Érika Januza está brilhando no papel da juíza Raquel, em O Outro Lado do Paraíso e, infelizmente, revela que também já passou por situações de racismo assim como a de sua personagem na novela das 9. Na trama, Raquel precisou enfrentar o preconceito não só de pessoas desconhecidas, mas de dentro da família de seu namorado, Bruno (Caio Paduan), que não aceitava o relacionamento dos dois. Nádia (Eliane Giardini), a mãe do boy, tanto fez que eles se separaram e, quando se encontraram, anos depois, suas vidas já tinham tomado rumos diferentes.
Em entrevista à CAPRICHO, Érika falou sobre o sucesso na novela e como é lidar com racismo no dia a dia.
CH: O Outro Lado do Paraíso traz o racismo para a discussão. Qual é a importância de se falar sobre o tema numa novela como essa?
ÉRIKA JANUZA: É total! O Brasil é um país racista. Há um discurso de que não é, mas isso não é verdade. A dramaturgia não tem grandes representantes negros. Por isso, é tão importante estar aqui contando essa história. Sinto que já demos um passo à frente, que as portas se abriram e que eu pude passar por essas portas, assim como outras atrizes passaram.
CH: O que pensa quando ouve histórias de garotas que se identificam na Raquel?
ÉRIKA: Eu passei por diversas situações de preconceito. Engolia aquela situação, chorava e a vida seguia. Mas hoje já não é mais assim. A criança negra já sabe responder e se identifica com a imagem dela porque vê uma atriz na novela igual a ela. Às vezes, algumas mães chegam perto de mim e falam: ‘nossa, a minha filha tinha vergonha do cabelo dela, mas estou feliz porque ela está te conhecendo, vendo que o seu cabelo é bonito’. São muitas histórias incríveis.
CH: Você torce por um final feliz para casal Bruno e Raquel?
ÉRIKA: Com certeza! Não tenha dúvida que o amor supera tudo, ainda mais quando duas pessoas querem. Se for forte o suficiente, sobrevive a tudo.