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BTS sofre racismo e fãs protestam a favor do grupo nas redes sociais

Radialista alemão comparou grupo ao vírus da COVID-19 e criticou performance

Por Gustavo Balducci 26 fev 2021, 11h27

Após ganhar sua própria edição do programa MTV Acústico no último dia 23 de fevereiro, o grupo de K-pop BTS recebeu críticas do radialista alemão Matthias Matuschik, da rádio Bayern3, focada em música pop.

O apresentador fez comentários negativos sobre o cover de Fix You, música do Coldplay, realizado pelo BTS na MTV. De acordo com o radialista, o grupo seria ruim como o vírus da COVID-19 e gostaria de ser vacinado contra eles o quanto antes. Em trecho compartilhado nas redes sociais, ele diz: “Nada contra a Coreia do Sul. Você não pode me acusar de xenofobia somente porque eles são de lá. Eu tenho até um carro da Coreia do Sul.”

Depois do incidente, as hashtags #Bayern3Racist, #RassismusBeiBayern3 e #RacismIsNotAnOpinion ocuparam os assuntos mais comentados do Twitter graças ao fandom ARMY. Exigindo um pedido de desculpas ao grupo por parte da rádio alemã, os fãs compartilharam informações e se organizaram para sinalizar a agência sul-coreana Big Hit, responsável pelo BTS. A Bayern3 logo emitiu um comunicado alegando que as declarações feitas pelo seu radialista não devem ser consideradas como ato de racismo ou xenofobia, mas sim, opiniões pessoais do autor. “Esta é sua opinião pessoal, independente da origem e do background cultural da banda”, explicou. “Voltaremos a trabalhar no assunto em detalhes com Matthias e a equipe nos próximos dias”, concluiu.

Algumas gravadoras também se pronunciaram sobre o ocorrido. “A Columbia Records apoia a comunidade asiática e condena todas as formas de racismo e xenofobia. Devemos trabalhar juntos para lutar pela justiça racial.”, escreveu a empresa em seu perfil.

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Já a Sony condenou as ações indesculpáveis motivadas pelo ódio contra asiáticos e escreveu que irá promover ações legais contra esse tipo de injustiça.

Ao contrário da atitude de Matthias Matuschik, os integrantes do BTS utilizam sua influência e projeção internacional para lutar por direitos de igualdade e respeito. No ano passado, por exemplo, o septeto declarou seu apoio ao movimento Black Lives Matter: “Somos contra a discriminação racial. Condenamos a violência. Você, eu e todos nós temos o direito de ser respeitados. Estaremos juntos”, disse.

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Desde o começo da pandemia, a comunidade asiática vem sofrendo discriminação e racismo por uma equivocada associação ao coronavírus. “Vírus chinês” é um termo que, infelizmente, continua sendo utilizado com frequência na internet e ganhou destaque após os comentários do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e também do deputado federal, Eduardo Bolsonaro, filho do presidente do Brasil. Essa racialização do vírus tem reforçado o preconceito e a violência contra asiáticos no mundo todo.

Nas últimas semanas, a campanha Stop Hate Asian também chamou atenção nos Estados Unidos. Com apoio de celebridades e de grandes marcas, a ideia do projeto é combater o aumento significativo e preocupante de crimes de ódio anti-asiáticos nos últimos anos — e que foram intensificados na quarentena.

É preciso se conscientizar e entender que racismo não é opinião.

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