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Ludmilla reponde acusação de intolerância religiosa em show no Coachella

Frase “Só Jesus Expulsa o Tranca Rua das pessoas” apareceu no telão do show da cantora e gerou debate nas redes.

Por Arthur Ferreira Atualizado em 22 abr 2024, 18h42 - Publicado em 22 abr 2024, 13h07

Ludmilla voltou ao palco do Coachella, mas não saiu tão aclamada pelos fãs brasileiros como em sua primeira participação, realizada no final de semana retrasado. Após a exibição de da frase “Só Jesus Expulsa o Tranca Rua das pessoas” no vídeo de composição do telão de seu show, ela está sendo acusada de promover a intolerância religiosa.

Caso você não se lembre, o “Tranca Rua” é um agrupamento de entidades que faz parte da cultura da Umbanda e da Quimbanda, uma das religiões de matriz africana mais populares no Brasil. Este grupo, chamado de “falange”, tem a função de abrir caminhos.

“Quando eu disse que vocês teriam que se esforçar para falar mal de mim, eu não achei que iriam tão longe. Hoje, tiraram do contexto uma das imagens do vídeo do telão do show em ‘Rainha da Favela’, que traz diversos registros de espaços e realidades — as quais eu cresci e vivi por muitos anos, querendo reescrever o significado deles, e me colocando em uma posição que é completamente contrária à minha”, disse Ludmilla, em sua conta no X (ex-Twitter).

A cantora continuou, explicando que a música em que a frase foi projetada busca retratar “a minha favela, uma favela real, nua e crua, onde cresci, mas infelizmente se vive muitas mazelas: genocídio preto, violência policial, miséria, intolerância religiosa e tantas outras vivências de uma gente que supera obstáculos, que vive em adversidades, mas que não desiste”.

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Segundo ela, “isso passa por conviver em um ambiente muitas vezes hostil, onde a cada esquina você precisa se deparar com as dificuldades da favela”, continuou. Entre elas, estaria justamente a intolerância religiosa retratada em frases como a que apareceu no telão.

Na sequência, Ludmilla contou que seu plano é levar para o Coachella uma representação verdadeira da favela, “sem filtros, sem gourmetizações, sem representações caricatas, uma denúncia sobre o real” e não uma “vitrine importada para gringo achar que esse é um espaço que se reduz a funk, bunda e cerveja”.

A cantora finalizou o texto compartilhando que vídeo que está repercutindo foi gravado por uma videomaker preta e periférica, para ser transmitido uma visão interna da favela.

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Não me coloquem nesse lugar, vocês sabem quem eu sou e de onde eu vim. Não tentem limitar para onde eu vou. Respeito todas as pessoas como elas são, e independente de qualquer fé, raça, gênero, sexualidade ou qualquer particularidade de que façam elas únicas”, concluiu.

Veja o post de Ludmilla completo abaixo:

Confira a repercussão do vídeo nas redes sociais:

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