Esta foi a quarta vez do Imagine Dragons no Brasil, mas a primeira em que a banda subiu no palco do Rock in Rio. Os americanos de Las Vegas abriram para o Muse na noite deste domingo (6), último dia da edição de 2019 do festival, mas poderiam ter sido fácil a atração principal, já que atraíram mais público do que os donos de Supermassive Black Hole. Arriscamos dizer que esse, aliás, foi provavelmente um dos shows mais lotados do festival, já que a galera amontoada para ver a banda passava da roda-gigante, que fica a uma distância considerável do Palco Mundo.
Dan Reynolds e sua turma subiram ao palco ao som de Believer, com direito a explosões e chuva de papel picado. Em seguida veio outro hit, It’s Time, cujo público acompanhou em coro já nos primeiros acordes da música.
Não é de hoje que o vocalista vem para quebrar o estereótipo de que roqueiros não podem ser fofos. Durante as quase duas horas de apresentação, Dan deu um show de simpatia. Ainda no começo, ele contou que há cinquenta anos seu pai morou no Rio de Janeiro por dois anos e que essa foi a primeira vez que ele teve a chance de voltar à cidade, acompanhando o filho. “Sempre que tinha jogo na TV a gente torcia pelo Brasil na minha casa. Meu pai fazia um estoque de Guaraná no freezer. Sempre quisemos ser brasileiros e, na primeira série, tive que escolher um país para fazer um trabalho sobre e eu escolhi o Brasil. O universo conspirou para que a gente estivesse no Rock in Rio em 2019”, explicou ele.
Entre sucessos como Gold, Thunder e Shots, ele ainda representava a banda dizendo que era um sonho estar ali e que a plateia estava linda. Só “I love you” ele deve ter falado umas 20 vezes, chutando baixo.
Como também já é de praxe nos shows do Imagine Dragons, Dan aproveitou para passar mensagens inspiradoras entre uma música e outra. Logo no começo do show ele levantou uma bandeira LGBTQ+, depois outra bandeira trans. Antes de Rise Up, cantada apenas acompanhada de uma guitarra e na plataforma pertinho do público, ele contou que perdeu um de seus melhores amigos e uma cunhada, e disse que a música foi escrita para ajudar as pessoas a celebrarem a vida e encontrarem a paz em momentos difíceis.
Depois de um cover de Every Breath You Take, do The Police, ele incentivou os fãs a serem eles mesmos e amarem quem quiserem, e ao apresentar a icônica Demons, Dan voltou a falar sobre o período em que lutou contra a depressão e mandou um recado para aqueles que sofrem com a doença: “sua vida sempre vale a pena ser vivida. Seja forte e continue vivendo”.
Musicalmente, o Imagine Dragons já tinha mostrado a potência que tem em cima do palco das outras vezes que veio ao Brasil, e dessa não foi diferente. Cheios de energia, os meninos conseguem mesclar momentos bem animados e empolgantes, como quando tocaram Natural, fazendo a galera pular sem parar, e mais calminhos e emocionantes, como em Bad Liar, canção que no palco é acompanhada por um piano e que levou diversos fãs que estavam no local aos prantos.
Para encerrar com chave de ouro, eles ainda emendaram o sucesso On Top of the World com outro megahit, Radioactive, que contou com o vocalista na percussão e, sim, só de cueca. Que calor, minha gente!
Assim que a apresentação acabou, o fofo ainda correu para o Twitter. “Não tenho palavras para expressar o quanto essa noite significou, Brasil. Amo vocês. Para sempre seu”, escreveu. Pode voltar com seus amigos quando quiser, viu, Dan?