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Manual para a 1ª ‘montação drag’, com Kitty Kawakubo e DaCota Monteiro

Conversamos com duas referências quando o assunto é arte drag e montamos um passo a passo para você começar a criar a sua.

Por Arthur Ferreira Atualizado em 3 jul 2024, 11h50 - Publicado em 3 jul 2024, 09h01

D

ecidi fazer drag para me sentir melhor comigo mesmo. Me libertar de qualquer rótulo e mostrar toda arte que existe em mim”. Foi assim que Eduardo Rodrigues, de apenas 16 anos, respondeu à pergunta da reportagem da CAPRICHO sobre seu interesse na arte drag, mesmo tão jovem. Ele, que faz parte da Galera CAPRICHO 2024, mora no interior de Santa Catarina e está cursando o segundo ano do ensino médio e, durante seu tempo livre, divide os estudos com moodboards e inspirações para sua 1ª drag.

Foi em 2023 que ele descobriu essa possibilidade. Ao assistir o personagem de Diego Martins, o Kevinho, na novela Terra e Paixão, da TV Globo, ele não só entendeu o que era a arte drag, mas quis fazer parte disso. “Entender o que era drag vendo o Diego [Martins, no ar] foi algo que me despertou uma vontade”, contou.

Interessado em moda, dança e atuação, Eduardo também se identificou com Diva More, participante da 1ª temporada de Drag Race Brasil, e percebeu que, assim como a drag, poderia usar seus interesses à seu favor. 

Mas, então, por onde começar? O primeiro passo: o nome. Delancy, a drag de Eduardo, é inspirada em uma personagem homônima do desenho Barbie Escola de Princesas. O filme, lançado em 2011, foi companheiro do estudante na infância e ele conta que, também, teve um papel importante na sua descoberta como um garoto LGBT+.

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Começar a fazer drag pode ser um desafio e tanto: por onde começar? Qual história e nome devo escolher? E as roupas? Arte drag é só montação? Se você, assim como o Edu, está se perguntando por onde começar e a evoluir na “montação, a CAPRICHO consultou duas personagens desse meio e super entendidas quando o assunto é fazer drag: DaCota Monteiro e Kitty Kawakubo.

Separamos a conversa com as duas em algumas etapas, assim como uma drag race: 1. apresentação das mentoras, 2. passo a passo para iniciar o seu processo (sim, você pode chamar esse texto de ‘manual da minha primeira drag’, ok?), 3. a coroação.

PARTE 1: QUEM SÃO AS NOSSAS MENTORAS?

DaCota Monteiro, atualmente mora em São Paulo, mas é original de Ribeirão Preto, no interior paulista. Ela já faz drag há onze anos e tem uma trajetória e tanto: já trabalhou com teatro, maquiagem e stylist, tem também formação em design gráfico, viu?

A arte drag entrou em sua vida pela internet – talvez, assim como na sua que lê esse texto (<3). Ao assistir a um vídeo da drag Willam na quarta temporada de RuPaul’s Drag Race, ela ficou obcecada e encontrou uma nova forma de autonomia artística.

Eu vi na arte drag uma possibilidade de autonomia artística que eu não estava sentindo muito no teatro. O teatro, onde eu fazia, era é muito hetéro, cis e centrado nessas histórias que não me contemplavam

DaCota Monteiro
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Com a ajuda de seu melhor amigo, Rafael Correia, abriu um canal no YouTube que lhe trouxe visibilidade. Participou do Queen Star Brasil e ganhou o prêmio YouTube Vozes Negras. Chique, né? Drag e, além de tudo, premiada.

E o futuro também é dela, viu? Quando o assunto é trabalho, no momento ela está focada na peça Rei Lear, feita apenas com drag queens, que estreia em julho. Em breve, apresentará o programa La Maison: Drag Me as a Queen, com Lia Clark.

dacota monteiro
DaCota Monteiro Draglicious/Reprodução

Nossa outra mentora, Kitty Kawakubo mora em São Paulo, mas passou a maior parte de sua vida em Guarulhos, cidade da região metropolitana do estado. Kitty é figurinista de formação e possui um ateliê de perucaria, o Perucas a Vapor, que atende artistas incríveis do Brasil e do mundo. Além de criar conteúdo sobre cultura pop focado em beleza, ela atua na cena noturna como performer e apresentadora, sempre tornando as noites mais divertidas.

Kitty Kawacubo
Kitty Kawakubo @Mot.Photo/Divulgação
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A arte drag entrou na vida de Kitty muito cedo, influenciada por dois tios LGBTs. Um deles já fazia drag e ela conta que sua primeira experiência foi aos 18 anos, após um momento de vida conturbado no trabalho e no amor. A drag se tornou uma forma de hobby sem pretensões, mas acabou se tornando sua principal ocupação.

Tenho muito orgulho dos meus dez anos de drag. É muito incrível poder inspirar uma nova geração de artistas que estão por vir, que estão chegando com essa sede de buscar o novo

Kitty Kawakubo

****PASSO A PASSO: MANUAL DA SUA 1ª DRAG****

PARTE 2: EXPERIMENTE E USE O QUE VOCÊ JÁ TEM. APENAS COMECE.

Delancy quer ser um pouco de tudo, mas pensa mais em suas performances e criação de conteúdo digital. Com os preparativos para a grande estreia de sua drag acontecendo há meses, Edu quer que “tudo saia perfeito” e para isso tem economizado para investir em roupas, perucas, ensaios fotográficos, aulas de dança e maquiagem. Será que é possível começar na arte drag de forma “perfeita”?

Para Kitty Kawakubo, o início é essencial para testar maneiras diferentes de fazer drag. Enquanto você treina, se jogue nos diferentes tipos de maquiagem e descubra qual tipo de drag você quer ser. “Experimente modos de fazer o que você já faz. Experimente o que você gosta e o que você não gosta pra descobrir se você realmente não gosta mesmo.”

Ah, e nada de se apegar à perfeição e se cobrar demais. Você só está começando e esse é o momento em que você deve passar por cima do autocobrança para entender melhor como sua arte funciona. “Você tem que ir feia mesmo, não é para sair de casa só quando já estiver perfeita porque essa perfeição nunca vai chegar. Você tem que ir descobrindo ali na rua, no calor no momento”, compartilhou Kawakubo.

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Drag, não é só sobre a maquiagem, o figurino e a peruca, é também sobre a comunicação e esse contato com as pessoas

Kitty Kawakubo

 

Delancy ainda está desenvolvendo suas habilidades e treinando sua maquiagem em casa. Seu objetivo é atingir uma técnica que a faça a se sentir segura o suficiente para se revelar para o mundo. “Eu sempre me maquiei na infância, mas nunca resolvi sentar e realmente aprender”, conta. “Foi só há alguns meses que eu resolvi aprender de fato. Eu procuro aprender sempre mais e mais. Eu tive muita dificuldade em deixar os dois lados do rosto iguais”.

Dúvidas sobre maquiagem vão surgir e isso é natural, mas não se apavore. Não ache que você precisa comprar determinado produto para começar, na verdade o que você precisa é começar com o básico e ir treinando à partir disso. “Se você já tem uma make da sua irmã ou da sua mãe em casa, vai treinando ali com o que você tem”, aconselha Kitty.

“A minha dica é: não compre tudo de uma vez. Vai comprando aos poucos para você perceber o que funciona mais para você. No fim, eu tenho produtos aqui que eu comprei há 10 anos e eu nunca usei”, conta Kitty. “Eu compraria uma base, um produto mais cremoso para iluminar meu rosto, o clown white é um bom produto para você começar a testar. Os pós de contorno, um pó translúcido e talvez uma paleta de sombras.”

PARTE 3: BUSQUE SUAS PRÓPRIAS REFERÊNCIAS, BEBA NA SUA PRÓPRIA FONTE

Para desenvolver suas técnicas, DaCota recomenda buscar referências dentro do mundo drag, seja para maquiagem ou performance. Porém, para criar algo autêntico, é importante buscar referências fora do óbvio.

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“Se você tem outros interesses na sua vida, traz isso para a sua drag. Às vezes você tem um background de dança, de culinária, de cantora de ópera, traz isso para a sua drag. O que você tem na sua vida, você pode agregar na sua drag.”

Quanto mais pessoal, quanto mais é quanto mais camadas você ter de outros interesses que fazem parte de você, mais sua autêntica sua drag vai ficar.

DaCota Monteiro

Kitty ainda sugere usar redes sociais como Instagram e Pinterest para buscar referências visuais e colocar como alvo a excelência, mas sem se cobrar demais. Entender quem veio antes e pesquisar a história da arte drag também é crucial. “Entenda que teve muita gente que batalhou para a gente poder chegar aqui”, afirma Kitty.

Com essas dicas de Kitty Kawakubo e DaCota Monteiro, qualquer aspirante a drag queen pode começar sua jornada com mais confiança e preparação. Então, se você, assim como o Edu, quer se aventurar na arte drag, comece testando, se planejando, se comunicando bem, buscando referências e, principalmente, se divertindo no processo.

PARTE 4: DESCUBRA QUAL PERSONALIDADE (E MAQUIAGEM) VOCÊ DESEJA EXPLORAR

A arte drag é muito mais ampla do que normalmente vemos retratada na grande mídia. É sempre bom lembrar que drags barbadas não são “menos drags” por isso. Não há uma forma única de expressar essa arte, mas se você procura fazer uma montação mais convencional, DaCota Monteiro tem algumas dicas que podem salvar a sua pele, literalmente.

Para começar, DaCota sugere que você compre uma lâmina de barbear com o máximo de lâminas possível e que você use condicionador para fazer a barba.

Segundo a drag “a lâmina desliza muito melhor e sua pele fica bem menos irritada do que com sabonete ou espuma de barbear”.  Outra sugestão é que você esquente um copo d’água e mergulhe a lâmina na água quente, para uma limpeza mais eficaz da lâmina.

“Recomendo você usar hidratante. Se você achar o seu muito oleoso e não gostar de uma aplicação muito forte, esfregue antes na palma da mão. Vá aplicando até dar uma dissolvida e aplique aos poucos no rosto. Eu recomendo que hidrate bastante porque você está passando uma lâmina e tirando camadas da sua pele“, aconselha DaCota Monteiro.

“Para cada pessoa vai funcionar de um jeito. Eu recomendo você usar uma cola um pouco mais maleável”, conta DaCota. “Faz a primeira camada de cola e penteie a sobrancelha para a direção que for melhor para você, vai testando e vendo como ela fica mais reta na direção do pelo.” Assim que a primeira camada secar e ficar transparente, repita o processo e aplique a quantidade de camadas que você achar necessário para cobrir a sobrancelha.

Na última camada de cola, você não vai esperar ela secar. Isso porque, ao fazer várias camadas de cola, vai se formando uma casquinha que você consegue descascar a cola. Cuidado! “Isso vai descamar a sua pele e vai arrancar um pedaço da sua maquiagem eventualmente. Para evitar isso, pegue um copo de água, e com o dedinho vai passando em volta das beiradas da cola que ficou na pele. Se quiser, pode passar uma camadinha bem leve em cima da sobrancelha para ela ficar sem textura de cola.”

Agora é só esperar secar, aplicar bastante pó com uma esponjinha e pressionar na sua sobrancelha. “Se você pegar pouco pó, na hora que você for encostar na sobrancelha, a cola vai colar na esponja e vai arrancar um pedaço da cola”, alerta DaCota Monteiro.

@dacotamonteiro

MEU PROCESSO DE MAKE COMPLETO, QUEM AMOU??? #DRAG #DRAGQUEEN #FY #FYP

♬ som original – DaCota Monteiro

Se você tiver uma marca de barba muito forte, DaCota Monteiro recomenda você usar alguma coisa laranja por baixo da base para disfarçar. Mas preste atenção: “se você fizer uma camada de laranja ou de vermelho muito grossa e muito forte, depois vai dar mais trabalho para cobrir isso do que cobrir a própria barba. Você pode usar um pouquinho de batom, blush líquido, ou uma pastinha de clown laranja.”

“Você faz essa camadinha bem leve só para dar uma esquentada nessa área da sua barba, que tem um tom frio, esverdeado. Depois é só aplicar um pó translúcido e partir para a base”, explica Monteiro.

Cada pessoa vai trabalhar melhor com um tipo de base, mas o que DaCota recomenda para quem está começando é a base paint stick. Como ela é em bastão, pode ser um pouco mais fácil, porque “você usa como se fosse um giz de cera.”

“Você vai precisar de três tons de base: uma base do tom da sua pele, uma mais escura para fazer o contorno e uma mais clara para fazer a iluminação.  Como a cobertura para drag às vezes precisa ser um pouco maior, use uma base de alta cobertura Paint Stick ou uma base líquida de altíssima cobertura”, explica DaCota. E para aplicar a base, você pode usar tanto o pincel Kabuki quanto o Beauty Blender, a famosa esponja em formato de gota, de coxinha.

Kitty Kawakubo aconselha não começar pela paleta de sombras coloridas, e sim investir em uma paleta com tons mais neutros. “Entender sombra e luz é muito importante nesse início porque você entende muito sobre o seu rosto e onde colocar cada coisa. É muito importante para construir uma cara drag”, explica.

Não é todo blush que vai ficar bonito. Pode ser que esses tons de rosa, vermelho não funcionem tanto para pessoas negras como um tom mais pêssego e coral. Testa tudo em casa antes de sair

DaCota Monteiro

Para o delineador, DaCota é direta sobre os diferentes tipos do produto: “delineador em caneta é um pouco mais amigável para quem está começando. Delineador líquido é só para quem é muito boa já. Delineador em gel, só se você estiver presa em 2015”, compartilha. Ela ainda aconselha a não gastar muito com rímel e, para a boca, ir experimentando vários tons de batom. O seu favorito é o Power Stay da Avon* (Amazon, R$ 38), “que é ótimo para drag porque dura bastante tempo.”

“Uma das dicas mais importantes é a proporção do olho. Preste atenção, porque às vezes você está fazendo um olho redondo, então se você fizer uma sobrancelha redonda por cima, não fica harmônico. Às vezes você precisa ver o posicionamento e distância da sobrancelha. Se você for fazer um côncavo muito alto, então você precisa fazer um delineador grosso ou usar um cílio bem grande e cheio para poder ocupar esse espaço”, aconselha DaCota Monteiro.

PARTE 5: ACESSÓRIOS E PERUCAS PODEM DESCOMPLICAR O PROCESSO

As roupas são uma parte importante da expressão artística de uma drag e as inspirações podem vir de referências muito diferentes. Delancy se inspira em “filmes clássicos, personagens poucos conhecidos e conceitos poucos explorados”. Apesar de ainda estar trabalhando em seus looks, em sua primeira montação a baby drag vai investir em um look feito por Diva More.

Kitty Kawakubo não recomenda começar investindo um valor alto em roupas, e, sim ir testando o que funciona melhor para você. “Tem roupas que desenham o seu corpo de um jeito mais bonito para um palco, para um vídeo. Tem roupas que funcionam muito na câmera no HD, mas ali na vida real na boate, não funcionam tanto. Você só vai descobrir tudo isso testando”, compartilha.

“Hoje em dia a gente tem essas plataformas de compra que a gente consegue encontrar figurinos que tem um efeito legal, bonitos, mas baratos. Com o tempo, se você transformar aquilo numa carreira, você vai atrás de figurinos customizados, sob medida de saltos customizados”, aconselha Kawakubo. “Se você está começando, vai no que já está pronto e tem um efeito legal de um paetê, com um brilho, com uma cor diferentona na roupa.”

Se você quiser, se você tiver esse interesse, aprenda a costurar. Isso vai baratear bastante as coisas. É uma habilidade boa de se ter. Se você souber costurar, você só vai investir o dinheiro em material e fazer suas próprias roupas

DaCota Monteiro

 

Para a peruqueira, Kawakubo, o investimento mais certo para primeira montação é em uma boa peruca, que não precisa ser necessariamente uma Lace. “Eu sempre indico um penteado que seja versátil. Você provavelmente não tem tantas habilidades com peruca, então se a peruca já tem um penteado, ele vai durar muito mais. Aquele seu investimento vai valer a pena e você vai conseguir usar tanto para um show, quanto para uma foto. Depois, se você quiser desmontar essa peruca, você pode”, explica.

@kittykawakubo

essa peruca tava MUITO suja! 😱 #perucas #laces

♬ som original – kittykawakubo

“Tem saltos que são muito lindos, mas que são horríveis para performar no palco. Tem saltos que funcionam mais para um rolê de foto, que você vai ficar parada. No sapato, comece com algo que combine mais com tudo, como um pretinho básico ou algum tom de nude. Isso pode funcionar bem para você”, disse Kitty Kawakubo sobre os primeiros sapatos de drag.

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PARTE 6: ANTES DE MAIS NADA, SEJA UMA BOA COMUNICADORA

Kitty enfatiza a importância de sair para a rua e se apresentar em boates para descobrir o que funciona e o que não funciona na sua maquiagem e performance. Ela destaca que a arte drag exige uma forte habilidade de comunicação. “Você precisa aprender a se comunicar e conversar com as pessoas, até porque você vai ter várias situações de improvisação. Isso você ganha estando na rua, borbulhando ali com aquela cena.”, explica. Estar presente na cena drag e cativar sua comunidade é essencial para criar uma base de seguidores fiéis, caso seja essa a sua intenção.

Você vai entender o que funciona na sua make quando alguém tirar uma foto com flash sua 01h da manhã no meio da pista

Kitty Kawakubo

 

Ela também lembra que drag é contracultura. Embora reality shows como RuPaul’s Drag Race tenham levado a arte drag ao mainstream, ainda é uma expressão artística subversiva. “Saiba exigir o que é seu e se valorize”, aconselha Kitty. “A gente ainda está fazendo uma coisa que é super subversiva, então saiba exigir o que é seu. Às vezes quando a gente está começando a gente quer a oportunidade e abaixa a cabeça, mas saiba se valorizar.”

Outro ponto crucial é desapegar da perfeição. “Na hora que você está no palco ou gravando seu conteúdo, não é para você ficar preocupada o tempo todo se o seu cabelo está fora do lugar ou se a roupa deslocou”, diz Kitty. A diversão é essencial, pois o público se diverte junto com você.

Kitty também ressalta a importância de saber se virar. “Tem vezes que vão te pedir para montar uma performance de manhã para fazer de noite. Você vai ter que ter uma música que você já saiba dublar, saber resolver um cabelo de última hora, fazer uma costura”, explica. Ser autossuficiente e pronta para lidar com imprevistos é fundamental.

E agora? Shantay, you stay? 💅

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