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Acusação de plágio de Shadowhunters e as controvérsias de Cassandra Clare

Vira e mexe, quando falo de uma nova série por aqui, as leitoras comentam sobre Shadowhunters: Os Instrumentos Mortais. Pra esclarecer, Shadowhunters é e não é uma série original da Netflix. Na verdade, a Netflix não produz nenhuma série, ela compra os direitos de distribuição pelo serviço e, em alguns casos, paga a produção também. […]

Por Da Redação Atualizado em 24 ago 2016, 14h56 - Publicado em 21 fev 2016, 02h00

Vira e mexe, quando falo de uma nova série por aqui, as leitoras comentam sobre Shadowhunters: Os Instrumentos Mortais. Pra esclarecer, Shadowhunters é e não é uma série original da Netflix. Na verdade, a Netflix não produz nenhuma série, ela compra os direitos de distribuição pelo serviço e, em alguns casos, paga a produção também. Quando vemos “série original da Netflix” é quando não tem ninguém mais no mundo distribuindo ela em primeira janela (em um canal de televisão, pela primeira vez). No caso de Shadowhunters, é uma série da Netflix porque é distribuída internacionalmente pelo amado serviço de SVOD (subscription video on demand), mas não é uma série da Netflix, porque nos EUA, é distribuída pelo canal Freeform (antiga ABC Family).

Ficou claro?

O que não está nada claro é esse processo de plágio que desde o começo do ano, Cassandra Clare tem tentado abafar. Se você não sabe, Shadowhunters é a série baseada nos livros de Clare, Os Instrumentos Mortais, com seis volumes publicados. Livros que geraram um filme, Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos, lá em 2013, com a fofa da Lily Collins como protagonista e que tinha até a Lena Headey (a Cersei Lannister de Game of Thrones) no elenco.

O filme não foi bem nos cinemas, com a produção custando aos estúdios 60 milhões de dólares e arrecadando apenas 31 milhões no doméstico (nos cinemas americanos) e 59 milhões no resto do mundo – além de muitas críticas negativas. Isso é considerado um sinal vermelho na indústria cinematográfica, que fez com que nenhum outro filme da saga seguisse adiante e deixasse os fãs decepcionados. Mas aí veio a Netflix e a possibilidade de fazer com que esse conteúdo se transformasse em série. Então surge Shadowhunters, com um episódio novo por semana, liberado na plataforma.

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Tudo tranquilo, tudo favorável…  Até surgir Sherrilyn Kenyon, uma escritora que alega ter trabalhado com Cassandra Clare e que entrou com um processo na justiça dizendo que o conteúdo da saga Os Instrumentos Mortais, com todas as suas variações, é plágio!!

Em 1998, Kenyon havia lançado uma série de livros que mostrava os “dark-hunters” que são “um grupo de elite de guerreiros que devem proteger o mundo humano de ameaças paranormais invisíveis que buscam destruir os humanos no seu dia a dia” e que devem “preservar o equilíbrio entre o bem e o mal, protegendo os humanos de serem consumidos e se tornarem escravos”. Hmmm, sooa familiar?

Essas são as características que a Kenyon tem alegado que Clare roubou dela, expandindo esse universo em mais cinco volumes e se tornando um sucesso de vendas. Por isso, o processo.

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Cassandra tem mantido tudo quietinho, tentando não se pronunciar. Não é de hoje que alguns leitores têm apontado que os elementos de Instrumentos Mortais escondem características de plágio de outras séries de livros, TV e filmes. Mas ninguém nunca conseguiu provar nada. Cassandra Claire (com o “i”) é o nome artístico de Judith Rumelt, que era uma jornalista do The Hollywood Reporter e que começou a escrever fanfic. E foi aí que ganhou fama e começa todo o babado.

Na época, Claire ganhou muita visibilidade pelo sucesso da fanfic que focava no Draco Malfoy chamada Draco Trilogy, inspirada em Harry Potter. Logo em seguida, surgiu uma super controvérsia, de que ela teria cometido plágio porque tinham muitas frases de Buffy, a Caça Vampiros e Babylon 5 sem créditos. Depois de muita discussão, ela foi banida do Fanfiction.net.

O tempo passou, ela fechou um contrato com a editora Simon & Schuster, tirou o “i” de Claire e lançou os livros. Muita gente aponta a mudança no nome como tentativa de já esconder um passado nebuloso. Não que tenha algo de errado em escrever fanfic, mas mostra que ela já tinha costume de “pegar algo que já existe e transformar em um conteúdo dela”.

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Tudo é muito incerto e ninguém nunca provou nada. Além de não ser factível que uma editora séria tenha contratado uma autora que comete plágio, sem fazer pesquisas e ser precaver de possíveis haters. O que chama atenção é que agora vem a Kenyon, com um processo legal, dizendo ter provas e querendo o fim disso tudo. O advogado de Cassandra disse que elas nunca se conheceram e nunca trabalharam juntas. Agora é uma questão de provar na justiça quem está falando a verdade.

Eu acho meio improvável a Kenyon ganhar esse processo porque o que ela alega é meio raso. Quantos livros, séries e filmes não são baseados em personagens de um mundo sobrenatural, que lutam para estabelecer um equilíbrio entre o bem e o mal? É uma situação complicada, que dividiu muita gente, principalmente na internet. Por isso queria ouvir de vocês, leitoras. Não que isso vá fazer a série perder fãs, mas de que lado você está? Acredita que Cassandra Clare cometeu plágio ou não?

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* Priscila Harumi (@priharumi) é louca por séries e co-autora do livro “Guia das séries – Tudo que você queria saber sobre as mais importantes dos últimos anos”.

 

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