Isadora Williams pode não ter brilhado tanto na final da patinação artística nos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, que aconteceu na noite desta quinta-feira (22), mas a atleta alcançou um grande feito: foi selecionada pelo Comitê Olímpico Brasileiro para ser a porta-bandeira do país na cerimônia de encerramento das Olimpíadas de Inverno.
“Você encantou o Brasil com seu charme, com seu talento incrível, e queremos retribuir. Você já entrou para a história, foi a primeira brasileira a se classificar para a patinação artística em Sochi (nas Olimpíadas de Inverno de 2014) e agora conseguiu o incrível feito de se classificar para o programa longo, então você vai ser nossa porta-bandeira mais uma vez na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos”, disse o chefe da missão brasileira, Stefano Arnhold, à patinadora, que ficou muito feliz com a notícia.
“É uma honra representar o Brasil e ser a porta-bandeira de novo. Estou muito feliz. É um sonho de novo. Não esperava. Agradeço a todos pelo carinho”, disse Isadora ao Globo Esporte. Em 2014, ela já havia sido escolhida para carregar a bandeira do nosso país no encerramento.
A FINAL DA COMPETIÇÃO
Isadora foi responsável por dois marcos na história dos esportes de neve no Brasil. Nas Olimpíadas de Inverno de Sochi, em 2014, ela foi a primeira brasileira a se classificar para a patinação artística, mas acabou ficando em último lugar, ainda no programa curto, primeira fase da competição.
Este ano, porém, Isa mandou bem e se tornou a primeira brasileira a chegar numa final nessa modalidade durante os Jogos Olímpicos, mas não conseguiu uma boa colocação. A última fase da patinação artística feminina, conhecida como programa longo, aconteceu na última quinta-feira (22) em Gangneung, na Coreia do Sul. Muito nervosa, Isa se apresentou ao som da música tema do filme Missão Impossível 2 e caiu e se desequilibrou algumas vezes. Ao terminar a prova, a patinadora se mostrou bastante decepcionada e recebeu a nota baixa de 88,44, terminando como a última colocada.
Apesar do resultado, o feito da atleta foi inédito no Brasil, um país em que o incentivo à patinação artística é quase nulo. Para conseguir manter seus treinos e se classificar para as Olimpíadas de Inverno, por exemplo, Isadora teve que começar a dar aulas de patinação para crianças na cidade em que mora, nos Estados Unidos, e chegou a fazer uma vaquinha virtual para poder pagar um técnico de saltos.
A medalha de ouro da patinação artística feminina ficou com a russa Alina Zagitova, de 15 anos. Em segundo lugar ficou sua compatriota, Evgenia Medvedeva, de 17 anos, e em terceiro, a canadense Kaetlyn Osmond.