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“Foi um mergulho em mim mesma”, conta Ray Tavares sobre novo livro

A autora conversou com a CAPRICHO durante a Bienal do Livro e deu detalhes de As Vantagens de Ser Você, seu mais novo lançamento

Por Anny Caroline 4 jul 2022, 19h20

A Bienal Internacional do Livro começou no último sábado (2/7), em São Paulo, e foi marcada pela presença de diversos autores e fãs, que participaram de debates e sessões de autógrafos durante o evento. Ray Tavares foi uma das escritoras nacionais que esteve presente para divulgar As Vantagens de Ser Você, seu mais novo livro lançado pela Galera Record.

E as novidades não pararam por aí! Nesta segunda-feira (4/7), foi anunciado que Os 12 Signos de Valentina, outro título da escritora, vai virar uma série com 12 episódios. Mais informações ainda não foram divulgadas mas já queremos conferir a história nas telas.

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Durante o evento, Ray conversou com a CAPRICHO sobre como foi reencontrar o público pessoalmente após tanto tempo e compartilhou que se surpreendeu com a quantidade de pessoas na Bienal: “Para mim, melhor parte da profissão é encontrar os leitores. Eu amo demais. Ver essa Bienal desse jeito, lotada assim, acho que eu nunca vi”, destacou.

Além disso, a autora compartilhou que escreveu As Vantagens de Ser Você durante a pandemia, sendo um livro muito pessoal e que contou com um processo bastante desafiador: “Foi um mergulho em mim mesma. Eu tive momentos em que escrevia muito e momentos em que não saia nada. Acho que eu relembrava muito e queria dar para essa personagem um final que fosse positivo porém realista.

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Confira a entrevista completa com Ray Tavares:

CH: O que você está achando da Bienal até agora? Como está sendo encontrar a galera e sentir essa energia?

Ray Tavares: Eu sempre gostei muito destes eventos presenciais, sempre mudo minhas respostas, não sou uma pessoa consistente, mas a única resposta que sempre dou é que, para mim, melhor parte da profissão é encontrar os leitores. Eu amo demais. Ver essa Bienal desse jeito, lotada assim, acho que eu nunca vi. Eu venho para todas as edições da Bienal desde 2014 e nunca vi isso! Estou muito feliz, é muito legal reencontrar as pessoas e ver que, talvez, o público leitor do Brasil esteja crescendo. Eu fico muito feliz.

CH: Qual a sensação de lançar o seu 4º livro aqui no evento?

R: Estou animada, ansiosa, nervosa! É o 4º já, mas todo livro novo você fica se perguntando se vão ler ou se vão gostar. E é um livro bem pessoal, eu sinto que fala muito sobre esse momento da vida em que estamos sem perspectiva, meio desesperados, se perguntando o que fazer no futuro. Então, por ser um livro muito pessoal e que demorou tanto para nascer – eu o escrevi durante toda a pandemia – tenho essa mistura de nervosismo com animação! Eu não publiquei na internet, então é meu primeiro livro que ninguém leu, porque Os 12 Signos de Valentina e Confidências de uma ex-popular, todos vieram da internet. Estou sentindo essa mistura de animação e angústia para saber se vão gostar.

CH: Por falar nisso, você escrevia fanfics sobre McFly na internet. Você vê isso refletido na sua escrita até hoje?

R: Eu acho que sim! Muda bastante porque vamos amadurecendo, estudando sobre narrativa, mas sinto que aquele gostinho de… É que sinto que a fanfic tem muito um gosto de nostalgia, de viver uma aventura, viver uma coisa nova e diferente. Aquela história de adolescente, de querer viver aquilo, e eu tento preservar essa aura de nostalgia, de embarcar em uma aventura. Eu tento preservar isso da época da fanfic, não sei se consigo, mas eu tento!

CH: Como você descreveria As Vantagens de Ser Você para quem vai conhecer o livro na Bienal?

R: As Vantagens de Ser Você conta a história da Ana, ela tem 24 anos e está nesse fundo do poço. Ela está em um trabalho que ela não gosta, o sonho dela é ser uma escritora, mas ela não consegue fechar com nenhuma editora. Então, ela trabalha com cobrança de dívidas, o que ela odeia. Ela está solteira, no fundo do poço, não está em um momento bom da vida dela e sem perspectiva. Quando ela recebe uma promoção, a Ana fica meio maluca e pede demissão porque ela pensa que a promoção significa que eles acham que ela nunca vai sair daquele lugar e que esse seria o motivo para eles estarem a promovendo.

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É aí que ela compra um livro de autoajuda que se chama Você Só Será F*da, Quando Você se Sentir F*da, que é de um coach quântico chamado Tony Diniz. Ela compra esse livro, fica super interessada, começa a ler e acaba trombando com uma ex-crush da escola, a Bárbara. A Bárbara é tudo aquilo que a Ana poderia ter sido se ela tivesse ouvido os pais e, por exemplo, ter feito Administração ou Engenharia. A Bárbara tem a vida perfeita, trabalha em uma startup, tem o carro do ano, mora sozinha, tem tudo que a Ana queria ter e a Ana é apaixonada por ela desde sempre.

A Bárbara conta que esse coach, o Tony Diniz, está indo fazer um retiro de emanação de ondas de felicidade no Parque Estadual do Jalapão, porque ele faz esse retiro todo ano, e convida a Ana para ir junto. A Ana pensa: “Bom, já estou aqui no fundo do poço, né?” Ela decide que vai nessa viagem com os dois melhores amigos dela, a Bárbara e o namorado da Bárbara. Então, eles vão juntos nesse carro para ver se a Ana sai desse fundo do poço e para saber o que acontece tem que ler!

CH: Foi mais desafiador escrever um livro tão pessoal, como você disse, e ainda mais na pandemia, que é um período mais reflexivo?

R: Foi muito! Foi um mergulho em mim mesma. Eu tive momentos em que escrevia muito e momentos em que não saia nada. Acho que eu relembrava muito e queria dar para essa personagem um final que fosse positivo porém realista. Então, eu tive muitas dificuldades escrevendo, mas acho que por isso, talvez, ele tenha ficado tão bacana no resultado final. Tudo que eu escrevo é muita comédia e esse eu senti que ficou uma dramédia, sabe? É uma comédia, mas tem momentos de reflexão e eu gostei muito desse resultado final. Mas foi difícil, trancada em casa, triste, vendo tudo o que estava acontecendo no mundo… Foi bem complicado, mas saiu.

CH: Pensando que é algo tão pessoal, como é ver as pessoas se identificando com a história ou até mesmo tendo outras interpretações do que você escreveu?

R: A gente fala que o que é nosso é até terminarmos a escrita. Depois que está no mundo, é do mundo! Acho que as pessoas podem e é bom que tenham outras interpretações do livro, porque acabamos colocando a nossa visão e significado no que consumimos. Eu gosto de ver outras interpretações, como para alguns o final é positivo, para alguns é agridoce, para outros é ruim. Depende da sua perspectiva de vida e do que você quer, né? Mas ver as pessoas se identificando com uma coisa tão pessoal minha é muito doido. Eu sei que eu tentei trazer um tema universal para essa história, que é aquilo que “parece que a vida de todo mundo é mais feliz que a minha porque está todo mundo postando coisas felizes no Instagram”, só que a gente faz um recorte da nossa vida para postar nas redes sociais. Então, ele tem um apelo amplo mas a história da Ana é muito pessoal.

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Tem gente que já começou a ler e falou: “Nossa, a Ana sou eu! Você veio aqui em casa escrever esse livro.” É muito doido! Porque é uma experiência minha, né? Eu acho que essa é a beleza da literatura, você compartilhar coisas suas com o resto do mundo, porque você achava que sofria sozinha.

CH: Agora você vai começar sua tour de divulgação! Como estão as expectativas?

R: Muito animada! Vai ser a maior turnê que fiz até agora. Eu vou pra Salvador, Recife e João Pessoa. Eu nunca fui para Salvador e João Pessoa, Recife eu vou voltar, que eu adoro lá! Depois eu vou para São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. É a maior turnê que vou fazer, de todas! Estou muito animada para reencontrar as pessoas e para tentar espalhar a mensagem da Ana por aí!

E aí, quem vai correr para ler As Vantagens de Ser Você?

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“Foi um mergulho em mim mesma”, conta Ray Tavares sobre novo livro
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