A dupla mineira Clara x Sofia acaba de lançar seu primeiro álbum, Nada Disso É Pra Você, com músicas que falam sobre os estágios vividos após um término de namoro. As letras e melodias que transbordam sentimentos, como saudade, raiva, tristeza e alívio, foram traduzidas para a identidade visual do disco como um todo e também para as escolhas de moda e beleza dos clipes. Em entrevista à CAPRICHO, elas celebram a conquista de colocar um trabalho autoral no mundo e explicam como foi concretizar um projeto pautado em tantas emoções.
“É um sonho realizado“, comemora Clara. “A partir do momento em que começamos a fazer o nosso trabalho autoral, a gente tinha muito essa necessidade de contar uma história e fazer uma coisa redondinha igual é um álbum.”
E essa história tem muito do que a Clara viveu durante um término de uma relação amorosa, mas elas afirmam que a música Nada Disso É Pra Você, que intitula o álbum, resume bem a mensagem que querem passar. “É como se fosse a conclusão. Ela representa a fase da superação, da aceitação. É um ciclo se fechando, a gente falando: ‘Olha, aconteceu tudo isso, e hoje eu passo na frente da sua casa e não sinto nem um friozinho na barriga, porque passou. Aconteceu, eu vivi, tive todas as experiências, mas passou'”, afirma Sofia. “E, no fim das contas, o álbum é sobre nós, sobre o que a gente sentiu e o tanto que crescemos, sobre a consolidação do nosso trabalho autoral. Então, faz todo o sentido dizer que nada disso é para a pessoa que a gente fala durante o álbum. É para nós mesmas.”
Portanto, as canções se tornam bastante identificáveis para quem está ouvindo. E esse poder da empatia e da identificação, do conforto e do abraço que elas representam é, segundo a dupla, o verdadeiro trunfo do álbum. “São sentimentos universais, porque a gente acredita muito na identificação e queremos que as pessoas se sintam abraçadas. A gente quer traduzir algum sentimento que está ali e que, às vezes, as pessoas não conseguem traduzir. E é aquele clichê que é muito verdade de que, quando o álbum está no mundo, ele não é mais nosso, ele é de quem ouve“, diz Clara.
“Ouvindo o álbum, as pessoas vão sentir elas mesmas. Vão escutar e falar: ‘Eu sinto isso, já senti ou escutei essa história’. E o tanto que isso traz um alívio também, porque você fala: ‘Nossa, eu não sou a única pessoa no mundo que sente ou que já passou por isso’“, adiciona Sofia.
O clipe da música quem me dera, em que a dupla de amigas aparece uma de frente para a outra correndo em esteiras, foi o que elas mais gostaram de gravar por conta da emoção que conseguiram transmitir de forma concreta. “Fiquei muito feliz e até surpresa, porque você não imagina que vai conseguir chorar de forma genuína na frente de uma câmera. […] Nessa música, tem uma questão do correr em direção a um sentimento que você não vai alcançar. O que é mais literal do que correr na esteira? Você corre, corre, corre e não chega a lugar algum“, explica Sofia.
“Para mim, quem me dera foi o ápice do nosso objetivo de traduzir o sentimento. Aquela gravação foi tão sincera e visceral que a gente desceu da esteira aos prantos, porque a gente sentiu. O correr na esteira com a música tocando, a gente ali olhando uma para a outra, simbolizando aquela saudade que a gente só sente e que não tem o que fazer com ela. A saudade de uma coisa que realmente já foi embora”, completa Clara.
O styling dos vídeos foi feito pela própria dupla e pela diretora criativa Luiza Quintino. Elas contam que rolou muita pesquisa por trás e que a intenção era continuar comunicando o significado das letras por meio das roupas, do cabelo e da maquiagem (assinada por Clara e sua irmã, Luísa Câmpara). No single FALSA, por exemplo, as tramas dos fios atrás representam toda a confusão, e isso se estende nos looks feitos de crochê, que simbolizam esses fios se encontrando, na maquiagem com delineados gráficos e nos penteados com tranças e cabelo bagunçado. Já em fevereiro, vemos códigos dos anos 1980 e do disco, com roupas coloridas, o cabelo volumoso da Sofia no estilo farrah fawcett e o cabelão liso da Clara à la Cher.
E, para além dos clipes, a “era” Nada Disso É Pra Você vai aparecer de forma estética nos looks de shows e eventos presenciais, como a vibe de FALSA dominou a produção delas assinada pela marca Hisha para o Festival MECA, em Inhotim. Além dessa etiqueta, outras parceiras devem continuar vestindo a dupla, como a Pierro, LED, SRI Clothing, Kietzo, Onna Eyewear, Iki Beads, Vicenza e Melissa.
Por falar em referências, elas revelam que muito do que ouvem e consomem de pop, bossa nova e rock aparece tanto na identidade visual como na sonoridade do álbum. Para citar algumas: Cindy Lauper, Offspring, Blink 182, artistas atuais como Dua Lipa, Billie Eilish, The Weeknd, Miley Cyrus, Willow Smith, Tom Misch, e do pop europeu, como Angèle, Videoclub e Claire Laffut.
Agora, a dupla deseja espalhar a palavra nos festivais de música e shows por todo o país. Quem aí está ansiosa para expelir a raiva gritando o refrão de FALSA ou curtir uma vibe boa de fico mais leve? A gente já quer esse momento! <3