Há menos de uma semana, My Mind and Me estreava na Apple TV+. Depois de anos de espera, os fãs finalmente tiveram acesso ao intimista documentário de Selena Gomez – que mostra a vida pessoal e profissional da estrela por seis anos. Alguns dos temas principais do projeto são seu diagnóstico de lúpus, bipolaridade e ansiedade.
Alek Keshishian foi o diretor responsável, que também fez Madonna: Truth or Dare. Essa não foi a primeira vez que ele trabalhou ao lado de Selena, mas definitivamente foi quando se tornaram ainda mais amigos. Em entrevista exclusiva à CH, Alek contou como foi viver por seis anos ao lado da estrela e acompanhá-la em momentos de felicidade e também de dor.
CH: Sei que você e Selena se conhecem há anos e já trabalharam juntos antes, no clipe de Hands to Myself. Como foi o primeiro encontro de vocês? Você se lembra?
Alek Keshishian – Não me lembro de tudo da primeira vez que a conheci, faz muito tempo. Acho que foi durante uma refeição. Acho que minha irmã – que é a empresária dela – marcou um encontro para almoçarmos em um restaurante muito privado e isso é o que me lembro. Selena me disse que amou Truth or Dare e que ela queria trabalhar comigo – o que se tornou Hands to Myself.
Muita coisa aconteceu desde o dia desse almoço. Vocês trabalharam juntos, filmaram um documentário por seis anos… Acha que sua perspectiva de Selena mudou?
Ah, sim! Quando conheci Selena, pensei que ela era somente uma popstar jovem. O que vejo hoje em dia é que Selena é muito mais do que uma popstar, ela é uma humanitária. Ela realmente se importa com as pessoas, diria que até mais do que com sua fama e carreira. O que a motiva é a ideia que ela pode talvez ajudar os outros e os dar voz.
Durante as gravações do documentário, acredito que você teve muitas experiências com os fãs dela. Como é essa relação de Selena com seus selenators?
Minha interação com os fãs foi basicamente vê-la interagindo com os fãs. Sempre me admirou como ela “revivia” nesses momentos, isso é a parte favorita dela em estar no mundo pop. A chance de se conectar com fãs, e ela faz isso de uma maneira que nunca vi antes. Ela não acenava de longe só, ia no meio da multidão e abraçava cada um. Perguntava sobre suas vidas, os confortava e muito mais. Eu fiquei impressionado com o amor dela por conexões humanas, como com seus fãs.
O documentário tem algo muito intimista: as frases escritas durante as cenas, como se fosse realmente o diário de Selena. Como surgiu a ideia de acrescentar esse diferencial?
A decisão dela de compartilhar seus diários comigo veio no final, quando eu disse: ‘Tem como você escolher algumas frases que talvez correspondam a momentos importantes?” Para a minha surpresa, ela disse: “Eu prefiro te entregar meus diários e você mesmo procura o que gostaria de usar.” Então, foi isso que fizemos. Ela me entregou uma caixa com 30, 40 cadernos. Eu os li.
E ela escreve neles todos os dias, como um diário mesmo?
Ela escreve seus pensamentos, acho que os guardou desde sua adolescência. Às vezes eram poemas, às vezes ela escrevia para si mesma se encorajando ou expressando dor. Era muito sombrio, mas também cheios de esperança.
My Mind and Me traz muitos momentos dolorosos da vida da Selena. Para você, teve algum que foi mais difícil de retratar?
Tiveram alguns… Acho que a cena do lúpus, em que ela está com muita dor, é um momento muito cru e vulnerável. Foi tão difícil que eu não sabia se deveria filmar, e ela disse que queria que filmasse. Naquele ponto, ela estava comprometida a mostrar a dor e como é ter lúpus. Já éramos muito próximos ali, estava gravando com o meu iPhone, foi algo muito íntimo. Dá pra me ver abraçando ela enquanto seguro a câmera no começo.
Se você pudesse dar algum conselho ou só dizer algo a ela depois de toda essa experiência, o que seria?
A: Continue seguindo em frente. Você é uma alma incrível. Ela está tão bem agora, acho que está até melhor que na época do final do documentário. Ela está filmando Only Murders in the Building, que é uma experiência realmente ótima para ela – aconteceu depois das gravações. Acho que ela está bem, não acho que precisa de nenhum conselho, ela está arrasando.
Você já fez documentários com Selena, Madonna… Qual outro artista, vivo ou morto, você gostaria de trabalhar com?
A: É tudo baseado na química que você sente com o artista. Então, seria com alguém que eu sentisse uma conexão e que estivesse disponível para que eu filmasse tudo – não alguém que quer produzir seu próprio documentário. Não quero explorar ninguém, mas ao mesmo tempo não quero fazer uma propaganda em formato de documentário. Então, dependeria de quem conversasse comigo.