arreira internacional! No próximo domingo (23/6) Pedro Sampaio levará o funk brasileiro para o Palco Galp do Rock in Rio Lisboa. Em setembro, o DJ e produtor musical também se apresenta pela primeira vez na edição brasileira do festival e não é só isso: ele está em uma turnê pela Europa, com mais de dez shows anunciados. Em entrevista exclusiva para a CAPRICHO, Pedro Sampaio compartilhou suas expectativas sobre essa nova fase de sua carreira.
“Quero fazer essa Euro Tour para plantar várias sementes e voltar futuramente, tornando realidade esse consumo internacional da minha música. Obviamente, fico muito feliz e orgulhoso de mim mesmo por ter chegado até aqui, mas sinto que é um novo começo. É a mesma sensação de começar do zero, de estar conquistando o público novamente”, Pedro Sampaio sobre os shows internacionais.
Com sua estreia no Rock in Rio marcada, Pedro expressa uma mistura de entusiasmo e gratidão pela oportunidade única de se apresentar em Lisboa: “Estou muito feliz e animado para tocar no Rock in Rio Lisboa. Ver minha música sendo bem recebida em Portugal me deixa muito realizado, é algo meio surreal, mas ao mesmo tempo entendo que de certa forma sou um artista internacional lá.”
Percebo cada vez mais uma aderência do mercado internacional à música brasileira e ao mercado brasileiro. Sinto que estou na linha de frente junto com a Anitta, a Luísa e a Ludmila, levando a cultura brasileira, o funk e a música urbana para fora.
Pedro Sampaio
Em paralelo, Pedro também se prepara para sua estreia no Rock in Rio Brasil, onde abrirá o palco Sunset como único representante do funk, um gênero historicamente sub-representado nos grandes festivais. Sobre essa oportunidade, ele compartilha: “Estou muito animado com essa oportunidade de me apresentar no Rock in Rio Brasil como representante do funk. A expectativa é enorme. Vamos abrir o palco Sunset e sinto no meu coração que este será o início de uma grande história junto ao festival.”
Pedro vê sua participação não apenas como um show, mas como um evento que promove representatividade e diversidade musical. Ele enfatiza a importância de utilizar seu espaço para além do entretenimento, abrindo discussões sobre temas relevantes e promovendo a cultura brasileira para um público global. “Acho que seria uma irresponsabilidade subir em um palco como o do Rock in Rio, que é um verdadeiro templo, e apenas pedir para as pessoas pularem”, contou.
Eu me sinto como um diamante no sol, refletindo e brilhando ainda mais.
Pedro Sampaio sobre se apresentar no Rock in Rio
Ao refletir sobre as críticas sobre a pluralidade de gêneros no festival, Pedro observou a necessidade de mais espaço para artistas de todos os gêneros, destacando a riqueza cultural do Brasil e sua diversidade musical como fundamentais para o enriquecimento do evento. “São sempre os mesmos comentários, então não há nada de novo, nenhuma evolução. É isso, são coisas que eu não tenho nem energia para debater, porque são os mesmos comentários, a mesma situação.”
Com uma agenda repleta de shows internacionais, Pedro tem deixado sua marca em cidades como Londres, Amsterdam, Dublin e Zurique, apresentando-se em algumas das mais prestigiadas boates e festas do circuito eletrônico global. Uma delas é a famosa Bresh, a maior festa latina do mundo, onde Pedro se apresentou em Barcelona e em Ibiza.
Recentemente, o DJ abriu shows da turnê Baile Funk Experience de Anitta nos Estados Unidos. Ele descreve a experiência como reveladora: “Eu esperava um público majoritariamente brasileiro, mas foi incrível ver uma mistura tão diversificada de fãs, incluindo latinos e norte-americanos. Isso mostra como o funk brasileiro está ganhando espaço além das fronteiras nacionais.”
Leia a entrevista na íntegra:
CAPRICHO: Pedro, você está fazendo cada vez mais sucesso fora do Brasil. Como está sendo essa experiência de levar sua música para tantos países diferentes?
Pedro: Essa Euro Tour está sendo incrível, todos os lugares serão visitados por mim pela primeira vez. Fora isso, tem o Rock in Rio Lisboa, onde eu já fiz show em Portugal, mas será minha primeira vez no festival. Estou muito feliz, porque percebo cada vez mais uma aderência do mercado internacional à música brasileira e ao mercado brasileiro. Sinto que estou na linha de frente junto com a Anitta, a Luísa e a Ludmila, levando a cultura brasileira, o funk e a música urbana para fora. É muito especial.
Quando anunciamos a turnê, seriam 11 shows, e não estava previsto um show na França. Porém, nos comentários do post, percebemos muitas pessoas pedindo um show na França, escrevendo tanto em francês quanto em português. Eu sempre acreditei muito no meu público e confiamos nisso. Fomos atrás de um show na França, mas não conseguimos ninguém que acreditasse junto com a gente para fazer um show do Pedro na França. Decidimos acreditar e bancar esse show por conta própria. Foi o último show que anunciamos e o primeiro a esgotar os ingressos.
Como você se senta alcançando esse novo público e essas novas conquistas?
Olha, eu não lido me sentindo como um artista já renomado no Brasil que está indo fazer uma turnê na Europa, mas como um novo começo. Quero fazer essa Euro Tour para plantar várias sementes e voltar futuramente, tornando realidade esse consumo internacional da minha música. Obviamente, fico muito feliz e orgulhoso de mim mesmo por ter chegado até aqui, mas sinto que é um novo começo. É a mesma sensação de começar do zero, de conquistar o público novamente e aquele lugar novamente.
O público brasileiro sempre apoia; há brasileiros em todo lugar do mundo. Então, conto com a força dos brasileiros, mas um dos objetivos é conquistar o público local para que possamos impulsionar ainda mais o consumo da música brasileira fora do país.
Você abriu a turnê “Baile Funk Experience” de Anitta em Los Angeles e Miami. Como foi essa experiência e qual é a sua relação com a Anitta?
Eu já estava com a minha turnê na Europa anunciada, e ela me ligou e disse: “Vou te fazer um convite. Vou te colocar numa boa e também numa furada ao mesmo tempo. Aí você decide o que quer fazer.” Ela me convidou para abrir os shows dela da turnê. Não consegui atender todas as datas porque também tenho meus shows, mas marquei os que consegui e abri dois shows, um em Los Angeles e outro em Miami.
Foi uma experiência muito interessante porque eu esperava que a maioria do público fosse brasileiro, mas não foi assim. Era uma mistura muito grande, com brasileiros, latinos e norte-americanos. Achei isso muito interessante, porque são pessoas que realmente compraram ingressos para ver o show. É importante destacar isso. Eu já sabia dessa realidade, mas ver com meus próprios olhos foi incrível. O funk está sendo consumido lá fora, e a Anitta está conseguindo isso, especialmente com o título da turnê “Baile Funk”. O público está comprando ingressos para o baile funk, o que é muito legal.
Essa sensação de recomeço também é muito presente. A Anitta me disse: “Quando a gente sai do Brasil e começa uma carreira fora, é como começar do zero, tudo de novo.” E eu senti isso na pele, esse lugar do recomeço. É como se estivéssemos jogando novamente, conquistando o Brasil e agora buscando conquistar outros países, lugares e pessoas. É muito interessante.
Como você se preparou para a turnê internacional e o que o público pode esperar dos shows?
A turnê vai ter vários formatos, o que é bem legal. Como sou DJ, produtor e cantor, tenho uma versatilidade interessante e consigo me adaptar. Teremos shows em clubes onde farei meu show no formato de DJ, então será o Pedro muito mais DJ do que cantor. Em outros shows, serei DJ e cantor, com balé e tudo. Optei por fazer dessa forma para conseguir atingir vários públicos diferentes e me mostrar de formas diferentes.
Tenho essa vantagem de conseguir adaptar meu set para cada lugar. Por exemplo, vamos começar por Londres, então posso ver qual é a música que está pegando lá e fazer um remix para tocar no meu show. E não vou tocar essa música no show da França, vou tocar outra. Essa é a minha preparação: me conectar com a cultura local e trazer a essência daquela cultura para dentro do meu show, misturando com a minha verdade.
Você vai realizar o seu sonho de tocar na Bresh, em Barcelona e Ibiza. Como é representar a música latina em um evento tão renomado?
Eu fui à Bresh no ano passado para conhecer e tive a ideia de levar o funk para lá. Em uma edição da Bresh em Ibiza, percebi que, apesar de ser uma festa latina, não tocava funk. O funk também é um ritmo latino, assim como o reggaeton e o house. Conversei com meu sócio e traçamos uma estratégia. Entramos em contato com a organização e, coincidentemente, eles estavam preparando a primeira edição da Bresh em São Paulo. Fizemos uma troca: eu toquei na Bresh de São Paulo e eles nos deram a oportunidade de tocar na Espanha e em Ibiza, nos melhores horários.
Você vai se apresentar pela primeira vez no Rock in Rio. Como está a expectativa para esse show?
Estou muito animado com essa oportunidade de me apresentar no Rock in Rio Brasil como representante do funk, sendo o único DJ de funk no evento. A expectativa é enorme. Vamos abrir o palco Sunset e sinto no meu coração que este será o início de uma grande história junto ao festival. Não há mais essa diferença de tamanho entre o Palco Mundo e Palco Sunset, pois as estruturas foram igualadas. Estou muito honrado com o espaço e a oportunidade. Acredito que faremos um grande show, muito aguardado pelo público, e que iremos surpreender, alcançando novos patamares.
Essa vai ser a primeira vez que o funk vai tocar em um dos palcos principais do festival. Qual o sentimento?
Eu me sinto como um diamante no sol, refletindo e brilhando ainda mais. Acho que o Rock in Rio tem esse poder incrível de pegar talentos e fazer com que eles brilhem ainda mais, não apenas pelo nome do festival, mas pela estrutura proporcionada e pela visibilidade que ele oferece.
Além disso, saber que não será apenas um show, será um evento. Tem a ver com representatividade, conexão e oportunidade. É dar voz a diversos assuntos. Tenho claro em minha mente que meu show será uma combinação da energia, da dança e da extroversão que são minhas características. Mas também será um show que trará representatividade e abrirá espaço para discutir diferentes temas.
Acho que seria uma irresponsabilidade subir em um palco como o do Rock in Rio, que é um verdadeiro templo, e apenas pedir para as pessoas pularem. Meu objetivo é oferecer entretenimento no sentido mais amplo: animar, trazer alegria, mas também questionar e representar. Eu amo entretenimento, sou do entretenimento, e acredito que no Rock in Rio isso se manifesta de forma completa.
O que você acha das críticas sobre a pluralidade de gêneros no Rock in Rio?
São sempre os mesmos comentários, então não há nada de novo, nenhuma evolução. É isso, são coisas que eu não tenho nem energia para debater, porque são os mesmos comentários, a mesma situação. Isso não se aplica só a mim, mas a tantos outros artistas de diferentes gêneros. Inclusive, acredito que há espaço para mais artistas.
O Brasil é culturalmente rico, com muitos talentos em diversos segmentos que talvez não estejam no mainstream, mas que merecem estar em um festival tão importante para o nosso país como um todo.
Pedro Sampaio
Acho que o festival está entendendo isso e está evoluindo. Este ano teremos no Palco Mundo uma diversidade de estilos, como Luan Santana, pela primeira vez. Isso é evolução, o Rock in Rio está evoluindo, e aqueles que não entendem isso estão estagnados.
Qual a expectativa para tocar no Rock in Rio Lisboa?
Estou muito feliz e animado para tocar no Rock in Rio Lisboa. Ver minha música sendo bem recebida em Portugal me deixa muito realizado, é algo meio surreal, mas ao mesmo tempo entendo que de certa forma sou um artista internacional lá. É uma experiência diferente, tudo é diferente. Por exemplo, “Dançarina” alcançou o primeiro lugar em Portugal, assim como no Brasil, mas lá estabeleceu um recorde como a música que ficou mais tempo no topo das paradas, superando até mesmo “Despacito”. Isso é muito especial, único e singular.
Acredito que o Rock in Rio Lisboa será um momento de consagração e de maior conexão com o público português. No ano passado, fiz uma turnê por lá nas maiores arenas, com ingressos esgotados e até mesmo batendo recordes. Mas no Rock in Rio Lisboa será o público de Portugal em massa, a visibilidade será enorme. Acho que será uma experiência surpreendente, e estou ansioso para levar a cultura de Portugal para o palco.
Depois dessa Eurotour, quais são seus planos? Há novos projetos ou colaborações que você pode compartilhar conosco?
Estou atualmente no processo de produção do meu segundo álbum. Minha intenção é lançá-lo entre o Rock in Rio Lisboa e o Rock in Rio Brasil, idealmente em setembro deste ano. Antes do álbum completo, gosto de lançar singles que vão aquecendo o público e gerando expectativa. A ideia é lançar de 2 a 3 singles antes do álbum, mas isso pode mudar dependendo das circunstâncias. Por exemplo, originalmente planejava lançar um single antes da minha Eurotour, mas devido à alta demanda e outros compromissos, decidi adiar para garantir que seja lançado da melhor forma possível.