Eu tenho um lado nerd incontrolável. Eu sou apaixonada por Naruto, senhor dos anéis, Harry Potter e amo um filminho de super herói. Tenho um preconceito leve com os filmes da DC, confesso, mas de resto sou adepta a assistir qualquer coisa.
Acho que meu apego, no fundo, é com a magia. Essa coisa de ter um poder especial capaz de mudar o mundo, de salvar uma vida, mexe comigo. Desde que me conheço por gente finjo que tenho habilidades sobrenaturais; ainda criança eu controlava com propriedade a água do chuveiro, voava de uma cama pra outra nos quartos apertados e fazia crescer plantas numa velocidade fora do comum – enquanto tirava as salsinhas, sorrateiramente, da horta da minha vó.
Sempre quis um poder especial. Talvez por isso, agora adulta, eu goste tanto de escrever, a escrita parece materializar aquilo que só existe na minha cabeça. Expressar-se é tipo magia, né?
O mundo, no final das contas, é cheio de super heróis sigilosos. Homens e mulheres com visão raio x tão fora do comum que são capazes de enxergar o melhor no outro, mesmo quando esse outro não consegue acreditar em si mesmo.
As mães que têm um poder sonífero simplesmente arrebatador, apenas com os braços e com o calor do corpo conseguem ninar até os mais agitados dos seres.
Amigos que tem a magia das palavras na hora certa, amigos que detém um conselho que encaixa tão perfeitamente na situação que é capaz de atordoar o sujeito mais racional.
Sem falar no poder da comida de vó, do incentivo de um professor e de um “bom dia” de um estranho.
Somos todos detentores de habilidades capazes de mudar o mundo e tudo isso sem capa, cueca por cima da roupa e máscara. Podemos salvar uma vida assim, à paisana, e às vezes até sem perceber.
A gente pode tentar dificultar, mas não tem magia maior que o amor.
Uma vez eu li um texto um tanto quanto negativo que afirmava que ninguém é especial. Acho que essa é só uma maneira meio torta de dizer que, no fundo, todo mundo é 🙂