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Terminei meu relacionamento, mas ainda amo o meu ex. E agora?

Por mais doído que seja, às vezes, o melhor é colocar um ponto final na história

Por Bruna Nunes Atualizado em 24 jul 2022, 11h21 - Publicado em 24 jul 2022, 10h01
Ilustração de uma mão cortando o fio de um balão em formato de coração
Ao contrário do que muita gente pensa, isso está longe de ser óbvio, esquisito ou fora da curva, viu? Tommy/Getty Images

Terminar um relacionamento não é tarefa fácil. E quando você ainda gosta da outra pessoa tudo fica mais difícil e pode até soar estranho, né? Afinal, por que terminar se ainda existe amor? Mas precisamos te contar dois segredinhos:

1) só amor não sustenta uma relação

2) você pode amar seu(sua) namorado(a), mas não estar feliz dentro da relação

Pois é.  Isso está longe de ser óbvio, esquisito ou fora da curva. Na verdade, todo esse processo de entendimento pode ser longo e doloroso. Nós, em especial, meninas e mulheres, crescemos com essa ideia de que o amor supera tudo – quem nunca desejou ter aquele amor impossível e, ao mesmo tempo, incrível, dos filmes da Disney?

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Toda essa idealização faz até parecer que é errado ir contra a maré e encerrar uma parceria, mesmo que o amor ainda exista. Mas não é. Para entender toda essa questão, conversamos com a psicóloga especializada em psicoterapia clínica e saúde mental, Camila Puertas.

Ela esclarece que é supernatural que o questionamento sobre terminar ou seguir no relacionamento venha à tona, inclusive quando ainda há sentimento. “Motivados pela paixão, em geral, as pessoas escolhem entrar em uma relação amorosa. O que acontece é que, comumente, cria-se uma  expectativa de uma realidade futura ou de determinados comportamentos, que nem sempre são alcançados”, explica.

Agora que você sabe que não precisa sentir-se mal por estar pensando em um possível término – ou que ele já tenha ocorrido -, você precisa entender as razões pelas quais ele pode se dar – ou se deu.

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“Você começou a se relacionar a partir de pontos que ambos tiveram na direção um do outro, mas agora os sentimentos não são bons ou não geram mais coisas boas”, dá a dica a psicoterapeuta. Neste ponto, a sinceridade e o diálogo são indispensáveis.

Nessa e em qualquer outra situação, existe uma coisa chamada responsabilidade afetiva. Ela é essencial para qualquer tipo de relacionamento humano – não só os amorosos. “Não seja desrespeitoso consigo mesmo nem com o outro. Quando começar a pensar no término como uma opção, divida isso com seu par e construa o término”, pontua Puertas.

Ilustração de um pirulito vermelho de coração e, atrás dele, uma sombra de um coração partido
Juana Mari Moya/Getty Images
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Caso suas ideias ainda estejam um pouco confusas, a especialista diz que, apesar de cada processo ser individual, existem alguns pontos comuns que você pode se questionar e que podem te dar um norte:

  • anda faltando diálogo?
  • existe irritabilidade excessiva com o seu par e vice-versa?
  • vocês se entendem como antes?
  • falta ânimo para programas em casal?
  • estão discutindo em excesso, tipo todos os dias?
  • você sente-se presa ou sem autonomia?

Caso a maior parte das respostas seja sim, realmente continuar pode não ser a melhor das escolhas. Talvez seja a mais dolorida, pelo menos por ora, mas nem de longe a mais acertada a longo prazo.

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A psicóloga ainda salienta que ser a pessoa que dá o passo para terminar um relacionamento pode, sim, gerar um sentimento de culpa, causado pela sensação do peso de ter alguma responsabilidade sobre o outro. Para amenizar isso, ela aconselha. “Vale realizar uma autoavaliação quanto ao que de fato contribuiu para o rompimento. Então, mantenha em mente o que fez você tomar tal decisão”.

Permanecer em uma relação ou situação que está te fazendo mal, simplesmente por ainda sentir amor por aquela pessoa, não é nem de longe responsabilidade afetiva, ok?

Amar também significa deixar ir – e isso não é só sobre amor o próximo. É sobre cuidar de si mesma também.

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