Dá pra acreditar que já faz seis anos que Alice no País das Maravilhas chegou ao cinema? Depois de tooooodo esse tempo, finalmente vamos poder ver a tão esperada continuação do longa. Alice Através do Espelho estreia hoje (26) nos cinemas e mostra a loirinha retornado ao País das Maravilhas após uma longa viagem pelo mundo. Quando descobre que o Chapeleiro Maluco corre risco de vida, ela tem que ir atrás do Tempo, um senhos muito misterioso.
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A CAPRICHO conversou com Mia Wasikowska (Alice), Anne Hathaway (Rainha Branca) e o diretor James Bobin sobre como foi retornar à sequência e a importância da história ao mostrar que garotas podem ser fortes e chegar onde quiserem.
CH: Como foi para vocês voltarem a trabalhar juntos depois de seis anos?
MIA WASIKOWSKA: Foi incrível. No começo do filme, o público vai ver que Alice esteve viajando pelo mundo nos últimos dois anos e que ela é a capitã de seu próprio navio. Eu acho o máximo ela saber quem ela é e o que ela quer. Ela está ainda mais corajosa neste filme.
ANNE HATHAWAY: O que eu mais gostei foi de ver que a Rainha Branca não é perfeita. Como todos nós, ela tem um passado, tem arrependimentos e sente vergonha e culpa. Eu fiquei bem contente porque neste filme tivemos a chance de desenvolver e conhecer mais à fundo as emoções de cada um dos personagens.
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CH: Vocês lembram como se sentiram quando leram os livros de Alice pela primeira vez?
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ANNE: Eu li
Alice quando eu era mais velha. Na verdade, estava lendo
Lolita (romance clássico de Vladimir Nabokov) e vi um artigo dizendo que
Alice No País Das Maravilhas explicava bastante
Lolita. Então decidi ler Alice para entender melhor o livro que estava lendo.
Como eu era adolescente, me identifiquei com o universo da Alice, um pouco estranho e até isolado. Era como eu me sentia na época.
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Mia: Minha mãe me colocou para assistir o filme quando eu era bem pequena. Não lembro exatamente quando li o livro pela primeira vez, mas foi um pouco antes de fazer o primeiro filme.
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CH: Vocês chegaram a fazer algumas das cenas de ação?
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ANNE: Eu não. E a coitada na minha dublê se acidentou nas gravações. Ela se cortou.
MIA: Eu fiz algumas mais leves.
JAMES BOBIN: Isso não é verdade. Em uma cena, colocamos Mia em uma roleta e ela ficou girando o dia todo.
MIA: É, aquilo foi bem bizarro. (risos)
JAMES: E nós rodamos o filme na Inglaterra em novembro, o que eu não recomendo para ninguém, porque estava superfrio. A Mia estava gravando uma cena de tempestade no barco com um figurino bem leve, passando mal de frio. Os lábios dela estavam azuis, não foi nada fácil.
CH: Qual a importância das mensagens do filme em relação ao tempo e ao papel da mulher na sociedade?
MIA: Este filme tem muitas mensagens bacanas. Em relação ao tempo, o filme mostra que não podemos ficar presos ao passado e que não vamos conseguir mudar o que já passou. E acho superimportante ter um filme grande como este, que terá uma repercussão em todo o mundo, com uma protagonista mulher. É estranho para mim que isso não aconteça mais vezes.
ANNE: Este filme tem uma cena específica que me emocionou muito. A Alice está no hospício por ser muito criativa e o médico tenta injetar nela uma droga para controlar sua personalidade e impedí-la de ser ela mesma. Eu chorei muito assistindo esta cena, especialmente porque ela luta com o médico e ganha, então ele é injetado com seu próprio veneno. Eu fico muito orgulhosa de fazer parte de um filme que leva a sério a questão das mulheres e a força que nós temos. Em relação ao tempo, eu convido todos vocês nesta sala a pararem de escrever que à medida que o tempo passa, as mulheres perdem o poder. Na realidade, eu me sinto muito mais poderosa à medida que os anos passam.
CH: Alguém já falou para vocês que, como mulheres, teriam mais dificuldade em conquistar seus objetivos profissionais?
ANNE: Eu sempre tive muita sorte porque meus pais sempre me disseram que eu poderia fazer o que eu quisesse, da mesma forma que eles falaram isso para meus irmãos. Eu acreditei neles, porque eu confiava neles e os amava. Fico muito feliz que eles tenham feito isso, porque quando você diz a uma criança que ela não vai conseguir fazer alguma coisa, isso a desencoraja profundamente. No meu caso, foi o contrario e isso foi uma benção.
JAMES: O mais importante é que Alice é uma pessoa de verdade, destemida, determinada, corajosa. E ela existiu de verdade, foi escrita baseada em uma garota real. Alice pertence a uma geração em que as mulheres não podiam votar, e ainda assim ela quebrou todos os protocolos e lutou por seus sonhos. Ela é uma pessoa inspiradora, que fez a diferença. Esta mensagem vale para todas as mulheres até hoje.