Criatividade. Foi esse o toque mágico que Anna Todd precisou para escrever o best-seller After, livro baseado em sua fanfiction sobre Harry Styles, que alcançou mais de 1 bilhão de leitores na plataforma Wattpad. Depois de todo o sucesso com a história dos personagens Tessa Young e Hardin Scott, a autora veio ao Brasil em janeiro para divulgar suas duas grandes novidades: um novo livro, Stars – As Estrelas Entre Nós, e o filme baseado no primeiro volume da série After!
Stars conta a história de Karina, uma jovem que viveu grande parte da sua vida em uma base militar por causa do emprego de seu pai. Depois de um tempo, ela decide se afastar desse ambiente rígido e tentar levar uma vida mais tranquila. O que ela não espera é que conhecerá Kael, um soldado traumatizado pela guerra no Afeganistão. Karina acaba se apaixonando por ele, mas terá que aprender a lidar com muitas questões psicológicas – tanto dele, quanto suas.
Já o filme, que chega aos cinemas no dia 11 de abril de 2019, narra a trama de Tessa Young, uma garota com uma vida quase perfeita: ela vai bem na escola, tem amigos incríveis, um namorado fofo… Mas seus planos vão por água abaixo depois que ela conhece o rebelde – e lindo – Hardin Scott. O longa é estrelado por Hero Fiennes Tiffin e Josephine Langford, a irmã mais nova de Katherine Langford, de 13 Reasons Why, e já tem até o trailer!
Na última quinta-feira (10/1), a CAPRICHO conversou com Anna e ela contou alguns detalhes sobre o processo de escrever o novo livro – como a ideia surgiu, a produção do filme, com detalhes engraçadíssimos sobre os bastidores – e ainda fez uma revelação incrível sobre o destino da saga nos cinemas. Vem ver!
CH: Como surgiu a ideia do livro Stars? Qual foi a inspiração para essa obra?
ANNA TODD: Eu sempre começo com alguma coisa que aparece na minha mente, depois continuo a partir dela. Então a primeira cena que veio foi a de um soldado americano negro que estava deitado em uma mesa de massagem bem estranha, só de calça, e então uma garota apareceu. Isso ficou grudado na minha cabeça por dois anos até eu decidir escrever. Fiquei com medo de escrever sobre racismo, porque os Estados Unidos são muito racistas. Pensei: “Será que vão gostar disso? Provavelmente não”. Mas a ideia ficou muito fixa na minha cabeça e eu decidi: “Não importa se for muito controverso, vou escrever”.
CH: Que mensagem você quis passar para os leitores com o livro Stars?
ANNA: Eu não gostaria que a mensagem fosse sobre o trabalho dos soldados exatamente, mas com certeza isso faz parte da história. O mais importante, para mim, é o fato de que são duas pessoas com problemas psicológicos e que estão sofrendo de maneiras diferentes. Queria que meus leitores soubessem que está tudo bem em não ser “normal”, em ter ansiedade e traumas. Então a mensagem que eu quis passar é mais sobre saúde mental. Continua sendo uma história de amor, mas fala sobre muitas outras coisas.
CH: Qual é a sensação de ver After se tornar um filme?
ANNA: Escrevi essa história como uma fã em uma plataforma de fanfics, por isso sinto como se fosse uma história que todos escreveram, mesmo que tecnicamente tenha sido eu mesma. Eu não sabia que daria certo. É maravilhoso ver minha obra virando um filme, mas às vezes dá medo, porque não quero fazer nenhuma escolha errada, pois influencio pessoas, querendo ou não. Ver os personagens se tornarem realidade foi mágico. O processo do filme demorou muito e eu pensava: “Isso nunca vai acontecer”.
CH: Tem muitas cenas de pegação e de sexo no trailer de After. Qual público você gostaria de atingir com esse filme?
ANNA: Honestamente, eu só quero deixar meus leitores felizes. Mas é claro que tem um marketing [envolvido]. Muita gente falou que o trailer parece com 50 Tons de Cinza, e eu penso: “Tem só três cenas de pegação! E uma só de sexo”, então o filme não é tão erótico quanto estão pensando. Mas é um pouco estranho porque eu não quero que o filme seja focado em garotas de 13 anos, já que não escrevi o livro para pessoas de 13 anos. Quando o escrevi, eu não tinha um público, estava fazendo isso para mim mesma. No Wattpad eu vejo a idade das pessoas que leram o livro e penso: “Eu não deveria ter feito isso”, porque tinham pessoas de 10 anos lendo! Então não gostaria o público fosse tão jovem a ponto de não poder entender exatamente a história.
CH: Qual foi a pior parte de estar na produção do filme After?
ANNA: A pior parte foi ter que mudar coisas do livro. No primeiro roteiro, que não tem nada a ver com o filme, eu pensei: “O que é isso?”, não conseguia reconhecer a história. Foi como entregar seu filho e pensar: “Por favor, cuide dele”. (risos) Tivemos muitas discordâncias porque tinha muitas pessoas envolvidas. Eu sei escrever livros, mas não sei necessariamente tudo sobre produção de filmes. O mais complicado foi esse momento antes de todo mundo estar na mesma página e de ter pessoas que nunca leram o livro dando opiniões e tomando decisões.
CH: E qual foi a melhor parte de estar na produção?
ANNA: A melhor parte foi ver o filme se tornar uma realidade. Teve uma época antes da edição em que eu não sabia se poderia dizer que estava bom. Meus amigos me diziam que a edição fazia muita diferença, mas eu não dava ouvidos. Agora a melhor coisa é poder dizer que simplesmente amei o filme e tenho muita certeza disso, adoro o elenco e tudo que fizemos. Eu nunca diria que gostei se realmente não gostasse, preferiria me afastar e dizer: “Vocês julgam se é bom ou não”.
CH: Como foi a seleção de atores para Tessa e Hardin?
ANNA: Com Hero foi muito estranho, porque eu não o via como Hardin, até conhecê-lo pessoalmente. Quando ele começou a falar, eu pensei: “Meu Deus!”. Com Josephine foi diferente. Nós vimos o rosto dela e eu tive certeza: “Essa é a Tessa”. Quando fomos fazer o teste de química entre os atores, ficamos com medo de não dar certo, mas quando eles gravaram a cena, eu comecei a chorar de emoção. Eles fizeram o melhor trabalho possível!
CH: O filme é narrado na perspectiva de quem?
ANNA: O filme é inteiro na perspectiva da Tessa, a não ser por uma cena. Até as cenas de sexo são no ponto de vista dela. Eu queria que fosse assim no primeiro filme. E no segundo filme… Hm, eu não deveria falar sobre isso. (risos)