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Samantha Ware relembra traumas com Lea Michele: “Mandou eu calar a boca”

Samantha disse Lea agia como uma diva intolerante nos sets. Em certo momento, Michele, inclusive, chegou a ameaçar demitir Ware de Glee

Por Amábile Reis Atualizado em 12 jun 2020, 19h53 - Publicado em 12 jun 2020, 11h52
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CAPRICHO/Divulgação

Recentemente, Samantha Marie Ware, que interpretou Jane Hayward na última temporada de Gleeacusou abertamente Lea Michele (Rachel) de ter atitudes racistas durante as gravações do seriado musical. A história começou com uma mensagem de Lea, postada em 29/5 no Twitter, prestando apoio ao que ocorreu a George Floyd, que foi assassinado por um policial branco nos EUA. Samantha, então, respondeu a colega, questionou o uso da hashtag #VidasPretasImportam e expôs as “microagressões traumáticas” promovidas pela estrela no set. 

O posicionamento contou com o apoio de parte do elenco da série, como Amber Riley, Alex Newell e Heather Morris. Ainda ajudou a atriz Plastic Martyr a revelar que foi vítima da transfobia de Michele. Em entrevista exclusiva para a Variety, Ware explicou como era conviver com Lea e falou sobre o comportamento desagradável dela.

Ela contou que o clima estranho entre as duas rolou logo após a sua primeira performance na atração. A partir daí,  Lea começou com “o tratamento de silêncio, os olhares de cima abaixo, as encaradas, os comentários sussurrados e um comportamento passivo agressivo bizarro”. 

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Samantha declarou que, infelizmente, essas atitudes não eram novidade para a equipe e que, naquele cenário, achou que o seu caso nem fosse relevante. “Eu me lembro da primeira vez que eu tentei falar algo e infelizmente ninguém fez nada. Eles encolheram os ombros, tipo: ‘Essa é ela’. Ninguém estava impedindo essas coisas, o que é um problema porque era um ambiente que ajudava a perpetuar o abuso“, apontou.

Para Ware, a história chegou ao ápice em uma situação aleatória em que Lea não se sentiu respeitada. Como a câmera não a estava filmando em uma cena específica, Samantha “parou” de atuar e começou a brincar com os amigos. Michele ficou furiosa com aquilo e ridicularizou a colega na frente da equipe inteira.

Segunda a entrevistada, a estrela de Glee exigiu – “como uma mãe faz com os filhos” – que Ware fosse até o meio do palco para tomar um esporro na frente da galera. Ao se recusar a fazer isso, Michele, então, ameaçou o trabalho da atriz e disse que pediria para Ryan Murphy (criador do seriado) demiti-la. “Foi aterrorizante. Por uma semana inteira, eu achei que provavelmente receberia um e-mail em que diria que eu não poderia participar dos últimos três episódios ou que não iria poder cantar outra música”, relembrou.

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Mesmo assim, na ocasião, Samantha tentou bater um papo com Lea no camarim. “Quando tentei conversar, ela mandou eu calar a boca. Ela disse que eu não merecia ter um trabalho. Ela falou como ela era a rainha daquilo. E aí é que está o curioso: eu entendia aquilo completamente e estava preparada para agir, tipo: ‘Esse é o seu seriado. Eu não estou aqui para te desrespeitar’. Mas chegou a um ponto que nós já havíamos passado o lance de respeito e ela estava apenas abusando do poder dela“, disparou.

Samantha Marie Ware abriu o jogo e expôs episódios de racismo que sofreu de Lea Michele durante as gravações de Glee Divulgação/Reprodução

De acordo com Samantha, o “problema” de Lea – além da postura sem noção de diva – era pensar que uma pessoa não estava respeitando a gravação de uma cena para a série. E esse foi o motivo pelo qual Lea comentou que defecaria na peruca (acessório historicamente ligado a mulheres negras) da colega. Para Ware, a fala tinha o intuito de envergonhá-la em frente da equipe. E, para piorar, ela relatou que ninguém fez nada em relação a isso. 

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Veja uma cena de Glee em que, curiosamente, Rachel ajuda Jane e ainda fala para a estudante que as mulheres precisam ficar unidas:

Sobre o pedido de desculpas da atriz, Samantha foi enfática: “Não deveria ter sido necessário meu tuíte [para Lea se desculpar]. Quando você tuíta que vidas pretas importam, isso significa que você tem um entendimento do que aquela hashtag representa. Mas estava claro que ela não tinha. Será que a Lea sabe o que são microagressões? Eu não sei. Tudo o que o pedido de desculpas dela mostrou é que ela não aprendeu nada. Eu estou chamando a Lea de racista? Não. Será que a Lea tem tendências racistas? Eu acho que a Lea sofre de um problema que é viver nesse mundo em que a indústria é feita para apenas as pessoas brancas“.

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Os representantes de Lea Michele foram procurados pela Variety, mas optaram por não comentar a história. 

Após expor o caso, Ware criou um movimento nas redes sociais ao lado de Amber Riley. O projeto, chamado #unMUTEny, encoraja negros que se sentiram silenciados no espaço de trabalho a contarem as suas histórias. Demais, né?

Agora, queremos saber: o que você achou do caso todo?

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