onceição Evaristo provou, mais uma vez, sua incrível habilidade para conversar com diferentes gerações com uma facilidade impressionante. Autora de clássicos como Olhos d’água e Ponciá Vicêncio, ela vai navega em diferentes direções e destaca como é importante perceber que, indo além de diversas diferenças geracionais, é possível encontrar muito acolhimento no universo literário.
Na 27ª edição da Bienal do Livro de São Paulo, Conceição subiu no palco ao lado de Maria Ferreira, Dayhara Martins e Patrick Torres, mediadores representantes da juventude, e promoveu uma troca sincera e honesta, agradecendo os louvores recebidos dos apresentadores da mesa e do público presente — majoritariamente jovem.
“Os jovens potencializam os mais velhos. Eu não tenho a menor dificuldade de afirmar que o que me potencializa pra vida, o que me permite trabalhar até hoje é muito devido ao contato que eu tenho com as pessoas mais jovens”. A troca entre ela e os leitores mais novos é frutífera motivo de gratidão para autora. “Eu tenho uma gama de leitores e editores, então eu agradeço em nome de vocês, e eu agradeço a toda juventude que está me assistindo”, afirmou.
Ao ser questionada sobre um conselho que daria para a juventude negra que almeja escrever, tão ansiosa por um pedaço de sabedoria dela, Conceição se volta para sua própria experiência e o que tinha de sobra: paciência.
@capricho Conceição Evaristo dá dica para a juventude negra que almeja ser escritor: ler! 📚💖 #bienaldolivro #conceicaoevaristo
Mesmo assim, ela não fica absorta em memórias do passado e reconhece que, no presente, paciência é a última coisa que a juventude e o próprio tempo têm.
Com os pés no agora, ela, escritora consagrada, dá o conselho que poderia ser o mais simples do mundo e talvez o mais óbvio — mas, nesse caso, a simplicidade é a melhor escolha. Para Conceição, “o que nos fortalece é ler, ler muito. Eu acho que a leitura convoca a escrita”.