Terceiro homem que assediou russa é identificado e se pronuncia sobre caso
'Somos pais de família, trabalhadores', diz um dos homens que aparece em vídeo que viralizou na web.
Depois de Diego Valença Jatobá e Eduardo Nunes, é a vez de Luciano Gil Mendes Coelho ser identificado como um dos torcedores brasileiros que assediaram mulher russa na Copa do Mundo.
De acordo com informações do Portal O Dia, o cara é engenheiro, ex-inspetor do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, ex-Secretário de Saúde e ex-Secretário de Educação do Piauí. Em 2015, ele foi preso por ter participado de um esquema de desvio de dinheiro público. A operação da polícia ficou conhecida como Paradise. As informações são das jornalistas Nayara Azevedo e Nathália Amaral.
O empresário aparece no vídeo de camiseta preta e foi um dos que filmaram o assédio com o celular. Algumas pessoas que o conheciam ajudaram a desmarcará-lo compartilhando a identidade do engenheiro nas redes sociais.
“Somos pais de família, trabalhadores, e vocês estão acabando com a vida da gente… Quem está brincando Carnaval exagera um pouquinho na bebida e, às vezes, passa do ponto. Peço desculpas às mulheres que possam ter se sentido ofendidas, mas estão transformando um copo d’água em uma tempestade”, desabafou Luciano para o UOL.
Existe três grandes problemáticas na fala do engenheiro: (1) se você é um homem adulto, pai de família, não deveria ter atitudes típicas de adolescentes que se juntam e reproduzem o machismo porque ainda não têm tanto conhecimento sobre o assunto e tanta experiência de vida; (2) ao pedir desculpas, mas dizer em seguida que estão ‘transformando um copo d’água em uma tempestade’, é como se ele não apresentasse qualquer tipo de remorso pela atitude tomada nem entendesse a gravidade de seus atos; e (3) é fazer tempestade em copo d’água e não transformar um copo d’água em uma tempestade.
Nem o machismo nem o assédio devem ser tratados como exagero. Eles já foram, durante muito tempo, e é exatamente por isso que mulheres continuam sendo vítimas de feminicído e que casos do tipo ainda sejam erroneamente vistos como “brincadeirinha”.