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Por que ir ao show da Taylor Swift no RJ me decepcionou como fã

A falta de empatia de Taylor Swift após a morte da estudante Ana Benevides expõe uma falha da cantora que nós, como fãs, precisamos apontar.

Por Naiara Albuquerque, jornalista e social media na CAPRICHO, do Rio de Janeiro Atualizado em 21 nov 2023, 17h21 - Publicado em 20 nov 2023, 16h13

O início da The Eras Tour, de Taylor Swift, no Brasil, não poderia ter sido mais conturbado e frustrante. Milhares de fãs, assim como eu e minhas amigas, viajamos até o Rio de Janeiro com muitas expectativas do que seria o show da loirinha na cidade maravilhosa.

Só que nada aconteceu como imaginávamos que seria. Logo na madrugada do primeiro dia de show, começaram a sair notícias da morte de Ana Benevides, uma estudante de psicologia de 23 anos que viajou do Mato Grosso até o Rio de Janeiro, pra ver a sua cantora preferida, realizando, assim, um sonho.

Foi também nesse dia que o RJ atravessou um dos dias mais quentes do ano, com ondas de calor que colocaram a sensação térmica a mais de 60 graus dentro do próprio estádio, durante o show. Tudo isso aconteceu somada à proibição da organização do evento na entrada de água e leques – e fora a colocação de tapumes que impediram a ventilação do estádio Nilton Santos, o Engenhão.

Mesmo que não tenha responsabilidade direta pelo o que aconteceu, ela tem uma responsabilidade emocional com uma nação inteira de fãs que esperam isso dela.

No segundo show, no dia 19 de novembro, onde eu e minhas amigas comparecemos, animadas, mas ainda temerosas pelo o que aconteceu, a Taylor repetiu o show grandioso que vimos no exterior. Só que isso não foi e ainda não é suficiente, né?

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Na faixa-surpresa escolhida por ela, Taylor entoou os versos de “Bigger Than The Whole Sky” com uma multidão que se emocionou – essa foi a canção supresa da vez. Ela foi subentendida como uma homenagem à Ana, mas veio sem nenhuma menção ao nome dela. Taylor se despediu do palco. E foi isso.

Ana Benevides, 23 anos, morreu após passar mal em 1º show de Taylor Swift no Brasil.
Redes sociais/Reprodução

Grande parte do público da cantora são crianças, adolescentes e jovens que, assim como eu, sonhavam em cantar junto com ela. Taylor é vista como uma diva pop, e demonstra empatia quando fala sobre feminismo e a luta das mulheres.

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Precisamos aprender a idolatrar nossos ídolos, mas também apontar um erro quando vemos um.

Onde está a Taylor que conhecemos agora, então? Mesmo que não tenha responsabilidade direta pelo o que aconteceu, ela tem uma responsabilidade emocional com uma nação inteira de fãs que esperam isso dela e poderia ter entrado em contato com a família da vítima como um ato de solidariedade e sensibilidade.

Nós merecíamos muito mais. Ana Benevides merecia muito mais. A família da estudante veio ao Rio de Janeiro sem amparo financeiro sequer para levar o seu corpo para o Mato Grosso – foram os fãs brasileiros dela que se uniram para arrecadar fundos e, novamente, são eles que estão organizando uma homenagem para a jovem durante o show de hoje à noite, segunda (20).

O silêncio, nessa situação, é ensurdecedor. Soa conivente. Eu, assim como muitos fãs, estamos revoltados e tristes. Algumas situações não podem passar despercebidas e, como fãs, precisamos aprender a idolatrar nossos ídolos, mas também apontar um erro quando vemos um.

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Por que ir ao show da Taylor Swift no RJ me decepcionou como fã
A falta de empatia de Taylor Swift após a morte da estudante Ana Benevides expõe uma falha da cantora que nós, como fãs, precisamos apontar.

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