Fãs animados, homenagens a Tio Wilson – o baterista da banda que faleceu em 2020 – e uma apresentação que misturou músicas antigas e novas, Pedro, Zani, Jorge e Chico mostraram a força da banda mineira Lagum. Os ingressos esgotaram em dois dias de show na Audio, em São Paulo – e para quem acompanha a banda não havia dúvidas de que isso aconteceria.
Um exemplo é que no último dia de Lollapalooza Brasil, o grupo foi a primeira atração a subir ao palco, em pleno meio-dia, um horário reservado para atrações que abrem o festival e têm menos adesão do público, de modo geral. Mas o resultado foi bem diferente do que esperavam: o público ocupou o gramado do Autódromo de Interlagos para ver os mineiros.
“Quando colocaram a gente no primeiro horário, foi meio ‘Será que vai ter gente?’, e foi surpreendente, porque recebemos a notícia de que foi o meio-dia mais cheio de todos os dias”, afirma o vocalista Pedro Calais em entrevista à CAPRICHO. A banda recebeu a reportagem antes do show no último sábado (2). “Foi uma conquista levar o nosso público para chegar cedo e deu tudo certo. Descemos do palco com uma sensação de tipo ‘Conseguimos, arrebentamos!’ e foi muito emocionante.”
Ainda mais surpreendente é o fato de que eles anunciaram a criação do seu próprio festival. Chamado “A Ilha”, tem previsão de acontecer em junho, na Esplanada do Mineirão, em Belo Horizonte (MG), cidade natal da banda. “Tínhamos uma data reservada para tocar no Mineirão agora no primeiro semestre e aconteceu mais uma vez na nossa carreira de o universo dar muitas dicas que culminou nessa possibilidade do festival”, explica Jorge, guitarrista.
Segundo ele, o desejo de trazer grandes festivais para a capital mineira era uma vontade antiga. “A gente sempre quis um festival que tivesse atrações que nos representassem”, conta. O nome, “A Ilha”, vem de uma metáfora que a Lagum busca trazer para quem curte o som da banda. “Sempre trabalhamos com o conceito de Ilha, que era uma coisa de quando você coloca o fone e vai escutar Lagum, você é transportado para um lugar que te dá boas sensações.”
Parceria com Marina Sena – e perspectivas de futuro
Um dos maiores hits do último álbum da banda é Veja Baby, que acaba de ganhar uma versão alternativa com participação de Marina Sena. A cantora, que já tinha proximidade com a banda – e também é mineira -, era o elemento que faltava para dar uma bossa extra. “Ela foi gravar com a gente pela primeira vez como backing vocal da primeira versão de Veja Baby, que não foi publicada. Aí, a gente refez a música sem a Marina e percebemos que estava faltando alguma coisa ali”, lembra o guitarrista Zani. “Chamamos ela, que acrescentou composição própria e deu muito certo, ela é maravilhosa!“.
A banda, que já fez parcerias com Emicida, Mart’nália e L7nnon, está satisfeita com o momento atual, mas não quer parar por aí e garante que está trabalhando em novos projetos e explorando novas sonoridades. “Se perguntassem uns três anos atrás se eu considerava Emicida, Mart’nália e L7nnon, isso nunca passaria pela minha cabeça. Então, eu gosto de ter esse pano branco assim de saber que a qualquer momento pode entrar qualquer pessoa”, diz Jorge.
“Estamos fazendo músicas novas, trabalhando em novas produções, tanto de músicas antigas quanto compondo novas coisas, e temos dois grandes projetos a caminho”, promete Pedro. Para ele, agora que a banda tem apenas quatro integrantes – sem Tio Wilson – há uma nova roupagem que está sendo amadurecida.
“Acaba que o estilo sempre muda. Quando você compõe com a banda e cada um sentado no seu instrumento, sai uma sonoridade. Quando você está produzindo no computador com beat, é outra sonoridade. Então, a gente está explorando novas sonoridades com essa nossa nova formação.”
Ficamos felizes com o sucesso da banda e já estamos ansiosas para ouvir as novidades! <3