maneira que você reage aos desafios do dia a dia e como se relaciona com os outros está muito relacionada com seu repertório emocional. Por isso, entender esse conceito e trabalhar para desenvolvê-lo vai trazer mudanças significativas na sua vida e na sua saúde mental, viu?
A neuropsicóloga Marcella Bianca explica à CAPRICHO que “repertório emocional refere-se ao conjunto de emoções, sentimentos e experiências emocionais que uma pessoa acumula ao longo da vida”.
Em outro texto da CAPRICHO sobre instabilidade emocional, a psicóloga Luciana Garcia, falou sobre como falta de repertório emocional afeta muitos jovens. “Nós nascemos com o aparato emocional, sentimos todas as emoções, mas, muitas vezes, não temos repertório para lidar com elas de maneira funcional e adequada ao longo da vida. É importante saber nomear, reconhecer, acolher e reagir”, explica.
Ter um repertório emocional rico e variado significa conseguir identificar o que sente em diferentes situações e validar esses sentimentos. “Isso permite que a pessoa tenha mais recursos internos para lidar com diferentes emoções e circunstâncias, promovendo maior resiliência, equilíbrio e bem-estar”, ressalta Marcella.
Sinais de que você tem um bom repertório emocional
Para a neuropsicóloga, entrevistada pela CAPRICHO, uma pessoa com bom repertório emocional:
– Consegue identificar, compreender e expressar suas emoções de forma adequada;
– Sabe regular suas emoções, mantendo-se calma e centrada mesmo em situações difíceis;
– É empática, conseguindo perceber e respeitar as emoções dos outros, o que facilita a construção de relacionamentos saudáveis e significativos;
– É flexível, adaptando suas respostas emocionais conforme o contexto, o que contribui para uma vida mais equilibrada e satisfatória.
Como desenvolver o repertório emocional?
Marcella reforça que desenvolver o repertório emocional requer autoconhecimento e prática. Duas forma de fazer isso, segundo a especialista, são por meio da reflexão pessoal e do diálogo interno. Ou seja, “dedicar momentos para pensar de maneira mais profunda sobre suas emoções”, explica.
Olhar para os outros nesse processo também é muito importante, como indica Marcella sobre leitura emocional. “É sobre praticar a análise, a percepção das emoções em você mesmo e nos outros, observando como diferentes situações afetam as emoções e atravessam sua vida”, diz.
Além disso, a neuropsicóloga elenca mais uma prática essencial para enriquecer o repertório emocional: se abrir para novas experiências. Isso é, se expor a novas situações e interações, entrando em contato com novas emoções e contextos.
“Por fim, a terapia age no intuito de explorar e entender melhor o que se passa em nós mesmos e é muito útil na formação do repertório emocional”, acrescenta Marcella.
Mais dicas para desenvolver o repertório emocional
Marcella aconselha que, para os jovens, é importante começar a construir um bom repertório emocional desde cedo. “Para isso, existem algumas práticas que, juntas, ajudam na construção e fortalecimento desse repertório e servem como dica para o público da CAPRICHO”, diz a especialista. Confira!
Tenha um diário emocional
A primeira dica é manter um diário e nele anotar suas emoções e experiências. Isso pode ajudar a aumentar o autoconhecimento.
Converse abertamente
“Encorajo que falem abertamente sobre suas emoções com amigos, familiares ou um profissional, sem medo de julgamentos. Essa é uma boa forma de explorar e organizar o que se sente”, diz a neuropsicóloga.
Pratique o Mindfulness
Mindfulness consiste em direcionar o foco no presente, explica Marcella: “Essa prática pode ajudar os jovens a criarem maior consciência e entendimento de suas emoções no momento em que elas ocorrem”.
Explore e seja criativo
Segundo a especialista, experimentar novas atividades, como artes, esportes, ou outras formas de expressão, é uma forma de desbravar as possibilidades que a vida oferece e pode expandir o repertório emocional, além de ajudar a desenvolver uma maior resiliência.