O primeiro desfile de Pharrell Williams como diretor criativo da linha masculina da Louis Vuitton aconteceu nesta terça-feira (20), na semana de moda de Paris, e contou com a presença de várias celebridades, entre elas, Anitta, Beyoncé, Rihanna e Zendaya. Além de atrair olhares com uma fila A estrelada, o evento era bastante esperado pela estreia do cantor como estilista da marca francesa, que, por sua vez, foi injustamente questionado ao ser anunciado como sucessor de Virgil Abloh, morto em 2021 vítima de um câncer no coração.
Na época, sugiram críticas à escolha por Pharrell não ter feito faculdade de moda, e, agora, ele as responde em entrevista à Vogue Business. “Não fui ao Central Saint Martins, mas também não fui a Julliard estudar música. E eu tenho ido bem. Como pessoas negras neste planeta, estamos acostumados com isso, nos dizendo o que podemos ou não fazer. Mas você não pode dizer ao universo o que será escrito. Você pode trabalhar com isso, co-conspirar e co-criar, mas não pode dizer ao universo o que vai acontecer. Então, para mim, foi tipo: ‘Vocês estão surpresos? Eu também estou!’ Mas vou mostrar a vocês melhor do que explicar.”
E não é que ele mostrou mesmo? Ao som de um coral gospel e de hip-hop, o cantor levou à passarela da coleção de primavera-verão 2024 um equilíbrio entre respeito aos códigos icônicos da Louis Vuitton e a veia inovadora e criativa que o cargo exige. Em papel colocado nas cadeiras dos convidados, estava escrita a evidente homenagem a Virgil Abloh: “Este momento é dedicado ao gigante que veio antes de mim. Ao nosso irmão em espírito.”
Damier, o clássico quadriculado da grife, em conjuntinhos de couro e maxibolsas misturado à padronagem pixelada militar, que imita uma camuflagem, deram o tom do desfile. O toque à la Pharrell Williams ficou por conta das silhuetas oversized, modelagens esportivas, as aplicações de pérolas e pedrarias e de elementos inspirados no rap americano, adicionando o streetwear às peças. Em dado momento do show, um modelo loiro aparece dirigindo o que parece um caminhão do exército com a palavra ‘liberdade’ estampada atrás, como uma referência à Ucrânia.
O resultado foi um encontro assertivo entre moda e música que vai reverberar e ditar tendências das ruas e de próximos desfiles, independente do gênero. E nós já estamos ansiosas para as próximas histórias revolucionárias que Pharrell vai contar na moda!
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