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CH Entrevista: elenco de Pronto, Falei compartilha dicas de saúde mental

Nicolas Prattes, Rômulo Arantes Neto, Duda Santos e o diretor Michel Tikhomiroff também contaram mais sobre a dinâmica nos bastidores e seus personagens

Por Bruna Parrado 9 dez 2022, 18h33

Você já imaginou se as pessoas soubessem tudo o que você pensa sobre elas? É justamente sobre isso que se trata Pronto, Falei, filme nacional que acaba de estrear nos cinemas. Em entrevista à CH, os protagonistas Nicolas Prattes, Rômulo Arantes Neto, Duda Santos e o diretor cTikhomiroff nos contaram mais sobre seus personagens, histórias de bastidores e suas opiniões sobre acontecimentos da trama. Confira:

CH: Pronto, Falei chega aos cinemas no dia 8 de dezembro, e finalmente o pessoal vai conhecer o seu personagem Renato. Como você descreveria ele?

Nicolas: Um cara brilhante, com sentimentos bonitos e honestos – mas que é muito tímido, que trava. Ele pensa demais antes de agir e isso pode não ser tão benéfico para as nossas relações. É um cara que vai ter que passar por muita coisa para aprender a ser honesto com ele mesmo, para se relacionar com o outro e ter uma vida mais leve. Acho que todo mundo precisa disso.

CH: Duda, você deu vida à Daniela nesse projeto, que é uma jornalista muito curiosa e determinada. O que você diria que aprendeu sobre a importância dessa profissão na sociedade?

Duda: É muito importante. Eu não tinha noção do tamanho dessa profissão e do quão importante que é. O jornalista tá ali pra se pôr em risco muitas das vezes, A Daniela é uma jornalista investigativa, então ela tem que mexer em coisas que talvez não sejam muito legais pra ela, mas enfim. Não é uma profissão que é valorizada como merece ser. A gente precisa valorizar, a gente precisa ver, a gente precisa falar, a gente precisa tentar proteger de alguma forma. Muita gente morre por conta disso.

CH: A trama gira em torno dos e-mails vazados do Renato, onde ele expressava seus sentimentos secretos. Olhando essa situação, vocês acham que essa foi uma boa forma de desabafar para o personagem?

Nicolas: Ele poderia só ter escrito um caderninho, né? Não ia passar por isso tudo, mas, do jeito que ele é azarado, o caderno ia parar na mão de alguém.

Michel: Se ele não tivesse pelo menos colocado o destinatário… É como se tivesse uma arma carregada em casa, descarregava. Ele não se conforma com isso, mas é uma forma de terapia. Eu tenho vários e-mails na caixa de rascunho que nunca foram enviados também.

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Nicolas: Com o destinatário certo ainda, porque às vezes eu mando e-mail para mim mesmo só pra ter o comprovante ali. Tinha que acabar do jeito que acabou, ou começar do jeito que começou.

CH: Rômulo, acho que podemos dizer que o Edgar tem uma personalidade e tanto. Na vida real, você acha que talvez se daria bem com ele?

Rômulo: Olha, amizade… Pessoas na nossa vida moram em prateleiras, eu gosto de pensar assim. Você tem colegas e amigos para várias coisas. Eu acredito que o Edgar poderia estar ali, mas não confiaria nele, sinto o cheiro de longe ali. Poderia ser um parceiro para falar sobre a Copa, tomar uma cerveja, e é isso. Agora, abrir minha intimidade, confiar alguma coisa com relação a algum assunto, jamais. Acho que é isso, o Edgar estaria na prateleira ali do chopp, um amigo de rolê, no máximo. E depende do rolê.

CH: Durante as gravações, como foi a interação entre o elenco? Tem alguma história divertida que aconteceu nos bastidores?

Rômulo: Foi muito difícil [risos]. Na verdade, foi muito tranquilo, né?

Duda: É, eu tive mais contato com o Rômulo e me dei muito bem. É meu primeiro filme e esse cara aqui só me ensinou tudo. Ele teve a paciência que muita gente não teria, sabe? Então, foi maravilhoso ter caído aqui.

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Rômulo: Mesma coisa. Eu acredito que a gente tem que ser com as pessoas o que a gente queria que fossem com a gente. Meu pai me deixou um pouco esse legado. Ele ajudou muita gente no meio da caminhada da vida e eu tento aplicar coisas que eu aprendi com ele e com as pessoas que admiro. Muitas vezes eu não tive essa oportunidade que a Duda teve de ter alguém ali querendo dar uma mão, sabe?

Michel: A gente se deu muito bem. Rapidamente virou uma família. Tem um pouco essa sensação a cada projeto audiovisual que se faz e dá tudo certo, mas aqui a nossa relação com o elenco foi quase instantânea. Conexão muito rápida nos ensaios.

Nicolas: As relações pessoais que a gente construiu acaba ajudando a contar essa história de uma forma leve, acaba transparecendo na câmera. Eu tava muito a vontade no que eu tava fazendo. O elenco tava, muito feliz de estar fazendo aqui e contar essa história. Quando isso acontece, quem assiste sente isso também.

CH: O filme trata indiretamente de temas muito importantes, como a ansiedade e saúde mental. Se vocês compartilhar algo com os nossos leitores sobre isso, como uma dica ou conselho, o que seria?

Michel: Uma das principais características é falta de assertividade. Isso é uma coisa que, se a pessoa não tem, ela vai se protegendo demais e se distanciando de quem ela realmente deveria ser. Então, acho que, como remédio… Não sou especialista nisso, mas tendo tratado um pouco disso no filme de uma maneira bem humorada: é você ir aos poucos trabalhando essa assertividade. Se coloca, fala o que você pensa, sempre com gentileza. Aos poucos você vai se sentindo mais confiante e confortável nessa situação.

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Uma coisa que me deparei fazendo o filme foi uma experiência da Universidade de Michigan que mostra como a rejeição social ativa as mesmas partes do cérebro de uma dor física. Então, ser rejeitado socialmente é algo que dói, machuca mesmo. Então, é para ser levado a sério e ir trabalhando isso aos poucos.

Nicolas: O público da CAPRICHO é jovem, que é muito de redes sociais e que sabe muito bem se expressar por meio de aparelhos eletrônicos. Acho que a grande mensagem desse filme é a gente entender que a vida acontece no olho a olho. A gente não pode substituir isso, uma conversa sincera por um meme, um gif. Claro, eu amo meme, eu amo gif – mas, quando falamos sobre sentimentos reais, é importante saber se colocar.

Rômulo: Eu acho que na vida a gente tem que organizar os pensamentos, estado mental e emocional, estar de acordo com quem a gente é. Acho que a cabeça é tudo, né? Então, tem que organizar ela porque se a gente não tá bem com a gente mesmo, não estamos bem para o mundo. Tem que organizar nossa casinha, com seja lá qual foi a sua válvula de escape. Seja terapia, seja esporte…

Duda: É importante a gente achar uma maneira de achar a paz. Se a cabeça tá em paz, a gente tá em paz.

Pronto, Falei já está em cartaz nos cinemas brasileiros, viu?

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