Guilhermina Libanio, de Malhação, fala sobre moda plus size e confiança
Em entrevista à CAPRICHO, a atriz falou sobre insegurança, autoaceitação e diversidade na moda
Guilhermina Libanio vive a Úrsula, em Malhação: Vidas Brasileiras. Sua personagem sofre bullying e gordofobia na escola, mas está aprendendo a lidar com a insegurança e ganhando autoconfiança aos poucos. Na vida real, a atriz também aprendeu a gostar de seu corpo como ele é e encontrou, na moda, um jeito de brincar com seus looks e se sentir mais confiante. Ela está postando várias fotos de suas produções com legendas bem verdadeiras e já virou inspiração para suas seguidoras.
Em entrevista à CAPRICHO, a atriz, de 20 anos, contou que o preconceito está escondido na lojas que não oferecem tamanhos grandes ou fazem modelagens erradas: “As pessoas perguntando da sua saúde, só porque você é gordo. Você ir numa loja e não encontrar roupas do seu tamanho. Isso também é preconceito, só não é direto. Uma barriguinha marcando não é nada demais, isso é uma coisa que eu to tentando tirar de mim, porque a gente fica com esses preconceitos. Tem um vestido colado que eu adoro, mas às vezes eu coloco e marca a barriga. Mas aí eu paro e penso: ‘Ah! Não é um crime.’ A pessoa gorda é vista de forma tão negativa que, às vezes, a gente olha uma barriguinha marcando e se assusta. Mas, pera aí! Existem problemas tão maiores!”
Ainda é difícil encontrar lojas que produzam peças estilosas em tamanhos diversificados e faz pouco tempo que modelos gordas começaram a aparecer em passarelas e campanhas. Guilhermina dá uma dica para as meninas que procuram lojinhas com tamanhos maiores: “Tem muito plus size na internet e em algumas fast fashion. A dica é fuçar, tem que procurar. É chato, a gente deveria ter acesso fácil como todo mundo. Mas já que não tem, procura, acha o teu estilo”.
Úrsula ainda está na escola e precisa usar uniforme. Usar uma roupa que não faz parte do seu estilo pode ser ainda mais difícil, mas não deve te atrapalhar na escola: “A única coisa que eu posso dizer é: vai lá na direção do colégio e fala ‘Por que que o uniforme não cabe em mim? Ó, eu to aqui! Eu preciso de uma camisa que dê em mim. É importante pro meu aprendizado eu me sentir bem dentro do meu uniforme’. A gente tem que ir à luta mesmo. Eu não falei isso, mas queria. É o seu direito, você estuda na escola como qualquer um, merece ter um uniforme que sirva em você e que fique confortável“.
Guilhermina disse à CH que gosta bastante de moda e se diverte montando looks, mas que não é tão consumista como algumas adolescentes: “Sou muito seletiva, não compro em quantidade. Eu sempre escolho muito bem o que eu vou comprar“. Isso porque seu estilo é bem variado, e ela busca mais conforto na hora de se vestir: “Eu sou muito básica, no geral. Amo tudo preto, mas também gosto de ver as coisas que estão na moda. Gosto de um look meio retrô. E eu vou juntando o que é atual, peças minhas que até já saíram de moda, mas que eu ainda gosto“.
Na novela, Úrsula está aprendendo lições de autoconfiança com sua prima Bárbara (Dora Freind), que também é plus size. A adolescente até participou de um desfile por incentivo da prima! “As coisas que a Bárbara ensinou pra Úrsula são muito maiores que a questão do corpo. Primeiro, esquecer o padrão que tentam colocar na nossa cabeça. Você é o seu próprio padrão. A Úrsula também aprendeu com a Bárbara a ter autoconfiança, que é uma coisa que todo mundo precisa ter. Confiar mais no seu taco, acreditar que você consegue fazer as coisas e, de novo, isso é muito maior que a questão do corpo. A gente vê tantas meninas lindas e maravilhosas, súper padrão e mesmo assim tão inseguras, com medo, se achando feias“.
E sabia que a moda pode servir como um estímulo para a autoconfiança? Montar os looks que combinam com você, escolher uma roupa que valoriza suas características, e consequentemente, ganhar um elogio são práticas que te ajudam a se sentir mais segura: “Acho que todo mundo tem uma roupa que quando veste, de repente se sente bem com ela. Eu mesma tenho um vestido de renda, que eu uso com um body por baixo e aquela roupa é a roupa que eu posso estar no meu pior dia, mas se eu colocar ela parece que a confiança vem“, contou Guilhermina.
Se você se sente mal por alguma característica do seu corpo, seja magra, alta, gorda ou baixinha, lembre-se deste conselho da Guilhermina: “Continue acreditando em você, porque (se aceitar) demora. É com um trabalho de formiguinha que a gente conquista o amor próprio. É difícil, vai ter um dia que você vai acordar mais chateada, não se gostando, mas olha com mais amor pra você. No dia que você acordar se odiando, olhe uma segunda vez, com mais carinho. Pense em qual é o seu tamanho de verdade, porque o seu corpo não te define. Lembre de tudo de bom que você tem por dentro. E calma, paciência e continue lutando que vale a pena, viu?“.
Trabalhar a autoaceitação é mesmo um processo difícil, mas a moda também pode te ajudar!