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‘Elementos’: novo filme da Pixar traz reflexão necessária sobre refugiados

Neste Dia Mundial dos Refugiados, temos uma sugestão divertida para você pensar no tema

Por Juliana Morales Atualizado em 21 jun 2023, 13h23 - Publicado em 20 jun 2023, 11h51

Imagine uma família que precisa sair da sua terra por consequências da mudança climática. Ela encontra um novo lugar para reconstruir a vida, mas que não está preparado para recebê-la e muito menos acolher sua língua e cultura. Essa história, que poderia ser de diversas famílias de refugiados na vida real, é o começo da trama do novo filme da Pixar: “Elementos”.

Como o nome sugere, a animação transforma os quatro elementos (fogo, água, terra e ar) em personagens cativantes. Eles convivem numa mesma cidade, apesar das diferenças. Mas nem sempre foi assim. A Cidade Elementos foi fundada pelas “pessoas” de Água, depois recebeu gente de Terra e Ar também. Mais tarde, os pais da protagonista Faísca, originários do País do Fogo, são os primeiro do seu “tipo” a chegarem lá, para tentarem uma vida melhor.

Um dos grandes desafios é se comunicar em um lugar onde outro língua não é compreendida, depois encontrar uma casa capaz de abrigar as particularidades da família Fogo e além de, claro, todo o preconceito por serem “diferentes”.

Mesmo com todos esses desafios, eles conseguem se estabelecer lá. E, pouco a pouco, mais imigrantes do Fogo chegam no local até criarem uma grande comunidade flamejante. É nesse cenário que a jovem Faísca, da família fogo, conhece Gota – um garoto água super divertido e gente boa – e aí começa toda uma história de amor quase impossível, que é o arco principal do filme.

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Apesar de estar envolta de fantasia e poder passar desapercebida por muitos, a analogia sobre refugiados que a animação faz é muito necessária. Um relatório recente do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) mostrou que o total de pessoas em todo o mundo que tiveram que fazer deslocamentos forçados era de 108,4 milhões no final do ano passado. Atualmente, o número recorde supera os 110 milhões. Proporcionalmente, 1 em cada 74 pessoas foi obrigada a deixar seu lar.

As causas para ir embora da terra natal são diversas, como guerras, perseguições ou para fugir de violações de direitos humanos. Na história fictícia da Pixar, por exemplo, o deslocamento é forçado por uma questão climática. Mas este problema é real (fora das telinhas também) e até existe uma palavra para isso, sabia? Apesar do termo não ser reconhecido oficialmente,“refugiados ambientais” são indivíduos que foram obrigados a se deslocar em decorrência de desastres ambientais – o que tem sido cada vez mais frequente com a intensificação do aquecimento global.

A discussão, inclusive, foi tema de redação da Fuvest 2023. Na proposta “Refugiados ambientais e vulnerabilidade social”, os candidatos deveriam escrever como os deslocamentos forçados por desastres ambientais e pelas mudanças climáticas afetam especialmente grupos socialmente vulneráveis.

Assim como no desenho, estas pessoas que precisam abandonar seu país são, na maioria das vezes, vítimas de xenofobia, além de enfrentarem uma série de dificuldades financeiras e culturais. Elas precisam não apenas sobreviver, mas também terem um “final feliz” (como no filme).

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Nesta terça-feira, 20 de junho, é comemorado o Dia Mundial do Refugiado. Neste ano, o tema da data designada pelas Nações Unidas é justamente no poder da inclusão e nas soluções para as pessoas refugiadas.

Como explica texto da ACNUR sobre a comemoração, o lema “Esperança longe de casa: Por um mundo inclusivo com as pessoas refugiadas” ressalta que acolher e incluir os refugiados na comunidade também é a “melhor maneira de prepará-los para voltar para casa e reconstruir seus países, quando as condições permitirem que o façam de forma segura e voluntária, ou para prosperar se forem reassentados em outro país”.

Bora pensar mais sobre isso e ser mais acolhedor com quem vem de outro país? “Elementos” estreia nos cinemas brasileiros no dia 22 de junho. 

 

 

 

 

 

 

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