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Ludmilla apaga redes sociais após ataque e prova como nosso país é racista

Você sabia que o número de denúncias de racismo nas redes sociais aumentou quase três vezes em 2020, se compararmos a 2019? Saiba como denunciar!

Por Amábile Reis Atualizado em 20 dez 2020, 09h35 - Publicado em 20 dez 2020, 09h32
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CAPRICHO/Sestini/Reprodução

Ludmilla apagou as redes sociais após sofrer ataques racistas. No Twitter, ela explicou a situação aos fãs. “Estou tirando print de tudo, porque isso é crime e eles vão pagar um por um. Vocês não tem noção do que eu passo com essas pessoas. São 24 horas por dia de comentários racistas em todas as minhas postagens”, relatou.

Brunna Gonçalves, esposa de Lud, também comentou a situação. “Não temos um dia de paz, todo dia ela é atacada por nada. Vocês vão pagar por tudo isso, racistas não passaram”, disse a bailarina.

Em junho, a cantora expôs que precisa lidar diariamente com preconceito. Segundo ela, “não vai ser a primeira e, infelizmente nem a última vez” que sofrerá com isso.

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“Para cada ofensa racista, eu encontro pelo caminho pessoas incríveis e que me inspiram nessa nossa luta. E é por isso que eu continuarei usando a minha voz para denunciar, para cobrar justiça, para seguir adiante e de cabeça erguida. Há muito a ser transformado e estou cada dia mais atenta para aprender, cobrar e agir para que todas essas mudanças aconteçam”, afirmou Lud na época.

Recentemente, no Twitter, a artista descreveu a pressão diária que enfrenta. “Se eu deixasse minha conta com um de vocês só por um dia, duvido que vocês aguentariam seguir de cabeça erguida com tantos comentários racistas que recebo, todo dia… Das mesmas pessoas, criminosos escorados no virtual, vivem para ofender o outro”, relatou.

De acordo com um levantamento da Safernet, que é uma instituição que analisa violações dos direitos humanos na Internet, a pedido do The Intercept Brasil, houve um crescimento de crimes de ódio nas redes sociais durante pandemia. O número de denúncias de racismo aumentou quase três vezes em 2020, se compararmos 2019.

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É importante ressaltar que, assim como Lud e Brunna apontaram, esses ataques destinados diretamente para a cantora são crimes e normalmente são sentenciados como injúria racial, que é quando uma ou mais vítimas são ofendidas pelo uso de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião e origem. Isso está especificado no Código Penal – artigo 140, terceiro parágrafo – e é um crime inafiançável, com possibilidade de pena de reclusão de um a três anos e com uma multa.

Ludmilla é gigante e nós torcemos para que os criminosos respondam pelos seus atos na Justiça. Para mostrar a força dessa mulher, relembramos o discurso dela no Prêmio Multishow, em 2019: “Esse choro aqui é o choro de uma luta muito grande e muito longa […]. Eu só queria dizer para todas as meninas, para todas as mulheres e para todas as pessoas periféricas, nunca, gente, nunca mesmo, deixe alguém te falar o que você é ou o que você pode ser na sua vida”.

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Se você, assim como a artista, está sofrendo racismo, a Safernet possui um material extenso e bem legal sobre o tema. Para acessar, clique aqui. 

Já para denunciar, você pode ligar para o Disque 100, serviço do governo federal que recebe denúncias de violação de direitos humanos. Ou pode fazer a denúncia em delegacias comuns ou nas especializadas em crimes raciais e delitos de intolerância. Ou ainda, no próprio portal da Safernet, é possível comunicar crimes de racismo.

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