Xênia França nasceu na Bahia e veio para São Paulo em 2004, começando sua carreira como modelo e cantando em bares. Hoje, a artista está fazendo cada vez mais sucesso e é atração de vários festivais, como o C6 Fest, que acontece do dia 19 ao dia 21 de maio, em SP.
Ela apareceu oficialmente como cantora entre 2010 e 2011, com a Aláfia, sua banda com Pipo Pegoraro e Lucas Cirillo, mas foi em 2017 que fez seu primeiro lançamento solo. Desde então, sua trajetória acumula muitas realizações, de turnê internacional e indicação em prêmios como o Grammy Latino.
Seu projeto mais recente foi o álbum Em nome da Estrela que conquistou o público com músicas que falam sobre muitas questões que geram identificação, até mesmo saúde mental.
”Na pandemia eu estava em casa isolada (assim como o mundo) e precisava escrever um álbum novo, mas não conseguia, estava com um bloqueio criativo. Muitos questionamentos surgiram, como: ‘Qual a minha utilidade? Devo continuar sendo cantora?’. Foi um momento muito triste, até que fui buscar orientação espiritual. Foi aí que eu consegui parar e peguei um diário. Só fui escrevendo 100% honesta”, revelou Xênia em conversa com a CAPRICHO.
Em nosso papo, a artista falou sobre sua carreira, suas músicas e sobre sua trajetória nessa carreira! Veja a entrevista na integra:
CAPRICHO: Você vai se apresentar no C6 Fest! Como é a sensação de cantar em um festival e nos shows? Você tem algum ritual?
Xênia França: Parece que toda vez é a primeira vez, sempre fico muito ansiosa. Eu tenho muitas práticas, tenho muitos rituais na minha casa, no caminho, no backstage… Cada coisa que eu faço é para aquele momento. Então, eu rezo muito, peço muita orientação dos mestres espirituais, fico muito atenta a todas as necessidades do meu trabalho, pra que na hora que eu suba no palco eu eu realmente tenha essa oportunidade de viver esse portal. Pra mim, estar no palco é um portal e a minha intenção é sempre sair melhor do que eu entrei. Também quero que essa seja a sensação do público. Normalmente, eu fico mais calma lá pra quarta música (risos).
CH: Seu último álbum traz muitas reflexões, até sobre saúde mental, né? Depois desse tempo como ele bate aí?
Xênia: Estou me sentindo cada vez melhor com ele. Eu sinto que os assuntos abordados faziam muito sentido pra mim, fazia muito parte do meu mundo, das minhas abstrações, das minha inspirações, mas que, inclusive, não está tão distante assim do inconsciente coletivo. Para mim, intimamente, é um desdobramento daquilo que já estava dentro do meu coração querendo sair, até mesmo as outras músicas de outros compositores fizeram muito sentido.
CH: Aproveitando que você comentou sobre a identificação do coletivo, como é a recepção do público? Como você se sente com isso?
Xênia: Como uma artista independente, nunca deixa de ser surpreendente. É uma coisa muito boa, até no âmbito artístico assim, porque um trabalho musical, para mim pelo menos, é uma necessidade de se expressar, de colocar pra fora não só a mensagem em si, mas a poesia, aquilo que comunica também com outras camadas, essa parte mais sensorial, que é uma característica muito forte do meu trabalho. Deixar com que todo mundo sinta e interprete essa música da maneira como como bate… É muito legal poder fazer parte da vida das pessoas!
CH: Qual foi o momento que você viu que nasceu para a música?
Xênia: Ah, já tiveram vários momentos! Mas o principal é que gosto muito de cantar. Então,quando eu estou ali naquele momento de troca, cantando junto com as pessoas… Às vezes, me comunicando com as pessoas, fazendo uma piada, enfim. É ali que faz todo o sentido pra mim e eu falo: “Realmente Deus me colocou nesse mundo pra fazer isso.”
CH: A produção “Renascer” é um sucesso. Mas e para a Xênia? O que é renascer?
Xênia: É uma pergunta bem pertinente nesse momento… Tem muitas formas de responder isso. Eu acredito que todos os dias a gente tem a chance de renascer, todos os dias a gente tá aqui de novo com mais uma chance pra procurar motivos pra agradecer, pra gente viver a nossa vida do jeito que a gente consegue, com o nível de consciência que a gente tem, tentando acertar, ressignificando várias coisas e deixando que não serve mais pra trás. É ter a coragem de assumir coisas novas, de fazer coisas novas na vida, né?
A apresentação da cantora acontece nesta sexta-feira (19) no festival C6 Fest!