m 2010, estreava nos cinemas uma das franquias de animação mais famosas, Meu Malvado Favorito. Nesta quinta-feira, 14 anos depois, com três filmes de sequências e outros dois extras somente para os minions, vai ao ar Meu Malvado Favorito 4, um longa que copia e cola a base narrativa dos anteriores e questiona por quanto tempo a mais a comédia familiar e o carisma dos minions conseguirá esconder o roteiro confuso.
Na trama, a família de Gru, agora composta não só pelas três filhas adotivas, Margo, Edith e Agnes, e pela esposa Lucy, mas também pelo recém-nascido Gru Jr., precisa deixar para trás a vida aparentemente perfeita e se esconder na pacata cidade de Mayflower, onde assumem novas identidades. Tudo isso é motivado pela fuga de Maxime Le Mal, um ex-colega da escola para vilões do Gru, da prisão da AVL, agência contra vilões em que o protagonista trabalha.
A partir deste ponto, o filme é divido em três núcleos: o de Maxime planejando sua vingança contra Gru; o de Lucy, Margo, Edith e Agnes se adaptando (ou não) na nova cidade; e o de Gru sendo chantageado a ajudar Poppy, filha do casal de novos vizinhos, a realizar um assalto.
A diversidade de narrativas não é, necessariamente, um problema, mas, aqui, pode se tornar um. Essa mesma questão já foi evidenciada em sequência anteriores mas isso acaba fazendo com que o os enredos paralelos crescem de uma forma em que o final parece insuficiente para explicar ou justificar as ações vistas ao longo do filme. O vilão parece não ter tanta motivação assim para se vingar de Gru e de sua família, e, por isso, as atitudes deles são cansativas.
Embora seja herói agora, Gru parece muito mais feliz sendo vilão com Poppy, as atitudes de Maxime chegam a ser descabidas pelo excesso frente a uma situação não tão grande, os desenvolvimentos de Lucy e das meninas dentro da nova cidade são deixados de lado em seu ápice e o vilão mais intrigante parece ser Poppy, não Maxime.
Estes pontos, quando pensados no final do filme, deixam tudo que foi assistido um pouco confuso, mas o sentimento é facilmente ignorado. Isso porque ‘Meu Malvado Favorito’ sabe fazer uma boa cena de comédia e divertir o espectador. As questões familiares criadas são um espetáculo a parte, mas os minions trazem as sacadas mais geniais. A transformação de cinco deles em super-heróis no estilo ‘Quarteto Fantástico’ é um desenvolvimento que acontece quase que completamente separado e que merecia mais tempo de tela. Já momentos de humor, mesmo com a expectativa do público, mantém um brilho especial.
‘Meu Malvado Favorito 4’ cumpre o que promete: diversão e descontração, apesar das dificuldades para fechar a história ou para entender o que priorizar. A sensação é de os personagens são desenvolvidos em pequenos passos – as meninas não voltam a ter alguma evolução especial, por exemplo – e, nesse ponto, não vai haver um envelhecimento mesmo. No final de junho, o diretor do filme, Chris Renaud, contou ao portal Deadline que a produção decidiu não envelhecer os personagens, como acontece em ‘Os Simpsons’.
Fica a questão: haverá criatividade para conseguir continuar com a saga sem deixá-la cansativa? Para os pequenos, todos estes pontos podem passar desperçebidos pelas brincadeiras e acontecidos acelerados, mas para a galera mais jovem ou até para os adultos, pode ser um pouco caótico. Mesmo nesses casos, é bem capaz que, no mínimo, você saia da sala de cinema dando risada.
‘Meu Malvado Favorito 4’ estreia nesta quinta-feira (4) nos cinemas.