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BE: novo álbum do BTS é um diário sincero e emocionante sobre a pandemia

Todos os membros participaram na criação do disco e o single “Life Goes On” teve seu mv dirigido por Jungkook. Confira o faixa a faixa da CH!

Por Gustavo Balducci 20 nov 2020, 12h49
colecao capricho sestini mochila bolsas
CAPRICHO/Sestini/Reprodução

Após completar três meses desde o lançamento do single Dynamite — sua primeira canção totalmente em inglês e que conquistou a primeira posição na parada HOT 100 da Billboard —, o grupo de K-pop BTS está de volta nesta sexta-feira (20/11) com o álbum BE, descrito pela agência Big Hit Entertainment como “uma carta de esperança para todos em 2020”. O título vem do inglês “ser” ou “existir” e foi utilizado como uma “palavra que não obedece a nenhuma forma e dá lugar a inúmeros significados”.

Em um relato sincero e emocionante, o septeto se estende por oito faixas que expressam seus sentimentos mais difíceis sobre os reflexos do isolamento social. Longe do ARMY desde o começo da pandemia de COVID-19, o inevitável cancelamento de sua turnê mundial mexeu com a vida dos astros, mas também os inspirou a criar algo único e que ficará como registro desse conturbado período na história da humanidade. “À medida que uma sensação de desamparo surge em todos os cantos do mundo, BTS se abre para expor seus sentimentos confusos sobre esta situação — medo e ansiedade misturados com a determinação de superar tudo isso”, disse a agência em um comunicado. “O mundo parece ter parado sem um aviso, mas precisamos seguir em frente”, acrescentou.

Trabalhando em seu retorno mais pessoal, BTS escolheu a autonomia como principal ferramenta na hora de preparar o disco: desta vez os integrantes participaram ativamente em todas as fases de seu desenvolvimento, da produção musical até os figurinos, cenários e o encarte. Jimin, por exemplo, organizou as opiniões e assumiu o papel de gerente de projeto, garantindo que tudo ficasse alinhado entre eles e a empresa, já V assumiu o papel de diretor visual e mostrou todo o seu talento na hora de projetar os conceitos: “Queríamos mostrar um conteúdo profundo ao ARMY. Não foi um processo fácil, mas tentei o meu melhor. Começamos tirando fotos um do outro quando estávamos apenas relaxados. Quando viajamos juntos, levei uma câmera Polaroid comigo e achei que aquelas fotos ficaram boas. RM sugeriu que usássemos a ideia de quartos para nossas fotos conceituais. Eu estava nervoso para assumir esse papel de diretor visual, mas consegui!”, afirmou o artista durante uma coletiva de imprensa realizada poucas horas antes da estreia. Entre os materiais divulgados estão cartões postais e ambientes decorados por cada um dos membros.

BTS no clipe de Dynamite BTS/Reprodução

Para J-Hope, o conceito por trás de BE apresenta também o lado mais cru e sem adornos do grupo. “Queríamos mostrar não os artistas no palco, mas apenas as pessoas na casa dos 20 anos cuidando de suas vidas diárias, brincando e curtindo. O processo foi muito divertido e natural para nós”, revelou. “Nós nos concentramos nas emoções que temos agora, então essa foi a minha chance de refletir sobre o meu presente e em mim mesmo. Eu espero que muitas pessoas se identifiquem com nossas histórias honestas”, descreveu Jin na coletiva. 

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O lançamento de BE já estava planejado antes mesmo de Dynamite sair: “Trabalhávamos nisso enquanto estávamos promovendo a música. Em BE, todos nós compartilhamos o processo com os fãs, que foram transmitimos ao vivo pelo YouTube”, disse RM. “Parece que fizemos esse álbum junto com eles. Também aprendemos a usar novas câmeras, tirar fotos e encontrar felicidade nas pequenas coisas, além de nos divertirmos muito”. Suga não esteve presente no evento devido à uma cirurgia no ombro realizada no último dia 3 de novembro a fim de corrigir um problema de saúde, e, por isso, deverá descansar nas próximas semanas.

BTS/Divulgação

A faixa título, Life Goes On, faz menção direta ao discurso feito pelo grupo na Assembléia Geral da ONU de 2020 e é responsável pela essência do álbum. “Dynamite e esta música têm as mesmas raízes. O BTS está sempre pensando no que devemos dizer [no momento]. Dynamite era a música certa na hora certa. Já Life Goes On é mais pesada, sincera, mas também é suave e autêntico. É uma mensagem simples, mas uma verdade profunda”, explicou o líder do grupo.

Descrita como uma faixa de hip-hop alternativo com sons sentimentais de violão, o single quer lembrar você de que mesmo em meio às adversidades, devemos nos concentrar naquilo que podemos fazer agora. E isso significa que mesmo trancados dentro de casa, podemos encontrar liberdade e felicidade cantando e dançando. Para a alegria do fandom, Jungkook, que sempre foi apaixonado pelo audiovisual, assina a direção do mv. Em cenas caseiras, os idols vestem pijamas e dividem momentos do dia a dia. “Tentei fazer o meu melhor. O que eu queria enfatizar era a realidade, sinceridade e autenticidade. Foi a base da minha discussão com a equipe e os diretores de filmagem. Eu tentei refletir as opiniões dos membros no vídeo tanto quanto possível”, disse Jungkook.  Ele contou também que trabalhar no mv foi uma ótima experiência e que lhe deu mais sonhos de fazer videoclipes no futuro. “Pessoas dizem que o mundo mudou. Mas, com gratidão, entre você e eu, nada mudou” canta. No ponto alto do clipe, os integrantes estão em um palco vazio e se apresentam para uma plateia de luzes colocadas em cada um dos assentos. “Como um eco na floresta. O dia irá voltar. Como se nada tivesse acontecido. É, a vida continua” dispara o refrão.

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Na sequência do álbum temos Fly To My Room, interpretada por Jimin, Suga, V e J-Hope. “A música é sobre a situação em que não podemos viajar livremente e como a ideia de viajar mudará no futuro. Mas esta não é uma música melancólica, é uma música divertida!”, contou Jimin. Sem ter para correr “Este quarto é tudo o que tenho (…) Farei desse lugar o meu mundo”, entoa.

Em Blue & Grey o som do violão se casa perfeitamente com a vocal introspectivo e doce dos membros. A balada pop acústica fala sobre a tristeza e a depressão que se traduzem através as cores azul e cinza. “A música pode ser um pouco mais escura, mais profunda, mas os sons da guitarra são muito suaves e quentes”, descreveu V, que participou da composição e da letra.

“Lá vem os cantores número #1 da Billboard!”, começa Skit. A quarta faixa é uma conversa gravada entre os sete músicos logo depois de terem conquistado o feito no chart norte-americano. “Nós ligamos o microfone e colocamos as nossas emoções e reações assim que recebemos a notícia. Quando vocês escutarem isso, vão ouvir os nossos sentimentos, sem nenhuma edição”, informou RM.

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As cores começam a voltar em Telepathy. Criada por Suga, a canção contagiante se compromete a entregar o melhor retropop que você vai ouvir em 2020. “Por causa do COVID, não pudemos encontrar nossos fãs, então Suga queria fundir esses sentimentos na letra de Telepathy. Estamos apenas momentaneamente longe de nossos fãs”, esclareceu Jin. “Mesmo que você não esteja comigo. Mesmo que eu não esteja com você. Você sabe que nós ainda estamos juntos”, é assim que a telepatia entre BTS e ARMY acontece.

O hip-hop old school que a gente adora e que é marca registrada do BTS foi contemplado com sucesso em Dis-ease, interpretada por J-Hope, RM, Suga e Jimin. Em Stay, encontramos os vocais de RM, Jungkook e Jin — essa foi a primeira vez da unit. A balada energética explode em coro e conforta os fãs dizendo que independente da distância, sempre ficaremos juntos. Jungkook também participou da composição.

Para encerrar o álbum com classe e de forma otimista, Dynamite retorna como cereja do bolo. “Pensamos muito se deveríamos ou não incluir Dynamite, mas queríamos ter uma conclusão positiva e esperançosa para este álbum através dela. Um final com fogos de artifícios, marcando o final de um show”, justificou RM. E é exatamente isso que acontece. Numa homenagem bem sucedida aos clássicos da era disco, o septeto se joga nos passos icônicos de dança de Michael Jackson e atravessa cenários e referências visuais das décadas de 1970, 1980 e 1990.

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Com seu lugar garantido nos charts e nos recordes, BE se consolida como o álbum mais íntimo e independente da carreira do BTS. Depois de lançar outros dois discos em 2020, o septeto sul-coreano encerra o ano mais delicado do século 21 de forma significativa. Em um mundo cercado por incertezas, o grupo escolheu não esconder sua insegurança e tristeza na hora de criar, e utilizou do distanciamento social para refletir e entregar músicas que curam e renovam as esperanças para seu exército de fãs.

Uma vez que o K-pop conseguiu romper de vez com as barreiras do idioma, parece que o BTS também quebrou a distância física e reforça que estará sempre conectado ao seu fandom através da arte.

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