Se você curte romance e mistério, prepare-se para um novo vício na Netflix: a série Os Inocentes, que estreou nesta sexta-feira (24/8) no serviço de streaming. Na produção britânica, acompanhamos a história dos jovens June e Harry, um casal apaixonado que decide fugir de casa para viver uma grande história de amor, uma vez que suas famílias são bem rígidas e não os deixam ficar juntos.
Acontece que ainda no começo dessa ~fuga~ algo muito estranho acontece e June descobre que é uma shape-shifter. O que isso significa? Que seu corpo consegue mudar de forma quando entra em contato com outras pessoas. A partir de então, ela e Harry percebem que talvez seus pais escondam um passado misterioso…
A CAPRICHO conversou com os atores Sorcha Groundsell e Percelle Ascott, que dão vida aos protagonistas, para descobrir mais detalhes sobre a série. Vem ver!
CH: O que mais despertou o interesse de vocês em Os Inocentes?
PERCELLE: Para mim, o mais legal é que essa não é apenas uma série de ficção científica. Ela engloba muitas questões, como o amor, a busca pela identidade, e também o fato de que esses personagens podem mudar de corpos. Tem tantas coisas que podemos aprender com essa série e, no fundo, todas elas se resumem puramente ao relacionamento entre os personagens. É algo que nunca vi na TV antes.
SORCHA: Existem elementos de ficção científica, de suspense psicológico, de romance… Ela combina tudo isso para criar uma história mais humana.
CH: Mesmo que a história seja sobre amor e mistério, uma das grandes lições que ela passa é sobre encontrar a si mesmo. Vocês concordam?
PERCELLE: Com certeza. Essa é uma série sobre identidade e esse lance de trocar de corpo não passa de um artifício para falar sobre isso, sobre tentar descobrir quem você é e se sentir feliz e confortável consigo mesmo.
CH: A June é uma shape-shifter, o que significa que ela aparece em diferentes corpos ao longo da trama. Como foi o processo de criar essa personagem ao lado de outros atores que também deram vida a ela?
SORCHA: Foi um desafio bem interessante, porque eu nunca tinha feito nada desse tipo antes. Trabalhamos junto com um diretor de movimentos para poder criar alguns trejeitos dela. Como a June muda de forma o tempo todo, queríamos ter certeza de que essas mudanças seriam bem realistas e que as pessoas pudessem identificá-la nesses outros corpos que não são originalmente o dela. Foi bem legal tentar criá-la ao lado de outros atores e acho que todos conseguiram dar vida a ela de forma fantástica.
CH: Percelle, também deve ter sido difícil atuar com todas essas pessoas diferentes fingindo que eram a June, né?
PERCELLE: Eu não diria que foi algo difícil, mas curioso. Como a Sorcha disse, esses atores eram incríveis e foi só uma questão de dar espaço a eles e focar na emoção da cena. Quando a gente foca no que o personagem quer e sente, é fácil acreditar que estamos falando com June, mesmo que naquele momento específico essa adolescente seja interpretada por um ator islandês de barba. (risos)
CH: Ao mesmo tempo que June é frágil e morre de medo do que está acontecendo com ela, também é uma garota forte e determinada. O que você mais gosta nessa personagem, Sorcha?
SORCHA: Isso é exatamente o que eu amo nela. É tão difícil encontrar uma personagem feminina com tanta variedade de emoções. A June não é só uma vítima inocente, nem só uma adolescente rebelde e determinada. Existem muitos aspectos levados em conta em sua personalidade. Isso é sinal de que as coisas estão mudando na indústria do entretenimento e indica que veremos cada vez mais garotas representadas dessa forma. Fico feliz de ver que nossa série faz parte dessa mudança.
CH: Achei legal porque ela mostra que as garotas precisam, sim, ser fortes e determinadas, mas ao mesmo tempo é ok se você está triste ou confusa algumas vezes…
SORCHA: Exato. A série é muito sobre auto-conhecimento. Você não pode pular de cabeça em um relacionamento – ou até mesmo nesse mundão – sem saber quem você é. É um processo que vale a pena. Nós, como mulheres, podemos ser facilmente influenciadas pelo mundo. Todos acham que podem nos dizer como devemos ser e o que devemos fazer… E acho que a mensagem dessa série é que nada disso importa de verdade. O que importa é saber quem você é e o que quer.
CH: June e Harry são um casal biracial, mas esse não é um assunto abordado na série. O que vocês acham que esse casal representa para os jovens de hoje?
PERCELLE: Para mim, mostrar um casal formado por um homem negro e uma mulher branca sem abordar esse assunto especificamente é demais, porque é apenas uma representação do que vemos todos os dias. Eles são um casal normal. Espero que cada vez mais possamos ver nossa sociedade representada assim, do jeito que ela é, em cenas do cinema e da TV.