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A marca Psicotrópica alia moda e autonomia à criatividade e saúde mental

Conheça o projeto Surto Criativo, que revela a potência artística de pessoas com transtornos mentais

Por Sofia Duarte 10 out 2022, 12h02

Sob o slogan “estampe a loucura de ser quem você é“, a marca Psicotrópica reitera seu compromisso com a saúde mental através de um projeto chamado Surto Criativo, que revela a veia artística de pacientes em tratamento de saúde mental ao transformar suas obras em estampas de roupas. Em entrevista à CAPRICHO, a fundadora da etiqueta, Raiana Pires, explica que seu objetivo é estimular a autonomia, a liberdade e a criatividade dessas pessoas e conta como funciona o compromisso social do seu empreendimento.

Durante sua graduação em Serviço Social, em 2012, Raiana criou a Psicotrópica, muito influenciada pelo período da sua infância em que passava um tempo na loja de roupas de bairro que sua avó tinha. Nesse período em que teve contato com a saúde mental de perto, surgiu também o projeto Surto Criativo, que teve a médica psiquiatra Nise da Silveira, reconhecida como pioneira na defesa de tratamentos humanizados para os pacientes com transtornos mentais, como grande inspiração. “Descobri a potência artística dos pacientes em tratamento de saúde mental“, afirma a empreendedora. “O que mais me intrigava era o universo da loucura tendo a arte como aliada. Eles se expressavam a partir da linguagem da pintura, das imagens e das cores“, completa.

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A parceria entre Psicotrópica e Surto Criativo acontece através de instituições parceiras que trabalham com saúde mental. “Vamos até esses ateliês de arte e fazemos uma curadoria para transformarmos as obras desses artistas em estampas. É um trabalho de geração de renda, de visibilidade e de contracorrente, por falarmos num assunto que muitas vezes é tabu, a loucura”, explica Raiana. “Os valores e pilares, desde que a Psicotrópica existe, são autonomia, liberdade e criatividade. Somos uma marca que está sempre buscando exercitar a capacidade criativa, a autonomia de gestão de trabalho e a liberdade de expressão e criação.”

O impacto que essa iniciativa causa nas pessoas – tanto os consumidores quanto os artistas – é de extrema importância. “Há um impacto significativo na vida delas, tanto financeiramente como de autoestima, motivação e de realização profissional. Esses artistas, a partir do momento em que passam por instituições psiquiátricas, muitas vezes são taxados de loucos, incapazes, inválidos. E a verdade é que existe um potencial criativo enorme dentro dessas pessoas, que se expressam através de outras linguagens. E o consumidor apoia e incentiva. Para eles, pode ser um tema novo uma marca de roupas que une moda e saúde mental. É diferente, mas os clientes adoram e contribuem para uma causa social.”

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Depois de se formar em Serviço Social, Raiana foi estudar moda e estamparia e aprendeu que ainda há um longo caminho de desconstrução de estereótipos a percorrer. “Falar sobre saúde mental dentro da moda que dita muitas regras é difícil. Nós temos um caminho longo pela frente para conseguir atingir e fazer com que as pessoas compreendam que, sim, artistas marginalizados, estigmatizados, ditos ‘os loucos’ merecem reconhecimento e status social. Moda é arte, é transgressão. Nada mais bonito do que aliar saúde mental que tem esse potencial artístico junto ao universo da moda, afinal, saúde mental é também um assunto sobre todos nós. Quando a gente começou a vender as estampas dos artistas da saúde mental, muitas pessoas vinham com alguma história familiar ou individual sobre questões de saúde mental. É um assunto que perpassa a vida de todos nós em algum momento.”

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Além das estampas criadas pelo Surto Criativo, a Psicotrópica apoia artistas mulheres ao oferecer padronagens criadas por elas. “Queremos mostrar que somos uma marca feita por mulheres e para mulheres”, declara Raiana Pires. “Eu iniciei a marca e logo no começo tive uma gravidez inesperada. Fui empreendendo já gravida e, depois que Gael nasceu, continuei sem licença maternidade. Levava ele para todos os lugares, inclusive quando ia fazer feira de rua para vender as roupas. Então, essa força feminina é algo que me acompanha. Trabalhar com essas artistas é reafirmar meu compromisso também com o feminismo“, encerra.

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E aí, você gostou de conhecer o trabalho incrível da Psicotrópica? Aproveite para passar no e-commerce deles e dar uma olhadinha nas peças coloridas e cheias de personalidade que estão por lá <3

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Moda
A marca Psicotrópica alia moda e autonomia à criatividade e saúde mental
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