Em seu álbum de estreia, Monomania, Clarice Falcão estava loucamente apaixonada enquanto vivia seu primeiro romance; no disco seguinte, Problema Meu, falava sobre desilusão amorosa de um jeito tragicômico; depois, em Tem Conserto, trouxe discussões sobre saúde mental, ansiedade e depressão. Agora, 10 anos após seu primeiro trabalho na música, a cantora cria uma nova história de amor em Truque, álbum visual que será lançado no dia 10 de agosto.
“Nos três primeiros discos, eu estava explorando diferentes facetas. Acho que crescer é um pouco sobre isso, né? Amadurecer tem a ver com descobrir seus vários lados. Você se apaixona e fala: ‘Caraca, é assim que eu sou quando me apaixono’. E o mesmo quando você tem sua primeira decepção amorosa. Em Truque, eu olho para trás e vejo como esses lados coexistem. Tematicamente, voltei a falar de amor, mas de uma outra forma, de uma forma de quem já se desiludiu“, afirma a pernambucana em entrevista à CAPRICHO.
Truque, como sugere o nome, promete surpresas. Além de um clipe para cada faixa, a artista deve se mostrar versátil em termos sonoros, indo da inspiração MPB até o eletrônico, e vai abordar assuntos diversos que podem surgir em um cenário imaginário que criamos em nossas cabeças. “Uma das músicas se chama Truque e fala sobre você levar um bolo, tipo ‘tomei um truque’. E o disco é narrativo, se você ouvir na ordem vai entrar em uma história sobre se apaixonar, se desiludir e dizer que nunca mais vai passar por isso sabendo que você vai, sim, se apaixonar de novo. Depois que você quebra a cara pela primeira vez, eu sinto que um pedacinho de você sabe que isso vai acontecer de novo, mesmo que seja um pouco, e a gente faz isso conscientemente. Um truque de mágica, por exemplo, você se impressiona como se fosse real, então o nome Truque é sobre como se apaixonar é você estar aberto para acreditar em um truque“, explica Clarice.
O single de lançamento, Chorar na Boate, é um pop dançante que surge como uma amostra inicial de múltiplas versões de Clarice que estarão no álbum. A música fala sobre um choro em uma festa, que pode ser tanto de tristeza por uma desilusão amorosa quanto de felicidade em um momento de celebração com os amigos. “A boate é um lugar propício para chorar. Está tudo escurinho e ninguém vê, e você está sozinho sem, de fato, estar sozinho. E eu sempre gostei de música para chorar na boate, pensa em uma Robyn, Dancing on My Own é muito clássica. Tem uma batida, mas traz uma certa melancolia.”
O clipe de Chorar na Boate, dirigido por Lucas Cunha, faz parte de uma série de outros vídeos que vão compor o conceito visual do álbum e tem uma coreografia, feita por Laura de Castro, que integra o ‘truque’ por transmitir uma sensação de solidão, mas, com a dança, dá a ideia de vários dançarinos em volta. Inclusive, até o look escolhido, um macacão que às vezes brilha na cor azul, às vezes em rosa, faz parte desse conceito. “Os clipes mostram as minhas diferentes facetas; cada ‘truque’ é uma Clarice diferente. A gente usou muito peruca, figurinos, truque de câmera para contar uma história. Todos eles têm uma unidade visual, com um fundo preto que passa uma ideia de sonho, fumaça e coisas que flutuam, mas cada um é um pequeno universo“, completa a cantora.
Já em Ar da Sua Graça, segunda música lançada de Truque, ela explora a sensação de sufocamento que um término de relacionamento pode causar. “No refrão, eu resolvi escrever frases que se grudam e que, no final, eu dou uma respirada como se tivesse ficado sem ar. Tenho um carinho especial por essa música porque gosto muito de rimar por dentro das frases. Você põe uma rima que, daqui a pouco, vai aparecer ali na frente e, depois, de novo no final, dando uma sensação de continuidade.”
Se você já se apaixonou ou está apaixonada, é bem provável que se identifique com o novo álbum e até atribua sua própria interpretação às músicas, viu? Após o lançamento do disco em agosto, Clarice Falcão deve começar a se preparar para sair em turnê – e nós já estamos ansiosas para esse momento! <3