navegações. Em outras comunidades ribeirinhas e até cidades estão passando por dificuldade como isolamento, acesso à água potável, risco de desabastecimento de produtos e acesso à saúde.

Além disso tudo, diariamente estamos lidando com quedas de energia, causadas por sobrecargas, segundo especialistas. Vale ressaltar que, sim, é comum faltar energia. Mas, nesse caso, a energia cai quase nos mesmos horários, e volta depois de alguns minutos ou poucas horas. 

Outro desafio é o difícil acesso aos recreios e expressos, visto que passaram a navegar mais distante das comunidades por conta do nível baixo das águas e também das grandes praias. No Tumbira somos afetados por isso, mas temos a sorte de não estarmos isolados e ainda termos a possibilidade de nos locomover por meio do motor de rabeta.

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Alguns moradores do entorno da nossa comunidade não possuem poço artesiano e tiveram que cavar uma cacimba (espécie de poço artesanal, muito usado antigamente) até uma nascente, de mais ou menos 300 ou 400 metros de distância, de onde se extrai a água potável. 

Cadê a solidariedade?

Outra coisa que tenho observado é que tem muita gente triste e desesperada por conta das notícias e imagens que estão vendo ao longo desse período, mas pouco vejo pessoas realmente dispostas a ajudar quem, de fato, necessita.

E pior ainda, existem pessoas que estão fingindo que isso não está acontecendo: “ah, ainda bem que não é aqui”, “não acontecendo aqui onde eu moro, tá de boa”, “isso é só drama desses amazonenses” ou “nem é tão sério assim”. Esses e outros comentários que vejo vindo de pessoas que, além de não saberem o que estão falando, não conhecem nem um terço da realidade.

E aí me pergunto: cadê a empatia que muitos dizem ter? Cadê o amor ao próximo? Cadê o ato de caridade? 

E aí, onde está o interesse? Em ganhar hype em cima disso ou, mesmo que indiretamente, buscar ajuda para as diversas comunidades e cidades que estão passando por momentos difíceis? 

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Veja como ajudar

Para amenizar os efeitos da seca, iniciativas solidárias estão juntando esforços e arrecadando recursos. Isso faz toda a diferença para quem vive aqui. A seguir, separei algumas dessas ações para você que quer colaborar.

Campanha #SOSSecanoAmazonas do mosaico do baixo rio negro 

Banco Santander

AG 3230

СС 13.002945-4

Chave Pix: fva@fva.org.br

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Campanha do Idesam

PIX 07.339.438/0001-48 (CNPJ Idesam)

Associação Agroextrativista da FLONA- Tefé

CNPJ 06.214.337/0001-88 (PIX)

Caixa Econômica Federal

Agência: 3236-0

Conta: 1236-6

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ALDEIA INHAA-BÉ (AMAZONAS) 

Chave PIX celular: (92) 98471-9221

KIM PUREMUNA LUCIANO VIEIRA

AMINSA

CHAVE PIX CELULAR: (97) 98454-2317

MARIA RAIMUNDA

POVO WITOTO- ALTO SOLIMÕES

CHAVE PIX E-MAIL: ANAS WITOTO.ARS @GMAIL.COM

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ASSOCIAÇÃO DOS WITOTO DO ALTO SOLIMÕES

Aldeia Três Unidos, Povo Kambeba

PIX CPF: 901.829.792-53

Neurilene Cruz da Silva

Comunidade Escondido, povo Baré

Santa Isabel do Rio Negro – AM

PIX TELEFONE: (97) 98435-7007

Ana Tomas (Professora Cláudia Tomas Baré)

Aldeia Gavião, Povo Sateré Mawé, Rio Tarumã Açú

PIX Telefone 92985886314

Terezinha Ferreira de Souza

Articulação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (Apiam) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab)

Chave Pix: apiam2022@gmail.com

Banco do Brasil

Agência 1862-7

Conta corrente: 81049-5

ASSOAB – Associação de Agroextrativistas de Beruri – AM

PIX CNPJ: 01145458.0001-00

FAS – FUNDAÇÃO AMAZONAS SUSTENTÁVEL 

Chave PIX: 09.351.359/0001-88 (Fundação Amazônia Sustentável) ou pelo site, no link bit.ly/doe-amazonia.

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A seca no Amazonas relatada por quem vive lá e conhece a realidade
Zahyra, da Galera Capricho e moradora de Tumbira, traz a perspectiva das comunidades ribeirinhas sobre o problema que assola a Amazônia

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