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Irmã de Rafael Miguel fala sobre luto após 3 meses do assassinato do ator

Camilla Miguel desabafa sobre angústia, raiva e ódio

Por Da Redação Atualizado em 10 nov 2020, 10h19 - Publicado em 1 out 2019, 15h19

Nesta terça-feira (1), a Polícia Civil fez reconstrução do assassinato do ator Rafael Miguel e de seus pais, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel. O crime ocorreu no dia 9 de junho em São Paulo. A irmã de Rafael, Camilla, neste momento delicado, decidiu fazer um lindo desabafo nas redes sociais. De acordo com ela, “nenhum ser humano tem fortaleza o tempo todo”.

Veja alguns trechos do texto: ” Queria fazer um desabafo rápido aqui. Muitos me mandam mensagens dia após dia me agradecendo por inspirar força, que não sabem como eu consigo ser assim. Realmente, eu tenho sido e cada vez mais tenho ficado forte, tenho lidado com uma força e maturidade que me admira também, foi surpresa para mim, e com certeza resultado de um longo processo de autoconhecimento que se pôs em prova master. Mas deixa eu falar uma coisa: eu, como todos, sou humana. e nenhum ser humano tem uma fortaleza o tempo todo, temos todos momentos de fraqueza, pontos fracos, e estamos em constante aprendizado, construção ou desconstrução, de maturação e evolução”. 

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queria fazer um desabafo rápido aqui. muiiitos me mandam mensagens dia após dia me agradecendo por inspirar força, que não sabem como eu consigo ser assim. realmente, eu tenho sido e cada vez mais tenho ficado forte, tenho lidado com uma força e maturidade que me admira também, foi surpresa para mim, e com certeza resultado de um looongo processo de autoconhecimento que se pôs em prova master. mas deixa eu falar uma coisa: eu, como todos, sou humana. e nenhuuuum ser humano tem uma fortaleza o tempo todo, temos todos momentos de fraqueza, pontos fracos, e estamos em constante aprendizado, construção ou desconstrução, de maturação e evolução. dito isso: nem sempre é fácil. todo dia é uma luta. não é fácil seguir o caminho do amor e da paz. tem uma coisa chamada ódio e revolta no nosso mundo, que é mais contagioso. por isso vemos muito de ódio por aí: porque é mais fácil se deixar levar e contaminar por ele, e ele tá a solta. eu tenho meus momentos de revolta e ódio. em momentos me revolta ver gente que mal conhecia minha família utilizar da imagem dela. me dá raiva ver essa gente não colaborar. me deixa angustiada, triste. dá vontade de gritar pro mundo cheia de raiva, contagia… mas NÃO. eu não farei. todo dia acordo e luto pra durante as 24h eu vencer isso, me cercar do amor, que é abundante dentro da nossa família. abundante mesmo. eu não sou quem sou à toa. ninguém é quem é à toa. então se pra você é difícil também, seja por qual motivo na sua vida, veja: tudo bem, é difícil mesmo. dificílimo vencer esse mal. então não se culpe por sentir isso, entenda o papel como humano como eu venho entendendo, e escolhendo dia-a-dia o contrário. ser paz, amor. é difícil mas traz frutos pra você, quem está à sua volta, pro mundo. e onde você ver a fonte de ódio, de raiva, do que é ruim e te deixa ruim, fuja. fuja em pensar, em contatar, em emanar qualquer energia. pode parecer injusto, mas não é, e aos poucos você enxerga isso. sejamos o contrário! e isso é algo que eu digo e repito há meses pra mim, pra quem convive comigo, pra quem me entrevista, pra quem me pergunta, pra internet, pra polícia, pra todos. pois é a maior verdade que eu tenho em mim, não é farsa. ⬇️

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Ela continua: “Eu tenho meus momentos de revolta e ódio. Em momentos me revolta ver gente que mal conhecia minha família utilizar da imagem dela. Me dá raiva ver essa gente não colaborar. Me deixa angustiada, triste. Dá vontade de gritar pro mundo cheia de raiva, contagia… Mas NÃO. Eu não farei. Todo dia acordo e luto pra durante as 24h eu vencer isso, me cercar do amor, que é abundante dentro da nossa família”.

Para fechar, colocou: “E isso é algo que eu digo e repito há meses pra mim, pra quem convive comigo, pra quem me entrevista, pra quem me pergunta, pra internet, pra polícia, pra todos. pois é a maior verdade que eu tenho em mim, não é farsa. e quem ou o que é farsa, é nítido, uma hora não sustenta e cai. Hoje eu senti isso. E no meio da angústia eu vi uma luz e pensei em quem foi e sempre será minha vida, minha base, minha verdade, respirei, e escolhi: POR MAIS DIFÍCIL QUE SEJA, SEJAMOS AMOR!”.

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dia 9 de julho sempre foi dia de festa em casa. é seu dia, Rafa, e a gente aproveitava o feriado pra comemorar a sua vida e a do pai, com churrasco (com o melhor churrasqueiro) e bolo (da mais mão cheia). por mais que eu queira, do fundo da minha alma, celebrar de alguma forma quem vocês foram, e esse dia que sempre foi especial e cheio de alegria pra gente, ainda dói demais. uma dor tão absurda que chega a ser física. mas mesmo assim, tento trazer um pouco de normalidade pros nossos dias. me permitindo levantar, sorrir, sonhar, e transformar aos poucos as nossas lembranças em memórias boas, porque era quem vocês todos eram. bons e justos. é nisso que tento me apegar. hoje dói porque faz 1 mês desde que nos falamos pela última vez, nosso bom dia diário com sessão de baba pela Mariá. faz um mês dos dias mais escuros que vivi, e que ainda parecem mentira. 1 mês não se compara há uma vida de saudades e superação que vamos viver. . Rafa, nosso canceriano mais canceriano de todos. você tinha um coração tão bom. era doce, respeitoso, sentimental. era meu amigo, com quem dividi toda a minha infância, toda a primeira metade da minha vida fomos nós 2. e o vazio de não ter com quem relembrar tanto que vivemos dentro da nossa casa, no nosso dia-a-dia, é gigante. nossa família era tudo pra você, e nunca deixou de demonstrar isso como sendo seus protegidos, sua prioridade. amava de uma forma genuína que lhe dava coragem. onde muitos teriam desistido, você ficou pra ajudar e acolher. você vivia me dizendo o quanto sentia orgulho de mim, pela maturidade que desenvolvi, pela independência que conquistei, sonhos que realizei, pelo que vinha construindo. mas deixa eu te dizer: orgulho eu sempre tive e tenho de você. de irmãozinho que causava na minha pra irmão parceiro e consciente. pra sempre em mim nossa infância de banho na bacia nas férias, brincar de lavar carrinhos, brincar de correr atrás do bob, fingir que o carrinho de supermercado do makro era um barco e as setas no chão tubarões, quando você caiu da beliche e estourou o joelho e me contou que tava sonhando que era goleiro, quando fiz você ir no show da banda Cine comigo e subir no palco, (continua /)

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Essa não é a primeira vez que Camilla fala sobre a morte dos familiares. “Por mais que eu queira, do fundo da minha alma, celebrar de alguma forma quem vocês foram, e esse dia que sempre foi especial e cheio de alegria pra gente, ainda dói demais. Uma dor tão absurda que chega a ser física. Mas, mesmo assim, tento trazer um pouco de normalidade pros nossos dias, me permitindo levantar, sorrir, sonhar e transformar aos poucos as nossas lembranças em memórias boas, porque era quem vocês todos eram. Bons e justos. É nisso que tento me apegar. Hoje dói, porque faz 1 mês desde que nos falamos pela última vez

Desejamos muita luz a Camilla!

 

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