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Tudo que você precisa saber sobre Map Of The Soul: 7, o novo álbum do BTS

De Carl Jung a mitologia grega: reunimos as principais teorias sobre o aguardado retorno do grupo

Por Gustavo Balducci Atualizado em 20 fev 2020, 17h57 - Publicado em 20 fev 2020, 17h46

Não é novidade que o BTS sempre foi muito atencioso com suas músicas, discos e videoclipes. Em 2020 o grupo de K-pop completará sete anos de estrada e a festa está garantida com o lançamento do seu novo álbum, Map Of The Soul: 7. Ao que tudo indica, o projeto – assim como seus antecessores – está recheado de segredos para os fãs desbravarem.

O BTS vai lançar Map of the Soul: 7 nesta sexta-feira (21) BigHit Entertainment/Divulgação

A jornada de heróis conduzida de forma brilhante pela agência Big Hit Entertainment já mostrou que conceito, arte e inovação caminham de mãos dadas com todas as criações que Jin, Jungkook, Jimin, Suga, V, J-Hope e RM produzem desde o seu debut em 2013. Fugindo completamente do padrão de música produzido em sua época – e provando que o pop sul-coreano conquistou mesmo o cenário internacional –, o BTS inovou trazendo para sua obra temas profundos e raramente citados por outros artistas, tais como problemas sociais, bullying, conflitos geracionais, saúde mental, fama, direitos LGBTQ+ e amor próprio. Tudo isso é fácil de ser encontrado na discografia do septeto.

Alguns dos conteúdos produzidos também fazem parte do intitulado Bangtan Universe (abreviado como BU), que teve início lá no mv de I Need U, de 2015, e continua a todo vapor explorando novas mídias para contar histórias, assim como acompanhamos no game BTS World, na webtoon Save Me, nos curta-metragens, notas e até mesmo nos produtos ainda inéditos, que, por enquanto, incluem um novo jogo e uma série ainda sem data para estrear. No BU, os personagens são fictícios, mas emprestam os nomes dos membros do BTS na vida real. Demais, né? E, com a chegada do quarto full album, o ARMY reuniu algumas pistas deixadas pelo grupo para entender quais conceitos serão explorados em Map Of The Soul: 7. Selecionamos as principais teorias e símbolos para você entender – e se preparar – para o novo disco que chegará ao público nesta sexta-feira, dia 21 de fevereiro!

Carl Jung e o Mapa da Alma:

Carl Jung é uma grande inspiração para o BTS BigHit Entertainment/Reprodução

Quando Map Of The Soul: Persona foi lançado, em abril de 2019, os fãs logo descobriram que o título fazia referência ao livro Jung: O Mapa da Alma, de Murray Stein. O autor, analista da Escola Internacional de Psicologia Analítica na Suíça, foi responsável por uma das melhores introduções aos conceitos da psicologia analítica no mundo, tendo sido traduzido para diversos idiomas. Stein revelou em entrevista à rede BBC que ficou espantado quando descobriu que o grupo sul-coreano havia lançado um disco inspirado em seu livro. “Alguns meses atrás, um estudante japonês me disse que o site do BTS estava recomendando meu livro”, contou. “Eu falei: ‘O que é BTS?’ e ele me explicou, então pesquisei na internet e li um pouco mais sobre o grupo. Depois de um mês, o mesmo aluno me contou que eles estavam lançando um novo álbum chamado Map of The Soul: Persona. Fiquei espantado!”, completou.

O livro de Stein foi publicado pela primeira vez em 1998, mas o BTS conseguiu fundir esses dois universos da melhor maneira possível nos tempos atuais. “Devo dizer que estou emocionado pelo interesse do BTS no meu livro e que, graças ao grupo, a mensagem e a visão de Carl Jung está sendo transmitida a pessoas que jamais ouviram falar sobre ele ou dariam atenção ao que ele tem a oferecer”, comentou o escritor durante o podcast Speaking of Jung, apresentado por Laura London, que ganhou um episódio inteiramente dedicado a analisar as faixas do BTS sob as teorias do pensamento junguiano.

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Persona, Shadow e Ego:

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Persona, Ego e Sombra: os arquétipos de Jung representados pelo BTS BigHit Entertainment/Divulgação

Para você entender um pouco melhor: nos estudos de Carl Jung, o consciente humano pode ser composto por arquétipos que representam padrões de personalidade que toda pessoa tem. E, por estarem presentes no inconsciente coletivo, eles são vistos em todas as culturas, mitos e religiões. Jung definiu ainda que os arquétipos funcionam como imagens de comportamento e possuem significados universais. Entre os mais importantes, persona, sombra e ego se destacam. Enquanto persona seria responsável por aquilo que mostramos publicamente, ego é composto por tudo o que vimos, convivemos e percebemos, já sombra é tudo aquilo que a nossa personalidade tenta esconder.

No ano passado, o anúncio da era Map Of The Soul aconteceu através do comeback trailer Intro: Persona, uma faixa escrita inteiramente por Namjoon. Em uma sala de aula, o líder do boygroup evocou sua melhor rap line para questionar “Quem diabos sou eu?”. No quadro negro, as palavras shadow (sombra) e ego não passaram despercebidas pelos fãs e foi aí que tudo começou a fazer sentido:

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Depois, foi a vez de Suga se conectar com o passado do grupo e fazer duras críticas à fama em Interlude: Shadow. Trazendo reflexões sobre os problemas que a popularidade provoca, o rapper abriu a nova fase com rimas ambiciosas e declarou “Eu quero ser uma estrela do rap”, “eu quero ser rico, eu quero ser o rei”. É de arrepiar:

Por último e não menos importante, a faixa Outro: Ego foi estrelada por ninguém menos que o icônico J-Hope. O mv abre com o rapper curtindo cenários lúdicos que ajudam a contar as fases de sua vida. A bordo de um carro vermelho cuja placa é BTS 13613 – um baita easter egg para lembrarmos a data de debut do grupo, 13/06/2013 –, acompanhamos de perto as memórias de infância, as dificuldades e as conquistas que a carreira trouxe para o cantor. Em uma das cenas mais incríveis, o idol atravessa uma rua e encontra uma loja chamada “Gravações do Hope”. Do lado de fora, cartazes com Chicken Noodle Soup, sua parceria com Becky G, Airplane, faixa da sua mixtape solo intitulada Hope World, e outros sucessos do BTS transformam a fachada para “Recordes do Hope”:

O número 7:

Map of the Soul: 7 é o novo álbum do BTS BigHit Entertainment/Divulgação
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Quando o título do novo álbum finalmente foi revelado, não faltaram tentativas de relacionar o número 7 a alguma teoria. Tudo isso porque, ao longo da história, várias civilizações adicionaram o 7 às suas tradições e costumes populares. Exemplos não faltam. Segundo a Bíblia, Deus criou o mundo em sete dias, os gatos têm sete vidas, o mundo antigo possui sete maravilhas, são sete notas musicais e por aí vai… Para alguns, 7 significa sorte, e, para outros, um tremendo azar – o que não é o caso do BTS. Já para o misticismo, sete é criação, perfeição e totalidade, além de ser o número que marca o fim de um ciclo. Com tudo isso em mente, se liga na teoria: o anúncio do álbum aconteceu no dia 7 de janeiro; em 2020 o grupo, que contém 7 integrantes, também completará 7 anos de estrada. Coincidência? Parece que não. Outro elemento interessante é que o arco-íris também possui sete cores e pode representar cada um dos integrantes. Bom, já deu pra entender como o número tem tudo a ver com esse lançamento, né?

Passado, presente e futuro:

Passado, presente e futuro BigHit Entertainment/Divulgação

Até aqui já ficou claro que o BTS adora se auto-referenciar o tempo todo, certo? Pois então, essa estratégia de homenagear e revisar a sua própria narrativa começou há algum tempo. Em dezembro de 2019, o boygroup entrou para a história das apresentações de fim de ano na Ásia. No palco do Mnet Asian Music Awards, uma das premiações mais tradicionais da música pop coreana, o público ganhou uma performance de tirar o fôlego na qual o septeto apresentou três atos visuais. “Future Meets Past: Calling” foi o ato que abriu a noite, com uma apresentação de We Are Bulletproof pt. 2, presente no álbum de estréia dos meninos, 2 Cool 4 Skool, de 2013. Os uniformes escolares e o forte apelo para o hip-hop dos versos renderam aos fãs mais antigos um momento de pura nostalgia:

“Past Meets Present: The World” foi a segunda parte da retrospectiva visual do BTS. A faixa Boy With Luv agitou o palco e foi seguida pela emocionante Mikrokosmos:

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Dionysus, uma das músicas mais emblemáticas do último álbum, encerrou a participação do grupo no evento após VCR anunciar o ato “Future Meets Past: Eternal Journey”. A roupa de gala deu o tom perfeito para uma das coreografias mais absurdas que o K-pop já presenciou:

Mitologia Grega:

Mitologia grega é outra inspiração para o BTS Instagram/Reprodução

Se a performance do MAMA 2019 recebeu uma vibe nostálgica mostrando para os fãs recentes que a potência do BTS vem de berço, na edição do Melon Music Awards não foi diferente. Com quase 40 minutos de apresentação ininterrupta, o BTS deixou os fãs de boca aberta ao mostrar o quão megalomaníaco pode ser. Com direito a dançarinos, água, luzes e até cavalos, cada membro fez a um solo poderoso e cheio de referências mitológicas. No final, mais uma vez o hit Dionysus foi convocado pelos garotos e a coreografia chamou atenção pelo cenário digno dos deuses do Olimpo. Vale assistir cada segundo:

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Após cativar a atenção dos espectadores, os integrantes deixaram no ar um belo paralelo entre eles mesmos e os antigos deuses gregos – e os fãs confabularam dezenas de possibilidades para essa representação divina. No fim, a conclusão foi que Jin é Atena, a deusa da sabedoria e da justiça, Suga é Hefesto, deus dos metais e do fogo, J-Hope aparece como Zeus, deus do trovão, V como Apolo, o deus do sol, Jimin como Ártemis, deusa da lua, e RM como Dionísio, o comandante da festa e deus do vinho e da libertação. O que você acha?

Além de mitologia grega, outros contos e mitos também estão cercando o comeback do grupo, como o single Black Swan, que apresentou o grupo esloveno de dança moderna MN Dance Company revisitando o clássico balé de Tchaikovski, O Lago dos Cisnes:

Certamente muita coisa será revelada nesta sexta (21) com o lançamento oficial do álbum e também do filme manifesto. O que a gente pode garantir é que Map Of The Soul: 7 emplacou mais de 4,2 milhões de pré-encomendas, bateu recorde de vendas na sua primeira semana e talvez se torne o disco mais vendido do mundo. WOW! Com a tracklist em mãos, também descobrimos que 11 das 20 faixas serão inéditas. A supernovidade é que um trecho do single ON, que ganhará uma versão exclusiva com a cantora SIA, estará disponível 12 horas antes no aplicativo TikTok. Então, fique ligado e curta 30 segundos da faixa liberada antes do horário!

Depois da estreia, BTS seguirá seu cronograma de divulgação, que inclui apresentações na TV americana, conferência de imprensa e entrevistas.

A sexta-feira do fandom mais unido e fervoroso da internet já está garantida para receber o comeback do BTS. Como estão as suas emoções?

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