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BBB20: por que “perdoamos” Prior e não perdoamos Bianca

Brasil mostra, mais uma vez, que é um ótimo lugar para errar e aprender — se você for homem

Por Vand Vieira Atualizado em 27 fev 2020, 12h39 - Publicado em 27 fev 2020, 08h11

Recentemente, escrevi aqui no site da CAPRICHO um texto sobre como, EM ALGUNS MOMENTOS, fica muito difícil odiar Prior no BBB20. Não dá para negar que o cara tem carisma, se diverte (e diverte a gente) nas festas e se posiciona no Jogo da Discórdia e em outras situações em que outros nem ao menos tentam. Mas o que parece não ter ficado claro é que eu NÃO acho que ele merece ganhar o programa. Ainda mais com tantas mulheres maravilhosas na casa, né?

Bianca Andrade foi vítima de machismo no Big Brother Brasil 20
Eliminação de Bianca Andrade é mais um exemplo da força do machismo entre os brasileiros reprodução/Globo

Aproveitando que este blog é um espaço opinativo, nunca escondi que minha torcida era/é principalmente de Bianca Andrade e Manu Gavassi. Só que a reflexão que quero propor hoje não tem nada a ver com as minhas preferências pessoais, e sim com o que é certo: afinal, o que a Bia fez para levar mais da metade de 132 milhões de votos em um paredão com Prior e Flayslane?

O ranço do público por polêmicas antigas e o fato de ela não ter ficado 100% ao lado das mulheres na treta com os chernoboys são as respostas mais fáceis. Porém, sem citar nomes ou exemplos específicos, quantas vezes você já viu homens com mais de 25/30 anos serem tratados como meninos quando cometem erros enquanto meninas/garotas com menos de 15 anos são julgadas porque “já são bem grandinhas e sabem o que estão fazendo”? Percebe como a sociedade ainda é mais cruel com a mulher?

Se Bianca errou (e errou), foi tentando acertar, fato. Ela não tinha acesso às informações que a gente aqui de fora tem. E, mesmo quando Daniel e Ivy chegaram da Casa de Vidro, deveria ser compreensível uma pessoa dar o benefício da dúvida a alguém próximo quando não há provas concretas de que esse alguém errou.

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Fora que a Bia já afirmou que seu pai tem um jeito muito parecido com o de Hadson e que seu irmão “é um anjo”. Ou seja, ainda segundo o que foi dito pela própria no Big Brother Brasil e em entrevistas, ela acredita que nunca lidou tão de perto com o machismo e meio que naturaliza certas atitudes que não passam para quem tem mais informação sobre o assunto. Preciso lembrar que ninguém nasceu sabendo?

Felipe Prior do Big Brother Brasil 20: melhores momentos

Prior, por outro lado, age de caso pensado e não parece disposto a mudar. Ele aponta o dedo na cara de mulheres, grita com a mãe, acha correto criar situações para queimar umas e favorecer outros (no caso, seus ~capangas~)… Enfim, merecia, sim, ter sido eliminado. Espero que algum dia, dentro e fora do BBB, a gente aprenda a ser mais tolerante com as mulheres e a tomar melhores decisões em casos como esse.

P.S. A festa dessa quarta-feira (26) gerou o total de zero conteúdo sem Bianca/Jennifer. Parabéns aos envolvidos.

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