A camiseta amarela é considerada um clássico da seleção brasileira de futebol, mas você sabia que nem sempre foi assim? Desde a primeira Copa do Mundo, em 1930, até chegar ao Mundial do Catar, que está rolando agora, foram várias mudanças no uniforme do Brasil. De algodão para poliéster, a inclusão das estrelas conforme a conquista dos títulos, as trocas de marcas parceiras… Vem conferir uma retrospectiva dessas modificações!
Relembre as mudanças feitas no uniforme da seleção brasileira de futebol para as Copas do Mundo
1930
O primeiro Mundial foi disputado no Uruguai em 1930, com apenas 13 seleções participantes. Na ocasião, a primeira camisa oficial usado pelos jogadores brasileiros era branca com detalhes em azul nas mangas e na gola, que lembrava a silhueta de uma polo, mas com cadarço no lugar dos botões, e, para completar, uma bermuda azul.
1938
Nesta Copa da França, a camisa da seleção ganhou uma gola V, e outra curiosidade é que, em partida contra a Polônia, o Brasil apareceu pela primeira vez com um uniforme todo azul – assim, evitava-se confusão do branco com o país europeu.
1950
A Copa do Mundo aconteceu no Brasil, e os jogadores usavam a camisa branca de gola polo sem botões e com detalhes em azul. No entanto, depois de perdermos a final do campeonato de virada para o Uruguai no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, a camisa branca ganhou fama de má sorte e foi aposentada de vez.
1954
A estreia da camisa “canarinho”, amarela com detalhes em verde, aconteceu na Copa de 1954, na Suíça. O criador da amarelinha foi o jornalista e desenhista Aldyr Schlee, que ganhou um concurso promovido pelo jornal carioca Correio da Manhã em parceria com a Confederação Brasileira de Desportos (CBD). O concurso foi criado sob a premissa de que a antiga camisa não representava a nacionalidade brasileira, e a condição obrigatório para a criação da nova era a presença das quatro cores da nossa bandeira.
1958
A camisa canarinho continuou sendo a oficial em 1958, mas, na final contra o time que sediava o campeonato, a Suécia, que também usava camisa amarela, o Brasil teve que improvisar sua camisa reserva e jogar de azul. A decisão foi de Paulo Machado de Carvalho, chefe da delegação brasileira na época, porque o azul era a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida, a santa católica padroeira do Brasil. E não é que deu sorte? A seleção brasileira conquistou seu primeiro título mundial com ela!
1962
Neste ano, no Chile, conquistamos mais um título, e o uniforme tinha mangas longas, mas de resto era igual ao do ano anterior, assim como o da Copa seguinte.
1970
No México, o Brasil levou o tricampeonato, e o uniforme sofreu uma notável mudança na gola, que ficou arredondada.
1974
A camisa reserva e a titular eram as mesmas da Copa anterior, mas com o detalhe que, agora, tinham as três estrelas representando o tricampeonato acima do escudo da CBD.
1978
A CBD assinou, pela primeira vez, um contrato de fornecimento esportivo, e foi com a Adidas. Por isso, as camisas passaram a ter as três listras da marca nas mangas.
1982
O logo da CBD foi substituída pelo da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), e o escudo tinha a taça Jules Rimet, a primeira da Copa do Mundo, e um ramo de café sobre ela. Isso porque a CBF recebeu o patrocínio do Instituto Brasileiro de Café (IBC), e tratava-se de uma estratégia de marketing, uma vez que o café, um produto importante para as exportações brasileiras, começava a entrar na concorrência de outros países. Neste ano, a camisa também teve o logo da marca Topper, que virou a fornecedora oficial, estampado na manga.
1986
Houve a volta da gola polo, a saída do ramo de café, o logo da Topper na parte frontal e a primeira camisa feita com um tecido que não era 100% algodão e tinha uma mistura com poliéster. O algodão deixava a camisa encharcada de suor e, portanto, pesada, após o esforço físico; já o poliéster tinha um aspecto mais leve, mas ainda não tinha o conforto da tecnologia dry fit.
1992
O tetra veio nesta Copa sediada pelos Estados Unidos, e os atletas brasileiros usaram camisa 100% poliéster que tinha o logo da Umbro e o número do jogador na frente, uma grande marca d’água com o escudo da CBF replicado, e, no escudo, saiu a taça e voltou a Cruz da Ordem de Cristo, da antiga CBD.
1998
A marca parceira do Brasil passou a ser a Nike, que teve seu logo na frente da camisa. Além disso, o escudo ganhou a nova estrela, do tetracampeonato, a gola ficou redonda e listras verdes foram colocadas nas mangas. Aqui, as bermudas já estão bem mais compridas em comparação aos shorts curtos usados em décadas anteriores.
2002
O penta veio com uma camisa cheia de detalhes geométricos e com gola diferente. As bermudas têm amarração com cadarço branco.
2006
A gola trazia uma textura alta, e, no geral, a camisa tinha uma estética um pouco mais minimalista em comparação à Copa anterior.
2010, 2014 e 2018
Poucas foram as mudanças nos Mundiais seguintes. O design minimalista se manteve, mudando apenas um detalhe ou outro na gola.
2022
Para a Copa do Catar, a tradicional amarelinha ganhou um fechamento com um único botão e uma textura discreta textura de onça-pintada. Para a camisa reserva, a azul, a Nike trouxe o animal print de oncinha nas mangas, que remete à fauna brasileira. A intenção, segundo a CBF, é homenagear a coragem e a cultura de um povo que nunca resiste.
Interessante ver como o uniforme acompanha inovações tecnológicas e até tendências de moda ao longo das décadas, né?