Oi, pessoal! Como vocês estão? Eu sou a Isabella Harumi, da Galera Capricho. O assunto de hoje pode muito interessar àqueles que curtem moda e empreendedorismo! Ainda mais os que estão ligados nas últimas tendências e têm notado que o estilo vintage tem tomado conta de boa parte dos guarda-roupas da galera.
As roupas vintage são peças antigas estilosíssimas e que, para a nossa alegria, ainda estão conservadinhas para uso. Não é à toa que garimpar em brechós se tornou um hábito (e hobby) de muitas pessoas – e isso é maravilhoso!
Para entender melhor sobre esse tema, conversei com a Luiza Mendes, 25, estudante de Design Gráfico e proprietária do Grannys Brechó.
Quando Luiza passou na Universidade Federal do Paraná, ela se mudou para Curitiba para iniciar seus estudos e foi onde se deparou com os brechós. Foi assim que começou a garimpar e notou que o estilo e a acessibilidade das roupas era único. Durante a pandemia, trancou a faculdade, voltou para a sua cidade natal, Joinville em Santa Catarina, e abriu o Grannys Brechó.
“Granny” é uma maneira carinhosa de chamar “avó”, em inglês. E esse nome veio justamente em homenagem às avós da Luiza, que tiveram um papel importante nessa jornada. Sua avó materna costumava levá-la em brechós e a paterna era seu ícone fashion, a ajudava com conselhos e no garimpo de novas peças.
Entenda por que os brechós são uma ótima ideia
A indústria da moda inova a cada dia, e isso gera muitos desafios. Infelizmente, o consumo e o descarte também acompanham a rapidez das tendências. “Com o brechó eu consegui ver o consumismo exagerado. A moda passa muito rápido e a gente tem vontade de consumir muito. Conhecendo mais sobre o quanto de lixo a gente produz, de quanta roupa é descartada – mais da metade das roupas que são compradas em fast-fashion são descartadas sem nenhum uso – não fazia mais sentido para mim”, conta Luiza.
Os brechós contribuem para a redução de energia e matérias-primas na fabricação de novas peças, prolongam a vida útil das roupas e evitam que elas sejam descartadas precocemente. E o melhor: as peças não perdem seu valor por serem passadas em segunda mão, elas apenas mudam de história e criam um legado único. O que um dia foi antigo para você, será novo para outra pessoa.
“Eu quero levar esse conhecimento para o mundo, porque também não é só a questão da sustentabilidade, né? No brechó, você pode encontrar peças únicas, diferentes e com o preço mais acessível que em lojas de departamento. Tem muitas pautas que estão sendo desconstruídas e que têm muito a crescer”, complementou.
É hora de acabar com o preconceito!
Por muito tempo os brechós foram associados a um local sujo, de peças mal cuidadas e velhas. Mas, a nossa juventude tem tomado providências em relação ao meio ambiente e revertido esse preconceito em uma pauta que impacta diretamente o futuro. Segundo uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo, só no primeiro semestre de 2022, a demanda nos brechós cresceu em média 30%.
“Eu não acho que é um assunto nichado. Acho que as pessoas precisam deixar de lado o preconceito com sustentabilidade, porque muitas pessoas têm pavor e acham que precisa ser muito radical. Lá fora eu vejo que as pessoas estão mais preocupadas com esse impacto ambiental, aqui no Brasil estamos caminhando”, refletiu a estudante de Design.
E você, já pensou em abrir um brechó? Veja dicas
Além das pautas sociais, também existe o fato de que criar um brechó, garimpar as peças e colocá-las à venda é um negócio rentável! E que pode começar da sua própria casa, assim como a Luiza começou com o Grannys, durante a pandemia. “O online foi muito benéfico: tenho clientes lá do Nordeste até ao Rio Grande do Sul! Pelo Instagram eu consigo chamar esse público que se identifica”, ela disse.
Contando com a ajuda da sua mãe, a sua casa acaba ficando pequena para tantas histórias contadas pelos tecidos, bolsas e calçados que passam por lá. “O espaço é pequeno! (risos) Mas sobre sonhos, eu gostaria muito de trazer peças de fora para cá! E um sonho maior ainda seria eu mesma sair garimpando pelo mundo e trazer para o brechó roupas mais legais e diferentes!”, diz.
A dica da Luiza para quem quer liberar espaço das gavetas e contar novas histórias, assim como ela, é colocar em prática. “Nem precisa ter muita habilidade. Tenha vontade de fazer, isso já vale muito”, defende. Além disso, existem brechós consignados e pontos de doação também. São inúmeras possibilidades, viu?
“Ter os seus clientes que te acompanham, ter o retorno e receber feedbacks é recompensador. Vale muito o esforço!”, finaliza.