Os últimos dias foram marcados por protestos, tanto nas redes sociais, quanto nas ruas do movimento negro motivados principalmente após a morte de George Floyd por um policial branco em Minneapolis, capital de Minnesota, Estados Unido. Várias celebridades usaram suas plataformas digitais para apoiar as manifestações e conversar sobre questões raciais com seus fãs. Leigh-Anne Pinnock, uma das quatro integrantes do Little Mix, por ser a única negra de um grupo com 4 garotas brancas decidiu desabafar.
Na sexta-feira (05/06), a cantora publicou um vídeo no IGTV e enquanto falava, não conseguiu conter as lágrimas. “Chega um momento na vida de todo ser humano negro, não importa quanto dinheiro você tenha ou o que você alcançou, em que você percebe que o racismo não te exclui. Nove anos atrás, depois de entrar no Little Mix, eu tive o maior despertar da minha vida. Quando filmamos ‘Wings’, nós trabalhamos com [o diretor] Frank Gatson”, relembra. “Ele disse para mim, ‘Você é a garota negra, precisa trabalhar dez vezes mais’. Nunca na minha vida, alguém tinha me dito que eu precisaria trabalhar mais por conta da minha raça. O que o Frank Gatson me disse fez sentido depois”.
Leigh-Anne explica que a ideia do vídeo não conseguir fazer as pessoas refletir o racismo. “Ao fazer isso, somos capazes de abordar a questão maior e acabar com o racismo sistêmico. Tudo o que queremos é igualdade e justiça para a nossa comunidade negra”, garante.
“Este é o primeiro momento na vida que sinto que racismo é um tópico de conversas. Nós temos a atenção do mundo. Nós não podemos ver isso como um momento. Isso tem que ser um movimento até o sistema parar de nos oprimir. Isso não é algo que pode acontecer em um dia”, explica. “Pessoas negras foram oprimidas por mais de 400 anos. 400 anos depois nós ainda vemos irmãos e irmãs negras tomarem tiros e serem tratados com menos cuidado do que outras pessoas”.
A garota confessou que sentia “invisível” no grupo e, em um desabafo sincero, revelou: “Não importa o quão longe você acha que chegou, existe o racismo. Eu cantei para fãs que não me enxergavam, não me escutavam e não vibravam por mim. Minha realidade era me sentir ansiosa em encontros de Meet and Greet, porque eu sempre senti que era a menos preferida”.
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