Estreia hoje no Netflix a série Hemlock Grove, adaptada do livro do escritor Brian McGreevy e produzida pelo Eli Roth — quem gosta de terror, vai lembrar do trabalho dele em O Albergue. Fiquei interessada de cara na história porque, apesar de ser uma ficção sobrenatural, ela tem uma pegada de tensão mais psicológica.
A trama de Hemlock Grove gira em torno de uma garota que é encontrada morta e tudo indica que o assassino não seja exatamente humano. De fato, como o pôster entrega, é um lobisomem inflitrado em meio à população da cidade de Hemlock Grove. Os principais suspeitos são um garoto kinda cigano Peter Rumancek (Landon Liboiron) e o filho de uma família poderosa e estranha, Roman Godfrey. Quem dá vida ao personagem é Bill Skarsgaard, irmão caçula do gato Alexander Skarsgaard, o Eric de True Blood.
Além desta linha central, existem mini-dramas envolvendo as relações um pouco turvas da família. Eu fiquei com a impressão de que há um ar meio Hollywood dos anos 30/40 na série, uma coisa linda, contemplativa, sedutora e perigosa. E o mais interessante é que a Famke Janssen (sim, a Jean Grey de X-Men!) me disse exatamente a mesma coisa no papo que batemos juntas! A Famke interpreta a ambivalente e escorregadia Olivia Godfrey, mãe do Roman.
No elenco, também tem o Dougray Scott, que eu adoro porque lembro dele de príncipe Henry no Para Sempre Cinderela com a Drew Barrymore quem nunca viu que atire a primeira pedra. Ele faz o Norman Godfrey, cunhado da Olivia e pai da Letha Godfrey. Quem interpreta a fofa é a novata Penelope Mitchell, prima da atriz Radha Mitchell, que fez Melinda e Melinda. A Penelope, aliás, é quem convida as leitoras da GLOSS a darem uma olhadinha na série (ai que emoção, minha gente!)
httpv://youtu.be/qQhyThoee18
E agora, vamos ao papo que eu bati com a Famke Janssen. Fina!
Por que você se sentiu atraída a interpretar a Olivia?
Ela é muito misteriosa, intrigante de uma forma que, em 13 episódios, você vê vários lados dela. No começo, ela parece muito manipuladora, mas então você conhece outras partes dela que são ainda mais fascinantes. Você começa com alguém que você julga, mas…você não deve julgar um livro pela capa, como a gente diz aqui nos EUA! Porque há muitas reviravoltas e você cresce junto com a personagem. Eu senti isso, pelo menos. Não sei se a referência faz sentido para vocês aí no Brasil, mas ela me lembra muito aquelas mulheres dos filmes dos anos 30, aqueles tipos Katherine Hepburn, muito sofisticada. Que eu amo! Ela sempre se veste de branco e tem um sotaque… Incrível.
Você já tinha lido o livro antes de fazer a série?
Não, até porque o livro só saiu depois que eu já tinha recebido o convite para a série. Quando aceitei, eu tinha lido apenas o roteiro.
E o que achou?
Divertido. E a relação entre a Olivia e o cunhado dela…é surpreendente. Me fascina.
Eu acredito que você esteja familiarizada com ficção científica, porque você já fez antes. Mas qual foi o maior desafio para você em Hemlock Grove?
Sim, eu já havia feito, mas não sei se importa. Ela é uma personagem tão fascinante de um jeito…que é muito interessante interpretá-la e realmente não importa o gênero. O que importa aqui, é como você aborda a personagem e ela é muito complexa. Porque ela veio de outro país para os Estados Unidos e, como eu falei, fabricou toda uma personalidade meio “filme dos anos 30”, à la Katherine Hepburn. Acho muito divertido interpretá-la!
Com Roman (Bill Skarsgaard)
Hemlock tem uma pegada de filme, mas é uma produção de TV. O que você se sente mais confortável em fazer: cinema ou televisão?
Cinema é o meu background, eu faço filmes há 20 anos e fiz muito pouca televisão neste tempo. Principalmente porque não me atrai muito uma história dividida em episódios, em que você gasta tanto tempo fazendo aquilo. Mas [com Hemlock Grove] é quase um filme de 13 horas, então foi muito mais atraente para mim, mais fácil de topar e ser parte do projeto.
Como foi trabalhar com o Eli Roth?
Nunca tinha trabalhado com ele antes, foi a primeira vez. É sempre bom trabalhar com atores e diretores que a gente já conhece, mas nós nos divertimos muito trabalhando juntos.
Eu assisti a cena da transformação em lobisomem e tenho que perguntar: você tem alguma coisa tão legal assim no futuro da Olivia?
Ah, eu não me transformo em nada na série, minhas transformações são mais relacionadas à atuação. É revelador em muitos aspectos, mas é uma atuação mais tradicional.
Eu sinto que a televisão online transformou a forma como o público experimenta o jeito de contar uma história. Mas mudou alguma coisa para você como atriz? Como foi?
Não, mas acho que abre mais oportunidades para bons atores e roteiristas contarem histórias, afinal é um misto de televisão com cinema. Claro, não é o mesmo meio, mas funciona de um jeito parecido e muitos grandes nomes como Scorsese, Michael Mann e David Fincher tem tido espaço para criar neste modelo.
Com Norman (Dougray Scott)
Já sabemos então que a Olivia é muito misteriosa. Mas, além disso, como você a descreveria?
Ela é tão maior que a vida, atraente, destruída, complexa, complicada e diabólica. É muito bom trabalhá-la.
Nos previews e entrevistas, você e o Dougray [Scott] parecem ter uma química incrível. Vocês já se conheciam antes da série?
Não! Eu queria muito trabalhar com ele, mas a gente não se conhecia. Ele é um ator incrível e é muito especial sentir essa ligação com alguém, principalmente quando você divide cenas tão íntimas. É uma relação bem complicada a dela [Olivia] com o personagem dele, então foi ótimo.
Bom, eu ainda não consegui assistir a temporada inteira (os 13 episódios já estão disponíveis no Netflix), mas quero saber para onde as coisas vão.
E aí, curiosas para assistir Hemlock Grove? Opiniões nos comentários, please.
Beijo 😉